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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Texto: “O siri higiênico” — Moacyr Scliar

O siri higiênico

A proprietária e o gerente de um restaurante foram detidos após uma inspeção da 1ª Delegacia de Saúde Pública do Departamento de Polícia e Proteção a Cidadania. Segundo a polícia, o estabelecimento funcionava em condições precárias. A polícia foi até o local após receber uma denúncia anônima. No restaurante, policiais encontraram um siri vivo no banheiro. 
Cotidiano Online

       "SENHOR DELEGADO, entendo perfeitamente a sua disposição de zelar pela higiene de restaurantes. É uma causa que só posso apoiar; afinal, a saúde pública depende disso. Mas, no caso do meu próprio restaurante, devo lhe dizer que o senhor cometeu um engano. Engano compreensível, engano resultante do excesso de zelo, mas engano, de qualquer maneira. O senhor me autuou e me prendeu, por ter encontrado um siri vivo em meu restaurante. Aparentemente é uma medida adequada. Na verdade, e como já lhe mostrarei, não é. 
        Em primeiro lugar, não se trata de um siri qualquer, senhor delegado.
       Quando foi trazido para o restaurante, com muitos outros siris apanhados numa praia, parecia isso, um siri comum. Mas logo ficou evidente que aquele siri tinha qualidades excepcionais.   
       Acenava-me com as patinhas, senhor delegado. Isso mesmo: fazia gestos amistosos, uma coisa comovente. De imediato decidi: ele não iria para a panela. Ficaria no restaurante, como animalzinho de estimação. Outros donos de restaurante têm gato de estimação, cachorro de estimação, papagaio de estimação, lagarto de estimação por que não poderia eu ter um siri de estimação?
        Dei ao siri o nome de César, porque ele gostava de fazer pose de imperador, e passei a criá-lo. O que, com siris, não é difícil. Eles não comem muito, não ocupam muito espaço. E o César era a simpatia em pessoa. Os fregueses simplesmente o adoravam. Chamavam-no: aqui, César, aqui! E ele ia correndo para as mesas e ficava acenando as patinhas. Lá pelas tantas aprendeu a dançar. Coisa mais engraçadinha. A gente botava música e o César ficava dançando a dança do siri, três passos para um lado, três passos para o outro. O pessoal ficava deliciado.
        E agora, vem o mais importante: o César era muito higiênico. Outros siris fazem as necessidades em qualquer lugar. O César, não. O César descobriu que havia, no restaurante, um lugar especial para isso e dirigia-se espontaneamente ao banheiro (dos homens).
       Repito: espontaneamente, senhor delegado. Eu nunca o obriguei a fazer isso. Ele ia até lá, pulava para o vaso, fazia o que tinha de fazer e limpava-se com papel higiênico.
       Por azar, o senhor veio ao restaurante exatamente no momento em que o César estava no banheiro. O senhor o surpreendeu lá dentro. O pobre bichinho deve ter morrido de vergonha, mas o César era digno, não sairia correndo por causa disso.
       Ficou no banheiro, coisa que, para o senhor, se constituiu num flagrante.
     E, para ele, num trauma. Desde que isso aconteceu, o pobre não evacuou mais. Está com uma prisão de ventre terrível. Uma coisa emocional, claro.
       Siris também têm emoções, senhor delegado. Inclusive e principalmente no banheiro.

(Moacyr Scliar)


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Tema de Redação – UNEAL – 2012

Tema de Redação – UNEAL – 2012

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Instruções: 
Adicionar legenda

Para elaborar a sua redação, respeite os seguintes critérios enumerados abaixo.
1. Seu texto será do tipo dissertativo-argumentativo e terá no mínimo 20 e no máximo 30 linhas.
2. A abordagem do tema não deverá restringir sua reflexão a casos particulares e específicos.
3. Formule uma opinião sobre o assunto e apresente argumentos que defendam seu ponto de vista.
4. Para esclarecer esses argumentos, apresente causas e consequências, exemplos, fatos-exemplo, dados e testemunhos.
5. Conclua, defendendo sua posição.
6. Sirva-se da leitura dos fragmentos apresentados somente para fazer uma reflexão sobre o assunto e criar ideias para sua redação. Não os transcreva como se fossem seus.

