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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

"Reinauguração" - Carlos Drummond de Andrade

FELIZ ANO NOVO!


Reinauguração

Entre o gasto dezembro e o florido janeiro,
entre a desmitificação e a expectativa,
tornamos a acreditar, a ser bons meninos,
e como bons meninos reclamamos
a graça dos presentes coloridos.
Nossa idade — velho ou moço — pouco importa.
Importa é nos sentirmos vivos
e alvoroçados mais uma vez, e revestidos de beleza, a
exata beleza que vem dos gestos espontâneos
e do profundo instinto de subsistir
enquanto as coisas em redor se derretem e somem
como nuvens errantes no universo estável.
Prosseguimos. Reinauguramos. Abrimos olhos gulosos
a um sol diferente que nos acorda para os
descobrimentos.
Esta é a magia do tempo.
Esta é a colheita particular
que se exprime no cálido abraço e no beijo comungante,
no acreditar na vida e na doação de vivê-la
em perpétua procura e perpétua criação.
E já não somos apenas finitos e sós.
Somos uma fraternidade, um território, um país
que começa outra vez no canto do galo de 1º de janeiro
e desenvolve na luz o seu frágil projeto de felicidade.

(Carlos Drummond de Andrade)

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"A flor no asfalto" — Otto Lara Resende
"Brasileiro, homem do amanhã" — Paulo Mendes Campos
"A última vez" — Fabrício Carpinejar
"Olhos de ressaca" — Machado de Assis

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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Escritores falecidos em 2014

Escritores falecidos em 2014

A homenagem do blog “Veredas da Língua” a alguns grandes escritores luso-brasileiros que nos deixaram em 2014. Lembremo-nos das palavras de Machado quando da morte de José de Alencar:

E ao tornar este sol, que te há levado,
Já não acha a tristeza. Extinto é o dia
Da nossa dor, do nosso amargo espanto.

Porque o tempo implacável e pausado,
Que o homem consumiu na terra fria,
Não consumiu o engenho, a flor, o encanto...


Ariano Suassuna - escritor e dramaturgo brasileiro (1927 - 2014)




Ivan Junqueira - poeta brasileiro (1934 - 2014)
João Ubaldo Ribeiro - escritor e jornalista brasileiro (1941 - 2014)




Júlio Cesar Monteiro Martins - escritor brasileiro (1955 - 2014)
Manoel de Barros - 13/11/2014 - poeta brasileiro (1916 - 2014)




Nicolau Sevcenko - historiador e escritor brasileiro13/08/14 (1952 - 2014)
Rubem Alves - escritor, psicanalista, teólogo e educador brasileiro (1933 - 2014)




quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Feliz Natal!

Feliz Natal a todos!

"O nascimento de Cristo". Gerard van Honthorst.
Nas palavras de Santo Agostinho: “Fé é acreditarmos no que não vemos, a recompensa dessa fé é vermos aquilo em que acreditamos”.

Que a graça do menino Jesus ilumine todas as famílias nesta noite de Natal, levando a todos muita paz, amor e harmonia.

Litania do Natal

A noite fora longa, escura, fria.
Ai noites de Natal que dáveis luz,
Que sombra dessa luz nos alumia?
Vim a mim dum mau sono, e disse: «Meu Jesus…»
Sem bem saber, sequer, porque o dizia.

E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»

Na cama em que jazia,
De joelhos me pus
E as mãos erguia.
Comigo repetia: «Meu Jesus…»
Que então me recordei do santo dia.

E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»

Ai dias de Natal a transbordar de luz,
Onde a vossa alegria?
Todo o dia eu gemia: «Meu Jesus…»
E a tarde descaiu, lenta e sombria.

E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»

De novo a noite, longa, escura, fria,
Sobre a terra caiu, como um capuz
Que a engolia.
Deitando-me de novo, eu disse: «Meu Jesus…»
E assim, mais uma vez, Jesus nascia.

(José Régio, in "Filho do Homem")

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

"Veredas da Língua" - 1 milhão de visualizações!

"Veredas da Língua" - 1 milhão de visualizações!

Prof, Maurício Fernandes da Cunha

E o blog "Veredas da Língua" chega a 1 milhão de visualizações. Sempre com os alunos, para os alunos e pelos alunos.

Sinto-me extremamente lisonjeado e satisfeito com o retorno que obtenho dos internautas quanto ao conteúdo aqui disposto. 

Durante esses três anos e meio de postagens, o site foi fonte de pesquisa para milhares de estudantes, além de ter servido como material de apoio para a elaboração de provas e concursos, mantendo, assim, sua proposta inicial de servir de guia de consulta para os vestibulandos de todo o país.

