Tema
de redação – UNIFENAS – 2003
SIM
AO TRABALHO INFANTIL
(...)
Impedir que jovens adolescentes com idade entre 12 e 16 anos tenham acesso a
oportunidades de trabalho ou que possam responder às suas necessidades básicas
é sinônimo de direcioná-los para o ócio, para o crime ou para as drogas. Ainda
mais, é prejuízo para suas famílias, que deixam de contar com uma sadia renda
complementar.
(...)
É preciso disciplinar e incentivar o trabalho desses jovens, que, obrigatoria e
simultaneamente, devem estudar e apresentar bom rendimento escolar. Isso se
tornaria viável com a criação de uma carteira especial “trabalho-escola”: um
documento único que mesclaria o registro de uma atividade profissional com o
tradicional boletim escolar.
(...)
Trabalho infantil é sadio e deve ser estimulado. O contrato formal com uma
atividade produtiva gera um positivo efeito-demosntração pelo convívio com
dezenas, centenas, milhares de profissionais honestos e trabalhadores, e ainda
proporciona renda obtida por meio de esforço próprio, o que se constitui num
coquetel de benefícios cujo resultado é um tremendo e imediato impacto na
auto-estima dos jovens”.
(David
Feffer-Exame, Editora Abril, 23/4/2003)
NÃO
AO TRABALHO INFANTIL
“Não faltam no país aqueles que são
defensores ferrenhos do trabalho infantil. Para eles, tal prática, além de
evitar a ociosidade e a malandragem, concorre para a disciplina e prepara para
a vida. Os que assim pensam colocam-se flagramente contra o Estatuto da Criança
e do adolescente, que é bastante claro: “É proibido qualquer trabalho a menores
de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz”.
Não devemos esquecer, ainda, que a criança
que trabalha tem sua formação e desenvolvimento comprometidos pela
impossibilidade de atividades próprias à sua idade e, ainda por cima, não pode se
educar direito.
Pesquisa realizada pelo IBGE e OIT
(Organização Internacional do Trabalho) dá conta (os dados são de 2001, mas
foram divulgados no último 16 de abril) que no Brasil há 5,5 milhões de
crianças e adolescentes trabalhando. Desse total, 49 por cento trabalhavam sem
remuneração e no grupo de crianças de 5 a 9 anos, 92 por cento trabalhavam sem
receber. Também registrou-se que o maior número de trabalhadores precoces
localiza-se nas regiões Sul e Nordeste. No Sul 15,1 por cento dos menores nessa
faixa etária trabalhavam e no Nordeste esse percentual chegou a 16,6 por cento.
Pelo exposto, é aceitável a declaração de
Carlos Alexim, da OIT, para quem “é difícil encontrar no Brasil uma mercadoria
que não tenha a marca da mão de uma criança”. Trata-se de uma marca penosa, já
que advinda de atividades perigosas, insalubres, sem direitos trabalhistas, sem
remuneração e sem direito à escola. A grande maioria dos menores submetidos a
essa dura realidade (mais acentuada em determinadas regiões do país) não
consegue conciliar trabalho com estudo. Assim, terminam por abandonar os
estudos, ou ficam defasados em relação a seus colegas.
Lugar de criança é na escola. O trabalho
fica para mais tarde. Para o momento em que, um indivíduo, após viver com
intensidade os sonhos acalentados na infância, pode exercer com inteireza a
cidadania e, assim, contribuir para o progresso do seu país.
(Pedro
Paulo Rodrigues- Texto especialmente produzido para esta redação)
Posicionando-se
diante dos textos acima, elabore um texto dissertativo com, no mínimo, quatro
parágrafos. Procure responder a algumas indagações : Crianças devem trabalhar?
Por que há tantas trabalhando? A situação delas tem melhorado? Que políticas
tem sido implementados
para diminuir o problema do trabalho infantil?
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