7. Responda somente com caneta de tinta azul ou preta e não se identifique com marcas, assinaturas etc. na Folha de Resposta da Redação.


Texto 1

Texto 2

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça,
o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais
enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as
chaminés das indústrias se alçam verticalmente.
No mais, em todo o quadro, rostos colados, um
ao lado do outro, em pirâmide que tende a se
prolongar infinitamente, como mercadoria que
se acumula, pelo quadro afora.
Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.
Somos muitos severinos
Iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito e m cima.

João Cabral de Melo Neto

Desenvolva um texto dissertativo-argumentativo sintetizando as ideias apresentadas nos textos dados.

TEMA: INCLUSÃO SOCIAL: uma questão de tempo, esforço e oportunidade.

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25 Respostas iniciadas pela letra “I”

Exercícios de conhecimentos gerais 
25 Respostas iniciadas pela letra "I"

1. Astrônomo e cientista inglês que criou as bases da mecânica com três leis fundamentais.

2. Arqueólogo mais famoso do cinema.

3. “Imaginação” em inglês.

4. Réptil que alcança até 1.80m de comprimento.  

5.  Grande pedaço de gelo que se desprende das geleiras polares.

6. País cuja capital é Nova Deli.

7. Corrente filosófica que surgiu no século XVIII na Europa, objetivando conquistar uma maior liberdade política, social, econômica e cultural por meio do poder da razão.

8. Clube de futebol gaúcho que foi campeão mundial de clubes em 2006.

9. Segundo o folclore brasileiro, sereia que vive no Rio Amazonas.

10. País europeu famoso pelas massas e pizzas.

11. País cuja capital é Londres.

12.Religião fundada pelo profeta árabe Maomé.

13. Sinônimo de farsante, enganador.

14. Aquilo que não tem cor.

15. Substância, produzida pelo pâncreas, que controla a taxa de açúcar no sangue.

16. Cosmonauta soviético que foi o primeiro homem a viajar pelo espaço.

17. Princípio constitucional que garante igualdade para todos perante a lei.

18. Aquilo que não se pode mensurar.

19. Período conhecido como a Idade das Trevas.

20. Pessoa que mora em um local pagando aluguel.

21. País cuja capital é Teerã.

22. Maior cidade da Turquia, conhecida antigamente como Bizâncio e Constantinopla.

23. País cuja capital é Bagdá.

24. Princípio da física também conhecido como a Primeira Lei de Newton. É a capacidade de resistir à mudança de movimento.

25. Tribunal eclesiástico instituído pela Igreja católica no começo do séc. XIII com o fito de investigar e julgar sumariamente pretensos hereges e feiticeiros.



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Tema de Redação – FGV – 2015 – 2º semestre – ADMINISTRAÇÃO

Tema de Redação – FGV – 2015 – 2º semestre – ADMINISTRAÇÃO


Redação

Vivemos numa época em que quase tudo pode ser comprado e vendido. Nas três últimas décadas, os mercados – e os valores do mercado – passaram a governar nossa vida como nunca. Não chegamos a essa situação por escolha deliberada. É quase como se a coisa tivesse se abatido sobre nós.
Quando a guerra fria acabou, os mercados e o pensamento pautado pelo mercado passaram a desfrutar de um prestígio sem igual, e muito compreensivelmente. Nenhum outro mecanismo de organização de produção e distribuição de bens tinha se revelado tão bem-sucedido na geração de afluência e prioridade. Mas, enquanto um número cada vez maior de países em todo o mundo adotava mecanismos de mercado na gestão da economia, algo mais também acontecia. Os valores de mercado passavam a desempenhar um papel cada vez maior na vida social. A economia se tornava um domínio imperial. Hoje, a lógica de compra e venda não se aplica apenas a bens materiais: governa crescentemente a vida como um todo. Está na hora de nos perguntarmos se queremos viver assim. (...)
Essa chegada do mercado e do pensamento centrado nela a aspectos da vida tradicionalmente governados por outras normas é um dos acontecimentos mais significativos de nossa época.