Em homenagem aos meus alunos, reitero um de meus bordões em sala de aula: "THE LIÇÃO NEVER ENDS!" Claro que se trata de uma brincadeira, mas o fato é que também este espaço nunca ficará terminado por completo, pois ele é um processo de desenvolvimento contínuo, uma vez que os desafios da educação se renovam diariamente.

Walt Whitman escreveu certa vez:

"Esta manhã, antes do alvorecer, subi numa colina para admirar o céu povoado. E disse à minha alma: '- Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?' E minha alma disse: '- Não, uma vez alcançados esses mundos, prosseguiremos no caminho'."

Prossigamos, pois, caros amigos, no caminho infindável do conhecimento.

Forte abraço a todos!

Prof. Maurício Fernandes da Cunha

www.veredasdalingua.blospot.com.br

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Texto: "A flor no asfalto" – Otto Lara Resende

A flor no asfalto

     Conheço essa estrada genocida, o começo da Rio-Petrópolis. Duvido que se encontre um trecho rodoviário ou urbano mais assassino do que esse. São tantos os acidentes que já nem se abre inquérito. Quem atravessa a avenida Brasil fora da passarela quer morrer. Se morre, ninguém liga. Aparece aquela velinha acesa, o corpo é coberto por uma folha de jornal e pronto. Não se fala mais nisso. 
"Death and the woman". Käthe Kollwitz

     Teria sido o destino de dona Creusa, se não levasse nas entranhas a própria vida. Na pista que vem para o Rio, a 20 metros da passarela de pedestres, dona Creusa foi apanhada por uma Kombi. O motorista tentou parar e não conseguiu. Em seguida, veio um outro carro, um Apolo, e sobreveio o segundo atropelamento. A mesma vítima. Ferida, o ventre aberto pelas ferragens, deu-se aí o milagre.
     Dona Creusa estava grávida e morreu na hora. Mas no asfalto, expelida com a placenta, apareceu uma criança. Coberta a mãe com um plástico azul, um estudante pegou o bebê e o levou para o acostamento. Nunca tinha visto um parto na sua vida. Entre os curiosos, uma mulher amarrou o umbigo da recém-nascida. Uma menina. Por sorte, vinha vindo uma ambulância. Depois de chorar no asfalto, o bebê foi levado para o hospital de Xerém.
     Dona Creusa, aos 44 anos, já era avó, mãe de vários filhos e viúva. Pobre, concentração humana de experiências e de dores, tinha pressa de viver. E era uma pilha carregada de vida. Quem devia estar ali era sua nora Marizete. Mas dona Creusa  se ofereceu para ir no seu lugar porque, grávida, não pagava a passagem. Com o dinheiro do ônibus podia comprar sabão. Levava uma bolsa preta, com um coração de cartolina vermelha.
     No cartão estava escrito: quinta-feira. Foi o dia do atropelamento. Apolo é o símbolo da vitória sobre a violência. Diz o poeta Píndaro que é o deus que põe no coração o amor da concórdia. No hospital, sete mães disputaram o privilégio de dar de mamar ao bebê. A vida é forte. E bela, apolínea, apesar de tudo. Por que não?

(Otto Lara Rezende, Folha de S. Paulo, 30/05/1992)

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Leia também:

"Brasileiro, homem do amanhã" — PauloMendes Campos
"A última vez" — Fabrício Carpinejar
"Café com leite" — Antonio Maria
"Reinauguração" — Carlos Drummond deAndrade


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Prova de Língua Portuguesa – Mackenzie – 2012 - 2º Semestre

Universidade Mackenzie – Vestibular - 2012 - 2º Semestre – Prova de Língua Portuguesa


Textos para as questões de 01 a 05

Texto I - Temos uma notícia triste: o coração não é o órgão do amor! Ao contrário do que dizem, não é ali que moram os sentimentos. Puxa, para que ele serve, afinal? Calma, não jogue o coração para escanteio, ele é superimportante. “É um órgão vital. É dele a função de bombear sangue para todas as células do nosso corpo”, explica Sérgio Jardim, cardiologista do Hospital do Coração. Ele é um músculo oco, por onde passa o sangue, e tem dois sistemas de bombeamento independentes. Com essas “bombas”, ele recebe o sangue das veias e lança para as artérias. Para isso, contrai e relaxa, diminuindo e aumentando de tamanho. E o que tem a ver com o amor? “Ele realmente bate mais rápido quando uma pessoa está apaixonada. O corpo libera adrenalina, aumentando os batimentos cardíacos e a pressão arterial”.

O Estado de S.Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6

Texto II - Para os egípcios, o coração era o centro do pensamento. Eles acreditavam que o órgão controlava as emoções e as funções nervosas e seria capaz de guardar as lembranças de coisas boas e ruins. Eles até pesavam o coração em uma balança! Se fosse leve, queria dizer que a pessoa era boa e teria um lugar junto aos deuses. Já os sacerdotes astecas arrancavam o coração do peito do inimigo vivo para oferecê-los aos deuses.

