TEMA
DE REDAÇÃO – FAMERP – 2019
TEXTO
1
O sarampo era considerado uma doença erradicada no
Brasil desde 2016, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou que
o país estava há um ano sem registro de casos do vírus. Mas isso mudou em 2018:
boletins recentes da entidade advertem que está em curso um surto da doença,
altamente contagiosa e que pode levar à morte crianças pequenas ou causar
sequelas graves.
O Ministério da Saúde, por sua vez, informou haver
alto risco de retorno da poliomielite em pelo menos 312 cidades brasileiras. A
doença era considerada erradicada na América do Sul desde 1994, após décadas
provocando milhares de casos de paralisia infantil. A preocupação com a pólio
se dá pelo fato de que, embora não tenha havido casos recentes no Brasil,
identificou-se um registro da doença na vizinha Venezuela e a circulação do
vírus em outros 23 países do mundo nos últimos três anos.
Os alertas acima colocam em evidência doenças que
estavam controladas graças à vacinação em massa, mas que ameaçam provocar
estragos na saúde pública brasileira caso a imunização sofra baixas. “Por não
termos mais contato com algumas doenças infecciosas, a percepção é que elas
deixaram de existir e que a vacinação é inútil. Mas poucas intervenções da
medicina foram tão eficazes como as vacinas, capazes de erradicar doenças que
antes matavam muitas pessoas”, avalia o pesquisador do Serviço de Bacteriologia
do Instituto Butantan, Paulo Lee Ho.
(Laís Modelli. “Sarampo, pólio, difteria e rubéola
voltam a ameaçar após erradicação no Brasil”. www.bbc.com,
07.07.2018. Adaptado.)
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2
Embora
o Brasil tenha um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do
mundo, com os principais imunizantes disponíveis a todos gratuitamente, vêm
ganhando força no país grupos que se recusam a vacinar os filhos ou a si
próprios.
Esses
movimentos “antivacina” estão sendo apontados como um dos principais fatores
responsáveis por um recente surto de sarampo na Europa, onde mais de 7 mil
pessoas já foram contaminadas. No Brasil, os grupos, principalmente de pais,
são impulsionados por meio de páginas temáticas em redes sociais que divulgam,
sem base científica, supostos efeitos colaterais das vacinas.
Os
pais também trocam informações sobre como não serem denunciados (por exemplo,
não informar aos pediatras sobre a decisão de não vacinar os filhos) e
compartilham estratégias que eles acreditam que garantiriam a imunização das
crianças de forma alternativa, com óleos, homeopatia e alimentos.
(Fabiana
Cambricoli e Isabela Palhares. “Grupos contrários à vacinação avançam no país;
movimento preocupa Ministério da Saúde”.
https://noticias.uol.com.br,
22.05.2017. Adaptado.)
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3
https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/imagemTopo/oswaldo_cruz.jpg
Rio
de Janeiro, início do século XX. Uma cidade com cerca de 700 mil habitantes e
graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, toneladas de lixo
nas ruas, cortiços superpovoados. Um ambiente propício à proliferação de várias
doenças, o Rio era conhecido pelos imigrantes que aqui aportavam como “túmulo
de estrangeiros”.
Nessa
época, Oswaldo Cruz criou as Brigadas Mata-Mosquitos, formadas por grupos de
funcionários do Serviço Sanitário que, acompanhados de policiais, invadiam as
casas – e tinham até mesmo autoridade para mandar derrubá-las nos casos em que
as considerassem uma ameaça à saúde pública – para desinfecção e extermínio dos
mosquitos transmissores da febre amarela. Para acabar com os ratos,
transmissores da peste bubônica, ele mandou espalhar raticida pela cidade e
tornou obrigatório o recolhimento do lixo pela população. E, finalmente, para
erradicar a varíola, lançou a vacinação obrigatória, medida que se tornou o
estopim de uma revolta da população. Apesar das divergências estatísticas,
sabe-se que a Revolta da Vacina foi o maior motim da história do Rio de Janeiro.
(Rio de
Janeiro. Secretaria Especial de Comunicação Social. 1904 – Revolta da Vacina. A
maior batalha do Rio, 2006. Adaptado.)
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, escreva uma
dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Obrigatoriedade
da vacinação:
entre
a prevenção a doenças e o respeito às escolhas individuais.
www.veredasdalingua.blogspot.com.br
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