Michel J. Sandel, filósofo, Professor na Universidade Harvard. O que o dinheiro não compra. Os limites morais do mercado. RJ, Civilização Brasilleira, 2012 (Adaptado).

Reduzir o valor da vida ao dinheiro mata toda possibilidade de idealizar um mundo melhor.
  Somente o saber pode fazer frente ao domínio do dinheiro, pelo menos por três razões. A primeira: com o dinheiro pode-se comprar tudo (dos juízes aos parlamentares, do poder ao sucesso), menos o conhecimento. Sócrates lembra a Agatão que o saber não pode ser transferido mecanicamente de uma pessoa a outra. O conhecimento não se adquire, mas se conquista com grande empenho interior. A segunda razão diz respeito à total reversão da lógica do mercado. Em qualquer troca econômica há sempre uma perda e um ganho. Se compro um relógio, por exemplo, "perco" o dinheiro e fico com o relógio; e quem me vende o relógio "perde" o relógio e recebe o dinheiro. Mas, no âmbito do conhecimento, um professor pode ensinar um teorema sem perdê-lo. No círculo virtuoso do ensinar, enriquece quem recebe (o estudante), enriquece quem dá (quantas vezes o professor aprende com seus estudantes?). Trata-se de um pequeno milagre. Um milagre - e essa é a terceira razão - que o dramaturgo irlandês George Bernard Shaw sintetiza num exemplo: se dois indivíduos têm uma maçã cada um e fazem uma troca, ao voltar para casa cada um deles terá uma maçã. Mas, se esses indivíduos possuem cada um uma ideia e a trocam, ao voltarem para casa cada um deles terá duas ideias.(...)
  A ditadura do lucro e do utilitarismo infectou todos os aspectos da nossa vida, chegando a contaminar esferas nas quais o dinheiro não deveria ter peso, como a educação. Transformar escolas e universidades em empresas que devem produzir unicamente diplomados para o mundo do trabalho é destruir o valor universal do ensino. Os estudantes adquirem créditos e pagam débitos com a esperança de conquistar uma profissão que possa dar a eles o máximo de riqueza. A escola e a universidade, ao contrário, devem formar os heréticos capazes de rejeitar o lugar-comum, de repelir a ideologia dominante de que a dignidade pode ser medida com base no dinheiro que possuímos ou com base no poder que possamos gerenciar. A felicidade, como nos recorda Montaigne, não consiste em possuir, mas em saber viver.

Professor E. Ordine. Sociólogo italiano – Universidade da Calábria, em entrevista a João Marcos Coelho. O Estado de S. Paulo, 15/2/2014.

  Com base nas sugestões contidas nos textos aqui reunidos e em outros conhecimentos que você considere relevantes, redija uma dissertação em prosa sobre o tema É desejável e possível limitar o poder do dinheiro? Procure argumentar de modo a deixar claro seu ponto de vista sobre o assunto.

Instruções:

– A redação deverá seguir as normas da língua escrita culta*.
– O texto deverá ter, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas escritas.
– Redações fora desses limites não serão corrigidas e receberão nota zero.
– A redação também terá nota zero, caso haja fuga total ao tema ou à estrutura definidos
na proposta de redação.
– Dê um título a sua redação.
– A redação deverá ser redigida na folha de respostas, com letra legível e, obrigatoriamente, com caneta de tinta azul ou preta.



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