O Estado de S.Paulo, 09/06/2012, caderno suplementar, p. 6

Questão nº 01 - Assinale a alternativa correta sobre o Texto I.

a) Trata-se de texto narrativo, na medida em que apresenta personagens envolvidos em enredo que se encaminha para um clímax final.
b) O leitor depara-se com estrutura tipicamente descritiva, na qual se expõem características e peculiaridades do objeto tratado.
c) Em uma construção expositiva, o objetivo central do texto é transmitir informações a respeito do coração, em uma linguagem informal e não técnica.
d) Observa-se predomínio do jargão técnico na apresentação do assunto do texto, o que se evidencia ainda mais com a referência a opiniões de um especialista no assunto.
e) Partindo de uma tese central, o texto elabora argumentos de natureza hipotético-dedutiva para defender o ponto de vista do veículo que o divulga.

Questão nº 02 - Assinale a alternativa correta sobre o Texto II.

a) Expõe justificativas para conteúdos apresentados e defendidos no Texto I.
b) A pontuação de caráter subjetivo, como o ponto de exclamação, indicia que estamos diante de um texto expressivo, de posicionamento pessoal das sensações de seu autor.
c) Utiliza linguagem irônica que, o tempo todo, procura direcionar o leitor para a tese de que os antigos jamais alcançaram algum tipo de sabedoria.
d) Estabelece diálogo intertextual com o texto I, na medida em que apresenta outras informações sobre um tema em comum, vistos, no entanto, de perspectivas diferentes.
e) Como no texto I, são expostos posicionamentos de caráter científico em tudo coincidentes com visões contemporâneas sobre o funcionamento do corpo humano.

Questão nº 03 - Assinale a alternativa correta.

a) No texto I, os dois pontos (linha 01) introduzem uma sequência linguística que se relaciona com a anterior estabelecendo uma relação de oposição.
b) No texto I, a expressão puxa (linha 03) indicia a presença de um tom de informalidade, uma vez que tem valor de interjeição.
c) No texto I, a pergunta E o que tem a ver com o amor? (linhas 10 e 11) é na verdade retórica, prescindindo, assim, de uma resposta de fato, como se evidencia na sequência do texto.
d) No texto II, a partícula até (linha 04) denota a delimitação de um limite temporal relacionado à ideia central do fragmento.
e) No texto II, a expressão Se fosse leve (linha 04) relaciona-se com o fragmento que lhe é posterior, estabelecendo ideia de causalidade.

Questão nº 04 - Considere as seguintes afirmações sobre os textos:

I. Há índices da presença da função expressiva da linguagem e da função conativa, com destaque para o diálogo estabelecido com o leitor.
II. Linguagem figurada, comparações e uso de argumento de autoridade são alguns dos recursos utilizados na construção textual.
III. Os textos apresentam como objetivo principal persuadir o leitor para colaborar em uma campanha implicitamente sugerida.
Assinale:

a) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
d) se as afirmações I, II e III estiverem corretas.
e) se as afirmações I, II e III estiverem incorretas.

Questão nº 05 - Da leitura dos textos infere-se corretamente que:

a) assim como os egípcios e os sacerdotes astecas pensavam, o coração funciona apenas para bombear sangue para outros órgãos do corpo humano, possibilitando a circulação de hormônios como a adrenalina.
b) o peso do coração deve-se ao fato de ele ser um músculo oco e muito leve que, na verdade, apresenta como funções vitais relacionar-se com o cérebro, na articulação do pensamento e da cognição humana.
c) é impossível provar com evidências que o coração relaciona-se com o estado emocional dos indivíduos, sendo sua função primordial o controle de um hormônio chamado de adrenalina.
d) a variação do tamanho do coração deve-se ao fato de que seu peso está relacionado à quantidade de adrenalina que o corpo humano produz, dependendo do estado emocional do indivíduo.
e) ao contrário da imagem poética e dos saberes antigos, a visão contemporânea sobre o coração está predominantemente vinculada a descobertas científicas sobre o funcionamento do corpo humano.
Textos para as questões de 06 a 08

Texto I

Mais claro e fino do que as finas pratas
o som da tua voz deliciava…
Na dolência velada das sonatas
como um perfume a tudo perfumava.

Era um som feito luz, eram volatas
em lânguida espiral que iluminava,
brancas sonoridades de cascatas…
Tanta harmonia melancolizava.

Cruz e Sousa

Observação – volatas: progressão de notas musicais / dolência: sofrimento

Texto II

Antes de tudo, a Música. Preza
Portanto o Ímpar. Só cabe usar
O que é mais vago e solúvel no ar,
Sem nada em si que pousa ou que pesa.

