TEMA DE REDAÇÃO
– FAMERP – 2016
Texto 1 - O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) é um imposto previsto na Constituição brasileira de 1988, mas ainda não regulamentado. Trata-se de um tributo federal que, por ainda não ter sido regulamentado, não pode ser aplicado. Uma pessoa com patrimônio considerado grande fortuna pagaria sobre a totalidade de seus bens uma porcentagem de imposto. Em determinados projetos de lei apresentados no Senado Federal, as alíquotas previstas são progressivas, ou seja, quanto maior o patrimônio, maior a porcentagem incidente sobre a base de cálculo. No Brasil, políticos e economistas divergem se o IGF é um instrumento eficaz de arrecadação ou de diminuição da concentração de renda e de riqueza.
(“Imposto sobre
Grandes Fortunas”. http://pt.wikipedia.org. Adaptado.)
Texto 2 - Sempre
que o governo se vê acuado, a discussão sobre o IGF volta à baila, sob o
argumento de que o “andar de cima” precisa ser mais taxado. De acordo com uma
proposta do Psol, seriam taxados em 1% aqueles que têm patrimônio entre R$ 2
milhões e R$ 5 milhões. A taxação aumentaria para 2% para aqueles cujos bens
estejam estimados entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Para quem tem entre R$ 10
milhões e R$ 20 milhões, a taxação prevista é de 3%. De R$ 20 milhões a R$ 50
milhões, a mordida será de 4%. E para os felizardos que têm acima de R$ 50
milhões, a cobrança será de 5%. Trocando em miúdos, todo aquele que, por
ventura, adquira um patrimônio acima de 2 milhões de reais será punido anualmente
com alíquotas progressivas, que variarão de 1 a 5%. Seu crime? Poupar e
investir a renda, no lugar de consumi-la. Sim, pois “fortuna” nada mais é do
que o estoque de riqueza que alguém acumula ao longo do tempo, resultado da
poupança e/ou da transformação desta em capital (investimento).
Como
a renda no Brasil já é fortemente taxada, caso aprovem essa aberração,
estaremos diante de um caso típico de bitributação, pois a fortuna é a renda
(já tributada originalmente) não consumida transformada em ativos (financeiros
e não financeiros). Sem falar que os ativos imóveis já são taxados anualmente
através do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do ITR (Imposto sobre
a Propriedade Territorial Rural). Ademais, taxar o patrimônio é absolutamente
contraproducente para a economia do país. Será mais um desincentivo à poupança
e ao investimento, vale dizer, menos produção, menos empregos, menos riqueza.
(Rodrigo
Constantino. “Tributando a poupança”. www.veja.abril.com.br, 05.03.2015.
Adaptado.)
Texto 3 - A
estrutura tributária brasileira faz com que as camadas menos favorecidas
economicamente sejam as mais oneradas pela tributação no Brasil. De acordo com
estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os 10% mais pobres da
população mobilizam 32% da sua renda no pagamento de impostos, enquanto os 10%
mais ricos gastam apenas 21%.
A
auditora Clair Hickmann explica por que isso não deveria ocorrer: “Há alguns
princípios básicos de justiça fiscal que estão na Constituição. Um dos princípios
consagrados é o da capacidade contributiva – ou seja, cada cidadão tem que
contribuir para o financiamento fiscal de acordo com seu poder aquisitivo e
econômico –, mas isso não acontece no Brasil. Outro princípio muito importante
é o da progressividade, que significa: quanto maior a renda, maior a alíquota.”
Justamente para modificar esse quadro de desigualdade é que surgem as propostas
de taxação das grandes fortunas.
“A
CUT tem defendido o imposto sobre grandes fortunas porque é preciso desonerar a
classe trabalhadora e onerar aqueles com maior capacidade de pagamento”, pontua
o também economista Miguel Huertas, da Central Única dos Trabalhadores. Cabe
ressaltar que uma maior taxação sobre bens e propriedades não é exatamente uma
pauta “de esquerda”. “Muitos reclamam de impostos no Brasil, mas eles na
realidade são baixos quando comparados com os EUA, Reino Unido ou Alemanha”,
disse o economista francês Thomas Piketty. “Em muitos países extremamente
ricos, a taxação sobre a riqueza é maior do que a taxação sobre o consumo, e
são países capitalistas que são mais competitivos que o Brasil”, afirmou.
(Anna Beatriz
Anjos e Glauco Faria. “A desigualdade traduzida em impostos”.
www.revistaforum.com.br. Adaptado.)
Com base nos
textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação,
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
O Imposto sobre Grandes
Fortunas é uma injustiça com os mais ricos?
Leia também:
Tema de Redação — FATEC 2015 — 1º Semestre
Tema de Redação — MACKENZIE 2014
Tema de redação – FUVEST 2014
Tema de redação – FUVEST 2013
Tema de redação – FATEC 2013 – 2º Semestre
Tema de Redação - UFG - 2013 - 2º Semestre
Tema de Redação - UFRJ - 2011
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