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sábado, 1 de setembro de 2018

Instituto Mauá – 2016 – Prova de Língua Portuguesa e Redação

Instituto Mauá de Tecnologia – Vestibular 2016 – Prova de Língua Portuguesa e Redação

REDAÇÃO

Sem ultrapassar 20 linhas, componha uma redação com o título:

Era um bilhetinho de amor

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

O texto a seguir serve de base para as questões 01 a 05.

A carteira

(...)
- Tu agora vais bem, não? Dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa.
- Agora vou, mentiu o Honório.
A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo em que fundara grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas parece que ele lhe tirou alguma coisa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais.
D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher; bons ou maus negócios.
(...)
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. Mas então, a carteira?... Examinou-a por fora e pareceu-lhe efetivamente do amigo. Voltou ao interior; achou mais dois cartões, mais três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele.
A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um ato ilícito e, aquele caso, doloroso a seu coração, porque era em dano de um amigo. Todo castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas. Bebeu a última gota de café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então reparou que era quase noite. Caminhou para casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dois empurrões, mas ele desistiu.
Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer.
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo um pouco preocupado, e a própria D. Amélia o parecia também. Entrou rindo e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma coisa.
- Nada.
- Nada?
- Por quê?
- Mete a mão no bolso; não te falta nada?
- Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se alguém a achou?
- Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.
Gustavo pegou dela precipitadamente e olhou desconfiado para o amigo. Esse olhar foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta com a necessidade, era um triste prêmio. Sorriu amargamente; e como o outro lhe perguntasse onde a achara, deu-lhe as explicações precisas.
- Mas conheceste-a?
- Não; achei os teus bilhetes de visita.
Honório deu duas voltas e foi mudar de toalete para o jantar. Então Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro não quis abrir nem ler e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.

(Machado de Assis)

Questão 01 - Com base no texto, pode-se afirmar que uma das razões por que Honório não se apropriou do dinheiro que estava na carteira foi por

A) ressentimento com a traição de D. Amélia.
B) respeito à classe dos advogados.
C) desdém ao valor que havia nela.
D) seu espírito de lealdade.
E) zelo pela reputação jurídica.

Questão 02 - Segundo o narrador, a identificação do dono da carteira Honório obteve

A) pelos bilhetinhos dobrados.
B) graças à leitura das cartas.
C) pelos cartões de visita.
D) pela marca da carteira.
E) por mera casualidade.

Questão 03 - No texto, a frase Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dois empurrões incentivava Honório a

A) devolver a carteira.
B) ficar com a carteira.
C) não praticar ilícitos.
D) não lesar o amigo.
E) reler as cartas.

Questão 04 - A expressão no final do texto “rasgou-o em trinta mil pedaços” é uma figura de linguagem denominada

A) hipérbole.
B) antítese.
C) eufemismo.
D) aliteração.
E) pleonasmo.

Questão 05 - Segundo a norma culta, está correta a frase:

A) Prefiro mais a atitude de Honório que a do Gustavo.
B) Derrepente resolveu ir à casa e mudar de toalete.
C) Machado quis informar-lhes de que a ética é fundamental.
D) Cartas, bilhetinhos, cartão de visita, nada indicavam o dono
da carteira.
E) Entre Gustavo e mim há muita diferença, Amélia.

Questão 06 - As estrofes I e II a seguir são, respectivamente, dos poetas

ESTROFE I

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

ESTROFE II

Vou-me embora pra Pasargada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasargada

A) Vinícius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.
B) Manuel Bandeira e Augusto dos Anjos.
C) Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
D) Oswald de Andrade e João Cabral de Melo Neto.
E) João Cabral de Melo Neto e Vinícius de Moraes.

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