Verlaine (Trad. de Augusto de Campos)

Questão nº 06 - A leitura do texto I confirma que:

a) o eu lírico expressa sua particular percepção do som inebriante de uma orquestra de vozes harmoniosas, como prova o uso da expressão dolência velada das sonatas (v.3).
b) o poeta expressa subjetivamente a impressão que lhe causava o som da voz do interlocutor, conforme se pode compreender da leitura do verso 2.
c) o autor descreve com metáforas sombrias o cantar melancólico de sua musa, por isso afirma, no verso 8, que Tanta harmonia melancolizava.
d) o eu lírico tem uma visão idealizada da falecida amada; daí o uso do verbo no passado imperfeito (deliciava, perfumava etc.).
e) o autor narra o envolvimento amoroso que marcou sua vida – som da tua voz deliciava…(v.2) – e, ao mesmo tempo, lamenta, no verso 8, a perda da mulher amada.

Questão nº 07 -  A proposta estética expressa no texto II realiza-se em I por meio dos seguintes expedientes estilísticos, EXCETO:

a) recorrência de sons vocálicos e consonantais.
b) metáforas que sugerem volatilidade.
c) léxico requintado.
d) sinestesias.
e) rupturas sintáticas.

Questão nº 08 - Considerados os seus principais traços estilísticos, o texto I exemplifica:

a) uma tendência estética da primeira metade do século XIX que valoriza a assimetria da forma e a temática espiritualista.
b) aspectos importantes da arte parnasiana: o apuro formal preconizado pelo ideal da arte pela arte e a impassibilidade.
c) o modo pelo qual a literatura do final do século XIX reaproveita, de modo original, uma forma poética da tradição.
d) a estética clássico-renascentista, em que se destaca a regularidade métrica e a contenção emotiva.
e) preceitos estéticos que caracterizaram o Modernismo brasileiro, em especial a musicalidade e a valorização da percepção sensorial.

Texto para as questões de 09 a 11

            As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. [...] Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz-de-fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim
apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. [...] D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos.

Machado de Assis, trecho inicial do conto “O alienista”

Observação –caçador de pacas perante o Eterno: alusão ao rei Nimrod, poderoso, arrogante e herege, famoso também por ser exímio caçador de javalis. A expressão, extraída do texto bíblico, tem conotações irônicas.

Questão nº 09 - Assinale a alternativa correta.

a) A referência às crônicas da vila de Itaguaí (linha 01), como documento de que se extraiu o relato, prova que o conto resultou de um fato verídico.
b) A informação de que D.Evarista não era bonita nem simpática (linhas 05 e 06) corrobora para a hipótese de que estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes (linhas 10 e 11).
c) A frase D. Evarista mentiu às esperanças do Dr.Bacamarte (linha 12) insinua que a mulher, embora sabendo de sua infertilidade, nada revelou ao marido.
d) A razão pela qual o médico intencionava casar-se era a possibilidade de procriar, já que avaliava positivamente o fato de a mulher reunir condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem (linhas 08 e 09).
e) O tio do Dr. Simão posicionou-se contra o casamento, exclusivamente pelo fato de D. Evarista não ter aqueles atributos femininos que tanto apreciava, ou seja, não ser bonita nem simpática (linhas 05 e 06).

Questão nº 10 - Com base no texto, considere as seguintes afirmações sobre Machado de Assis:

I. Embora pertença ao Realismo, produziu também, na juventude, obras naturalistas, como, por exemplo, “O alienista”, conto em que valoriza o cientificismo da época.
II. Posicionou-se criticamente com relação aos valores de seu tempo, questionando a supremacia da perspectiva científica vigente na segunda metade do século XIX.
III. A concepção irônica da vida já se revela no fragmento lido, na medida em que se frustra a confiança na avaliação científica do biótipo da mulher.
Assinale:

a) se as afirmações I, II e III estivem corretas.
b) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
c) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
d) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
e) se as afirmações I, II e III estiverem incorretas.

Questão nº 11 - Assinale a alternativa INCORRETA.

a) Em disse-lho (linha 07) temos uma forma arcaica com o mesmo sentido de “disse a ele”.
b) A forma verbal vivera (linha 02) é prova de que o tempo do relato não coincide com o tempo da história.
c) A expressão não bonita nem simpática (linhas 05 e 06) pode ser lida como um eufemismo, assim como em “De fato, ele não gosta muito de trabalhar.”
d) A expressão em tempos remotos (linha 01) pode ser corretamente substituída por “há muito tempo”.
e) A palavra assim (linha 10), elemento de coesão, estabelece relação conclusiva entre as orações a que se refere.

GABARITO:

01 - C 02 - D 03 - B 04 - A 05 - E 06 - B 07 - E 08 - C 09 - D 10 - C 11 - A

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