Tema
de Redação – UMC – 2016
Instruções:
A.
1. Leia, com
atenção, a proposta.
2. Utilize o
espaço destinado para fazer o rascunho da redação.
3. Antes de
passar a redação para a folha definitiva, a caneta, leia as instruções
impressas na mesma.
B. A redação deve seguir as seguintes
instruções.
1. Seu texto
deve ter aproximadamente 25 linhas;
2. Não se
esqueça de dar um título sugestivo ao texto;
3.Não copie
trechos dos excertos de textos;
4. Sua produção
textual será avaliada com base nos seguintes critérios:
- Domínio da
língua portuguesa culta;
- Compreensão da
proposta de redação e domínio do gênero de texto solicitado;
- Seleção,
organização e construção de argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o
tema proposto;
- Emprego de
organizadores textuais necessários à construção da argumentação;
- Utilização
adequada das marcas de segmentação textual: título, paragrafação, pontuação e
outros sinais gráficos.
Observação: A redação valerá no máximo
100 pontos, sendo que cada critério especificado acima poderá atingir de zero a
20 pontos, desclassificando-se o candidato que totalizar pontuação menor que 20
ao final da avaliação.
Tema: "A utópica solidariedade humana"
Você
deve ler os textos de apoio.
Para
produzir o texto da redação, são propostos dois recortes desse tema, você
deverá produzir, em prosa, um texto argumentativo, uma dissertação, ou texto
narrativo, uma crônica.
Escolha
uma das duas propostas para redação (dissertação ou crônica) e indique sua
escolha no alto da página da redação.
Os
textos de apoios são válidos, para as duas propostas. Leia todos e selecione o
que julgar pertinente para a realização da proposta escolhida. Articule os
elementos selecionados com sua experiência de leitura e reflexão.
O
uso de um ou mais textos de apoio é obrigatório.
ATENÇÃO
- sua redação será anulada se você desconsiderar os textos de apoio, ou fugir
ao recorte temático, ou ainda, não atender ao gênero textual da proposta
escolhida.
TEXTOS DE APOIO:
Texto 1 - Refugiados - a honra perdida da Europa
A morte do menino sírio Aylan, que
deu à costa numa praia da Turquia depois do barco em que viajava ter
naufragado, comoveu o mundo, operou uma viragem no posicionamento de muitos
líderes europeus e sobretudo gerou um movimento de solidariedade nas redes sociais
que promete resgatar a honra perdida do velho continente.
À ignomínia do arame farpado, dos
cães e das cargas policiais, dos números inscritos nos braços a marcador, do
sofrimento imposto nas fronteiras da Sérvia, da Grécia e da Hungria; ao
desprezo pelas obrigações internacionais que decorrem dos tratados e convenções
que os países da Europa subscreveram; à vergonha das declarações do primeiro
ministro britânico David Cameron, comparando os migrantes a uma “praga”,
sucede-se agora uma onda de simpatia por esses condenados da terra, acolhidos
com aplausos, água e brinquedos à chegada à Alemanha, cuja chanceler Angela
Merkel, depois de semanas de hesitação, já havia declarado estar disponível
para acolher até 800 000 refugiados vindos da Síria.
Berlim parece ter compreendido,
melhor e mais cedo que as outras capitais europeias, que os refugiados, longe
de serem apenas um problema, podem ser um activo – embaratecimento da força
trabalho, reforço do sistema de segurança social e estímulo ao crescimento
demográfico.
Na Islândia, depois que uma jovem
escritora endereçou uma carta aberta ao governo, pelo menos 10.000 pessoas – 4%
da população - ofereceram as suas casas para acolher refugiados; na Finlândia,
o próprio presidente colocou a moradia à disposição, num gesto destinado a
incentivar a generosidade do resto do país e em Espanha, Madrid e Barcelona
declararam-se cidades-refúgio, dando as boas-vindas aos imigrantes. Ontem, domingo, o próprio Papa apelou
às organizações católicas de toda a Europa para acolherem refugiados.
Tudo isto, porém, não apaga, antes
acentua, o sentimento de indiferença e incapacidade que decorre das declarações
oficiais da UE, cujos líderes, no auge da crise, marcaram uma reunião “urgente”
para daí a 15 dias, ou seja, apenas para 14 de Setembro!
No seu conjunto, as instituições
europeias – Conselho, Comissão e Parlamento – destituídas de um mínimo sentido
de solidariedade e urgência à altura da tragédia de proporções bíblicas a que
vimos assistindo, mostraram-se totalmente impreparadas para fazer face ao
problema, não gerando até agora qualquer política de consenso minimamente
coerente.
Depois do escândalo dos naufrágios
no Mediterrâneo, que já ceifaram dezenas de milhar de vidas, a muito custo, a
UE tinha acordado receber este ano até 40.000 refugiados – número bastante
reduzido face às necessidades, mas que mesmo assim se mostrava difícil de
cumprir porque vários países levantavam objecções às quotas que lhes haviam
sido destinadas.
Agora, face ao súbito avolumar do
problema, e à crescente indignação da opinião pública, que se acentuou depois
da foto do menino sírio morto, a Comissão fala de uma meta de 120.000, três
vezes mais do que o limite que a UE a si própria se havia imposto.
Mais uma vez, os europeus parecem
correr atrás do prejuízo – o Alto Comissariado da ONU para os refugiados já
pediu que a UE abra espaço para pelo pelos 200.000 pessoas.
Tudo indica, portanto, que as
decisões europeias vão ser too little, too late – muito pouco, demasiado tarde.
Depois de ser compelida a abrir caminho aos refugiados, a Hungria fala já de
novo em fechar as fronteiras e prossegue na construção de um muro de 175 kms e
4 metros de altura na fronteira com a Sérvia.
Por outro lado, longe de se
questionar sobre as razões profundas da crise – a miséria extrema em que vivem
milhões de pessoas e as guerras e intervenções militares no Médio Oriente,
algumas das quais ela própria promoveu ou de que foi cúmplice – a UE mostra
tendência para se concentrar apenas nas consequências, como a repressão ao
tráfico de seres humanos que a onda migratória suscita. Ou seja, procura,
quando muito, mitigar efeitos, em vez de tentar resolver problemas.
Fica assim a dúvida: será a corrente
de solidariedade suscitada pela foto do menino morto suficiente para resgatar a
honra perdida da Europa?
(Carlos Fino, O Globo, 07/09/2015)
Texto 2 - Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem
vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por
serafins,
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.
(Carlos Drummond de Andrade, 1940)
Texto 3 - Texto bíblico
As
faltas contra a justiça e a caridade para com o próximo ou mesmo por omissão
são apontadas como a causa do castigo, realçando, assim os gestos de
solidariedade praticados para com o próximo que levam a uma recompensa
positiva. Há, pois, um evidenciar das atitudes que Jesus espera que todos
tomem; mais do que atitudes, diremos, Jesus espera do ser humano uma forma de
estar na vida conforme aos ensinamentos que lhe dá, ensinamentos esses que se
resumem nos dois mandamentos que deixou: Ama o Senhor teu Deus com todo o teu
coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento e Ama ao teu próximo
como a ti mesmo [Mat. 22: 37 e 39].
Leia também:
Tema de Redação — FATEC 2015 — 1º Semestre
Tema de Redação — MACKENZIE 2014
Tema de redação – FUVEST 2014
Tema de redação – FUVEST 2013
Tema de redação – FATEC 2013 – 2º Semestre
Tema de Redação - UFG - 2013 - 2º Semestre
Tema de Redação - UFRJ - 2011
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