Tema de redação — UNB — 2013 — 2º Semestre
ATENÇÃO: Nesta prova, faça o que
se pede, utilizando, caso deseje, o espaço indicado para rascunho neste
caderno. Em seguida, escreva o texto na folha de texto definitivo da prova de
redação em língua portuguesa, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos
de texto escritos em locais indevidos. Respeite o limite máximo de linhas
disponibilizado. Qualquer fragmento de texto além desse limite será
desconsiderado. Na folha de texto definitivo da prova de redação em língua
portuguesa, utilize apenas caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em
material transparente.
Leia os
trechos abaixo, extraídos de entrevista concedida pelo ensaísta brasileiro
Tales A. M. Ab’Sáber, autor da obra A
Música do Tempo Infinito. Durante a leitura, é aconselhável que você
assinale trechos ou palavras que julgar relevantes para comporem um comentário
crítico a ser elaborado ao final da leitura.
Em
Berlim, em uma usina elétrica desativada, cenário de máquinas, fiações e tubos
da era do nazismo, uma boate vira a noite sem fechar. É a Berghain/Panorama
Bar, que promove uma festa intensa, que deseja não terminar jamais. Pulsa quase
diariamente, a partir das 23 h 59 min, e entorpece o público com música
eletrônica. O ensaísta brasileiro Tales Ab’Sáber foi um dos que lá baixou. E de
lá saiu com material valioso para uma perícia sobre a grande noite de diversão
industrial. Esse material, utilizado na obra A Música do Tempo Infinito, é objeto da entrevista a seguir.
O que, em geral,
caracteriza uma balada?
Certa vez, um jovem me falou: “A balada é um lugar em que
tudo muda. Quando você entra numa balada, tudo vira outra coisa, você, as
pessoas, o mundo. Nada do que vale fora de lá continua valendo. É um mundo à
parte.” Essa fala revela que a balada sustenta esse desejo. Ela dá uma amostra,
um sampler, do mundo do luxo e da luxúria para os que não o têm, ou da
experiência estética antiburguesa para os adaptados. É um dispositivo de época
para a gestão do prazer. A balada é mais bonita, mais livre e mais erótica que
a vida e, no entanto, está totalmente articulada, econômica e socialmente, à
vida como ela é. Na balada, os jovens vivem uma experiência sensorial sem
compartilhamento.
A balada agrega
todas as classes sociais? De que juventude estamos tratando?
De uma juventude desencantada, que teve os impulsos
críticos de radicalização humanista, estética e democrática, próprios do
movimento da juventude ocidental do século XX, reduzidos a práticas de consumo
a partir da aceleração da cultura do dinheiro nos anos 1990 e 2000. Essa
juventude tenta manter valores de vanguarda. É comprometida com seu destino de
venda de um trabalho sem garantias no mundo das corporações. É uma juventude
atomizada, que caminha entre a baixa vida de mercado e o hedonismo de consumo
do teatro excitado de sua noite.
O que esses jovens
costumam festejar?
É um paradoxo. Festejam suas vidas difíceis de mercado e
sua inserção por um fio na coisa toda. A ordem do poder atual exige celebração
contínua, ligada à afirmação do indivíduo de realização do próprio prazer,
desde que de mercado, apolítico. E esses jovens, que, por vezes, fingem um
cuidadoso punkismo construído em lojas caras da moda, promovem a mesma
celebração geral de seu mundo ou festejam o fato de não haver nada a festejar.
É a compulsão a ser feliz, que está associada à propaganda.
Por que há tantos
megaeventos para uma geração tão voltada para si mesma?
Podemos dizer que o hiperindivíduo, que busca a
singularidade do seu prazer nas ofertas de mercado, acaba pensando como todos
os demais, em uma grande uniformidade cultural. Estamos diante de um mundo que,
na mesma medida em que afirma o indivíduo, o empobrece e o torna apenas
idêntico a todos.
a música? De onde
veio a necessidade da pirotecnia para acompanhá-la?
Quando os Beatles tocavam nos estádios nos anos 1960,
quando inauguraram essa era de espetáculo de massa e expressão pop, grandiosa e
sedutora, eram quatro músicos em cima de um palco, e só. Depois, começa a
surgir a espetacularização visual do
mundo da canção. Em 1968, 69, Pink Floyd começa a fazer projeções de imagens.
Então, num certo momento dos anos 1980, isso vira um espetáculo pirotécnico
gigantesco, com explosões, bolas de fogo. Agora, tem aumentado a
espetacularização, o que significa que a música perdeu importância.
Trechos resumidos de entrevista concedida a Mônica Manir.
Internet: <estadao.com.br> (com adaptações).
Redija,
utilizando o registro da língua padrão, um comentário crítico sobre as
principais ideias expressas na entrevista acima. Explicite sua concordância
e(ou) discordância a respeito dessas ideias. Dê um título a seu texto.
Tema de redação — UNB — 2016
Tema de redação — UNB — 2007 – 1º semestre
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