Rita
"A rosa amarela". Alfredo Rodriguez. |
No meio da noite
despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus
cinco anos.
Seus cabelos castanhos - a fita azul
- o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco...
Depois um instante de seriedade;
minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade.
Rita ouvindo música; vendo
campos,mares,montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das
coisas,mas pegando dele seu jeito de amar - sério, quieto, devagar.
Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos,
seus olhos brilhantes de prazer, eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a
amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; o córrego; e a nuvem tangida
pela viração.
Minha filha Rita em meu sonho me
sorria - com pena deste seu pai, que nunca teve.
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Leia também:
“A primeira só” — Marina Colasanti
“Os dois lados” – Murilo Mendes
“Meus oito anos” – Cassiano Ricardo
"Escrever" — Clarice Lispector
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