Temas de Redação – Unesp – 2011
REDAÇÃO
– Unesp – 2011
Instrução:
A redação toma por base um texto que integra uma reportagem da revista Fotografe
Melhor e fragmentos de um artigo de Elisabeth Seraphim Prosser, professora e
pesquisadora de História da Arte e de Metodologia da Pesquisa Científica da
Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
Manifestação
surgiu em Nova York nos anos de 1970
Muitos encaram o grafite como uma mera
intervenção no visual das cidades. Outros enxergam uma manifestação social. E
há quem o associe com vandalismo, pichação... Mas um crescente público prefere
contemplá-lo como uma instigante, provocadora e fenomenal linguagem artística.
O grafite é uma forma de expressão
social e artística que teve origem em Nova York, EUA, nos anos de 1970. O
novaiorquino Jean-Michel Basquiat foi o primeiro grafiteiro a ser reconhecido
como artista plástico, tendo sido amigo e colaborador do consagrado Andy Warhol
— a vida de Basquiat, aliás, mereceu até filme, lançado em 1996.
A chegada ao Brasil também foi nos anos
de 1970, na bagagem do artista etíope Alex Vallauri e se popularizou por aqui. Desde
a década de 1990 é pura efervescência. Irreverente, a arte das ruas colocou à
prova a criatividade juvenil e deu uma chance bastante democrática de
expressão, que conquistou, além dos espaços públicos, um lugar na cultura
nacional. Uma arte alternativa, que saiu dos guetos para invadir regiões centrais
e privilegiadas em quase todo o Ocidente.
Hoje, à vista da sociedade e totalmente
integrada ao cotidiano do cidadão brasileiro, a arte de rua provoca e, ao mesmo
tempo, lembra a existência de minorias desfavorecidas e suas demandas por meio
de coloridos desenhos que atraem a atenção.
Essa manifestação avançou no campo
artístico e vem conquistando superfícies em ambientes até então improváveis: do
interior de famosas galerias às fachadas externas de museus, como o Tate
Modern, de Londres, que em 2008 (maio a setembro) teve
a famosa parede de tijolinhos transformada em monumentais painéis grafitados
(25 metros) pelas mãos, sprays e talento de grafiteiros de vários lugares do
planeta, convidados para esse desafio, com destaque para os brasileiros Nunca e
os artistas-irmãos
Osgêmeos.
(Fotografe
Melhor. Um show de cores se revela na arte dos grafites. São Paulo: Editora
Europa, ano 14, n.º 161, fevereiro 2010.)
Quanto à manifestação da arte de rua em
si, pode-se afirmar que ela abrange desde o vandalismo anárquico até a arte politicamente
comprometida. Vai da pichação, cujo propósito é sujar, incomodar, agredir,
chamar a atenção sobre determinado espaço urbano ou simplesmente desafiar a
sociedade estabelecida e a autoridade, até o lambe-lambe e o graffiti, nos
quais se pretende criticar e transformar o status quo. (...)
O transeunte (...) geralmente ignora,
rechaça ou destrói essa arte, considerando-a sujeira, usurpação do seu direito
a uma paisagem esterilizada, uma invasão do seu espaço (às vezes privado, às
vezes público), uma afronta à mente inteligente. Escolhe não olhá-la, não
observá-la, não ler nas suas entrelinhas e nos espaços entre seus rabiscos ou
entre seus traços elaborados. Confunde o graffiti com a pichação, isto é, a
arte com o vandalismo (...).
No entanto, em documentários e em
entrevistas com vários artistas de rua em Curitiba em 2005 e 2006, pôde-se
constatar que essa concepção é, na maioria dos casos, improcedente. Grande
parte dos escritores de graffiti e dos artistas envolvidos com o lambe-lambe
não apenas estuda ou trabalha, mas tem rendimento bom ou ótimo na sua escola ou
no seu emprego.
De acordo com a pesquisa ora em
andamento, o artista de rua curitibano mora tanto na periferia quanto no
centro, é oriundo tanto de famílias de baixa renda como de outras
economicamente mais favorecidas. Seu nível de instrução varia do fundamental
incompleto
ao médio e ao superior, encontrando-se entre eles inclusive funcionários de
órgãos culturais e educacionais da cidade, bem como profissionais liberais,
arquitetos, publicitários, designers e artistas plásticos, entre outros.
Pôde-se perceber, também, que suas preocupações políticas, sua consciência quanto
à ecologia e ao meio ambiente natural ou urbano, seu engajamento voluntário ou
profissional em organizações educacionais e assistencialistas são uma
constante.
(Elisabeth
Seraphim Prosser. Compromisso e sociedade no graffiti, na pichação e no
lambe-lambe em Curitiba (2004-2006). Anais – Fórum de Pesquisa Científica em
Arte. Escola
de Música e Belas Artes do Paraná. Curitiba, 2006-2007.)
