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domingo, 25 de setembro de 2016

Tema de redação – UMC – 2016

Tema de Redação – UMC – 2016


REDAÇÃO – UMC – 2016

Instruções:
A.
1. Leia, com atenção, a proposta.
2. Utilize o espaço destinado para fazer o rascunho da redação.
3. Antes de passar a redação para a folha definitiva, a caneta, leia as instruções impressas na mesma.

B. A redação deve seguir as seguintes instruções.
1. Seu texto deve ter aproximadamente 25 linhas;
2. Não se esqueça de dar um título sugestivo ao texto;
3.Não copie trechos dos excertos de textos;
4. Sua produção textual será avaliada com base nos seguintes critérios:
- Domínio da língua portuguesa culta;
- Compreensão da proposta de redação e domínio do gênero de texto solicitado;
- Seleção, organização e construção de argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema proposto;
- Emprego de organizadores textuais necessários à construção da argumentação;
- Utilização adequada das marcas de segmentação textual: título, paragrafação, pontuação e outros sinais gráficos.

Observação: A redação valerá no máximo 100 pontos, sendo que cada critério especificado acima poderá atingir de zero a 20 pontos, desclassificando-se o candidato que totalizar pontuação menor que 20 ao final da avaliação.

Tema: "A utópica solidariedade humana"

            Você deve ler os textos de apoio.
            Para produzir o texto da redação, são propostos dois recortes desse tema, você deverá produzir, em prosa, um texto argumentativo, uma dissertação, ou texto narrativo, uma crônica.
            Escolha uma das duas propostas para redação (dissertação ou crônica) e indique sua escolha no alto da página da redação.
            Os textos de apoios são válidos, para as duas propostas. Leia todos e selecione o que julgar pertinente para a realização da proposta escolhida. Articule os elementos selecionados com sua experiência de leitura e reflexão.
            O uso de um ou mais textos de apoio é obrigatório.
            ATENÇÃO - sua redação será anulada se você desconsiderar os textos de apoio, ou fugir ao recorte temático, ou ainda, não atender ao gênero textual da proposta escolhida.

TEXTOS DE APOIO:

Texto 1 - Refugiados - a honra perdida da Europa

            A morte do menino sírio Aylan, que deu à costa numa praia da Turquia depois do barco em que viajava ter naufragado, comoveu o mundo, operou uma viragem no posicionamento de muitos líderes europeus e sobretudo gerou um movimento de solidariedade nas redes sociais que promete resgatar a honra perdida do velho continente.
            À ignomínia do arame farpado, dos cães e das cargas policiais, dos números inscritos nos braços a marcador, do sofrimento imposto nas fronteiras da Sérvia, da Grécia e da Hungria; ao desprezo pelas obrigações internacionais que decorrem dos tratados e convenções que os países da Europa subscreveram; à vergonha das declarações do primeiro ministro britânico David Cameron, comparando os migrantes a uma “praga”, sucede-se agora uma onda de simpatia por esses condenados da terra, acolhidos com aplausos, água e brinquedos à chegada à Alemanha, cuja chanceler Angela Merkel, depois de semanas de hesitação, já havia declarado estar disponível para acolher até 800 000 refugiados vindos da Síria.
            Berlim parece ter compreendido, melhor e mais cedo que as outras capitais europeias, que os refugiados, longe de serem apenas um problema, podem ser um activo – embaratecimento da força trabalho, reforço do sistema de segurança social e estímulo ao crescimento demográfico.
            Na Islândia, depois que uma jovem escritora endereçou uma carta aberta ao governo, pelo menos 10.000 pessoas – 4% da população - ofereceram as suas casas para acolher refugiados; na Finlândia, o próprio presidente colocou a moradia à disposição, num gesto destinado a incentivar a generosidade do resto do país e em Espanha, Madrid e Barcelona declararam-se cidades-refúgio, dando as boas-vindas aos imigrantes.           Ontem, domingo, o próprio Papa apelou às organizações católicas de toda a Europa para acolherem refugiados.
            Tudo isto, porém, não apaga, antes acentua, o sentimento de indiferença e incapacidade que decorre das declarações oficiais da UE, cujos líderes, no auge da crise, marcaram uma reunião “urgente” para daí a 15 dias, ou seja, apenas para 14 de Setembro!
            No seu conjunto, as instituições europeias – Conselho, Comissão e Parlamento – destituídas de um mínimo sentido de solidariedade e urgência à altura da tragédia de proporções bíblicas a que vimos assistindo, mostraram-se totalmente impreparadas para fazer face ao problema, não gerando até agora qualquer política de consenso minimamente coerente.
            Depois do escândalo dos naufrágios no Mediterrâneo, que já ceifaram dezenas de milhar de vidas, a muito custo, a UE tinha acordado receber este ano até 40.000 refugiados – número bastante reduzido face às necessidades, mas que mesmo assim se mostrava difícil de cumprir porque vários países levantavam objecções às quotas que lhes haviam sido destinadas.
            Agora, face ao súbito avolumar do problema, e à crescente indignação da opinião pública, que se acentuou depois da foto do menino sírio morto, a Comissão fala de uma meta de 120.000, três vezes mais do que o limite que a UE a si própria se havia imposto.
            Mais uma vez, os europeus parecem correr atrás do prejuízo – o Alto Comissariado da ONU para os refugiados já pediu que a UE abra espaço para pelo pelos 200.000 pessoas.
            Tudo indica, portanto, que as decisões europeias vão ser too little, too late – muito pouco, demasiado tarde. Depois de ser compelida a abrir caminho aos refugiados, a Hungria fala já de novo em fechar as fronteiras e prossegue na construção de um muro de 175 kms e 4 metros de altura na fronteira com a Sérvia.
            Por outro lado, longe de se questionar sobre as razões profundas da crise – a miséria extrema em que vivem milhões de pessoas e as guerras e intervenções militares no Médio Oriente, algumas das quais ela própria promoveu ou de que foi cúmplice – a UE mostra tendência para se concentrar apenas nas consequências, como a repressão ao tráfico de seres humanos que a onda migratória suscita. Ou seja, procura, quando muito, mitigar efeitos, em vez de tentar resolver problemas.
            Fica assim a dúvida: será a corrente de solidariedade suscitada pela foto do menino morto suficiente para resgatar a honra perdida da Europa?

(Carlos Fino, O Globo, 07/09/2015)

Texto 2 - Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins,
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

(Carlos Drummond de Andrade, 1940)

Texto 3 - Texto bíblico


As faltas contra a justiça e a caridade para com o próximo ou mesmo por omissão são apontadas como a causa do castigo, realçando, assim os gestos de solidariedade praticados para com o próximo que levam a uma recompensa positiva. Há, pois, um evidenciar das atitudes que Jesus espera que todos tomem; mais do que atitudes, diremos, Jesus espera do ser humano uma forma de estar na vida conforme aos ensinamentos que lhe dá, ensinamentos esses que se resumem nos dois mandamentos que deixou: Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento e Ama ao teu próximo como a ti mesmo [Mat. 22: 37 e 39].



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