PROPOSIÇÃO
Arte
de rua, intervenção urbana, grafite, graffiti, pichação, lambe-lambe, são
inúmeros os termos pelos quais é conhecida a atividade pictórica em muros, paredes
e superfícies de prédios nas cidades do mundo inteiro. Muitas pessoas
consideram tais trabalhos verdadeiros
exemplos de arte plástica popular; outras afirmam que é puro vandalismo. Os
autores ou escritores, por vezes, têm de dar explicações à polícia, quando
flagrados desenhando ou pintando em superfícies de prédios públicos ou
privados. Mas há quem os convide, tanto nas repartições públicas como nas
empresas de todos os gêneros, a pintar painéis decorativos em edifícios. E não
falta também quem já venha implantando cursos ou atividades complementares para
alunos do ensino fundamental e médio aprenderem a fazer grafites.
Com
base neste comentário e nos textos apresentados, escreva uma redação de gênero
dissertativo, em prosa obediente à norma culta da Língua Portuguesa, sobre o
tema:
GRAFITES:
ENTRE O VANDALISMO E A ARTE
REDAÇÃO
– Unesp – 2011 – Meio do ano
Instrução:
Leia os trechos dos textos que se referem ao futuro do livro.
Texto
I
A possibilidade do fim do livro é
traumática porque o livro não pode jamais ser visto apenas como material inerte
ou simples objeto de consumo. É antes um objeto simbólico e uma instituição aos
quais a cultura pós-Gutemberg confiou a tarefa de armazenar
e fazer circular praticamente todo o conhecimento considerado relevante.
Enquanto instituição, o livro representa uma forma de socialização que
compreende todo um circuito de produção e consumo: autores, editores, leitores,
críticos, comunidades interpretativas institucionalizadas. Como qualquer forma
de socialização, a instituição do livro cria um espaço público, estabelece
hierarquias e constitui identidades nos grupos e nos indivíduos que dela
participam.
(Sérgio
Luiz Prado Bellei, O fim do livro e o livro sem fim. Universidade Federal de
Santa Catarina: http://lfilipe.tripod.com.bellei.html)
Texto
II
Com relação ao desaparecimento do livro,
os dois [Umberto Eco e Jean-Claude Carrière] observam com razão que as tecnologias
digitais ficam obsoletas muito mais rapidamente que o livro impresso. Carrière
vai buscar em sua biblioteca um pequeno incunábulo em latim, impresso em Paris
em 1498; com exceção de umas poucas palavras obscuras, é perfeitamente legível
como linguagem e como tecnologia, cinco séculos depois. E ele cita o caso de um
cineasta belga, seu amigo, que tem no porão de casa 18 computadores diferentes,
para poder consultar trabalhos antigos, criados em programas de PC que não são
mais usados hoje.
Os dois comentam que a possibilidade
atual de armazenar quantidades imensas de dados não significa que tudo isto continuará
armazenado (e acessível) indefinidamente, e observam que mesmo uma biblioteca
gigantesca não passa de uma mera
seleção, um filtro de escolha, de prioridades, aplicado a uma cultura. ‘O que devemos
preservar?’ – eis a questão, porque é impossível preservar tudo, tanto quanto é
impossível consultar tudo quanto foi preservado (e que é necessariamente uma
pequena parte desse todo).
(Braulio
Tavares. Não contem com o fim do livro: http://jornaldaparaiba.globo.com/)
Texto
III
Ou seja, apesar de sua imagem idealizada
– às vezes, sacralizada – de fonte de lazer, informação, conhecimento, fruição intelectual,
o livro, enquanto objeto, é apenas ‘o suporte da leitura’, o meio pelo qual o
escritor chega ao leitor. E assim permanecerá até que ‘alguma coisa similar’ o
substitua. Saber quanto tempo essa transição levará para se consumar é mero e
certamente inútil exercício de futurologia. Até porque provavelmente não
ocorrerá exatamente uma transição, mas apenas a acomodação de uma nova mídia no
amplo universo da comunicação. Tem sido assim ao longo da História.
Tranquilizem-se, portanto, os amantes do
livro impresso. Tal como ‘a colher, o martelo, a roda ou a tesoura’, ele veio para
ficar, pelo menos até onde a vista alcança. E não se desesperem os novidadeiros
amantes de gadgets. Estes continuarão sendo inventados e aprimorados por força
da voracidade do business globalizado. E é possível até mesmo que algum deles venha
a se tornar definitivo e entrar no time do livro, da colher, da roda...
(A.
P. Quartim de Moraes. É o fim do livro? Rir para não chorar. www.estadao.com.br/)
PROPOSIÇÃO
Os
e-readers, aparelhos de leitura de livros digitalizados, e os chamados tablets,
que incorporam outras funções além da leitura de livros e revistas, estão
conquistando cada vez mais usuários. Hoje já é possível, com um desses leitores
digitais, ter uma biblioteca de milhares de obras e, além disso, acessar para
leitura imediata jornais e revistas do mundo inteiro. Diante dessa nova
realidade, caracterizada por uma competição muito grande entre empresas que
pretendem criar o melhor aparelho eletrônico de leitura, muitos estudiosos já
preveem o fim dos jornais e revistas e o fim dos livros. Outros, porém,
questionam tais previsões e afirmam que o livro não desaparecerá. Que poderá
acontecer de fato?
Com
base nos textos apresentados na instrução, escreva uma redação de gênero
dissertativo, empregando a norma-padrão, sobre o tema:
O
FUTURO DO LIVRO
Leia também:
Temas de redação – Mackenzie – 2011
Temas de redação – Enem – 2010 – 2011
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