Prova de Língua Portuguesa - UFG - 2003 - 1ºfase
As questões 01, 02 e 03 referem-se ao trecho que segue.
CIDADANIA E LEITURA - Leandro Konder
Nossas
cidades, com suas desigualdades sociais monstruosas, se transformaram em
caldeirões que parecem prestes a explodir. No entanto, as denúncias escritas dessa
situação parecem inócuas.
Por
um lado, a literatura tem poder de nos proporcionar uma maior compreensão da
nossa condição de pessoas um tanto bizarras e confusas. Então, ela pode nos incitar
a tomarmos atitudes de protesto contra a inumanidade e a mentira, de revolta
contra a injustiça e a opressão. Por outro lado, porém, apesar do fascínio que
a leitura dos textos inquietos exerce sobre os leitores, contribuindo decisivamente
para a formação de consciências críticas e de um legítimo espírito de
cidadania, a cidade — tal como está organizada — nos coloca na posição melancólica
de observadores quase impotentes da dinâmica rudemente pragmática do mercado.
Com
a generalização da produção de mercadorias, o rosto expressivo do
revolucionário serve de ilustração na T-shirt, os versos do poeta “engajado”
são aproveitados em jingles publicitários, as fortes imagens eróticas do pintor
combativo são adaptadas à linguagem da pornografia mercantilizada.
Como
lidar com esse quadro?
Uma
coisa é certa: não podemos deixar que um ceticismo exagerado nos desmobilize.
Contra o desânimo, precisamos insistir na reanimação do espírito inconformista.
(Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 17 set.
2002. p. 8.)
QUESTÃO 01 - O tema básico do texto, em torno do qual o autor organiza
seus argumentos, pode ser expresso por algumas das seguintes proposições:
1-( ) As cidades modernas, com suas monstruosas
desigualdades sociais, anulam os efeitos positivos de uma leitura crítica.
2-( ) O espírito de cidadania criadora, estimulado
pelas leituras críticas, pode tornar-se inócuo diante da força exercida pelo
mercado.
3-( ) A boa literatura que contribui para a
construção da cidadania incita os leitores a tomarem atitudes de protesto
contra o processo de desumanização das grandes cidades.
4-( ) Nas cidades modernas, a força generalizada do
mercado pode anular o efeito mobilizador provocado pela leitura de textos
críticos, transformando-os em mercadorias e colocando seus leitores na posição
de observadores impotentes diante da perda da cidadania.
QUESTÃO 02 - Com relação às estruturas formais e temáticas do
texto, pode-se afirmar que
1-( ) o pronome possessivo, na expressão nossas
cidades, tem o efeito lingüístico de marcar o ponto de vista do autor,
incluindo-o no conjunto dos cidadãos, e ao mesmo tempo de situar na época atual
os fatos analisados.
2-( ) o autor descreve e interpreta, nos três primeiros
parágrafos, o quadro de desorganização e caos das grandes cidades brasileiras.
3-( ) os exemplos da mercantilização das produções
artísticas, no quarto parágrafo, servem como argumentos que sustentam a tese
defendida pelo autor.
4-( ) as expressões por um lado e por
outro lado, que iniciam respectivamente o segundo e o terceiro parágrafos, evidenciam
duas possibilidades opostas de argumentação que acentuam o tom de ceticismo
presente na totalidade do texto.
QUESTÃO 03 - O quarto parágrafo destaca-se pela sua
singularidade lógico-formal. Tendo em vista essa configuração, pode-se afirmar
que
1-( ) a articulação lógica que estrutura o
parágrafo se baseia na relação de causa e conseqüência, o que é indicado pelo
autor logo no início do segmento.
2-( ) o raciocínio do autor sustenta-se na relação
causa-conseqüência-finalidade.
3-( ) a seqüência de exemplos apresentada obedece a
um encadeamento sintático, estruturado em paralelismos.
4-( ) a justaposição de exemplos, sem uso de
conectivos, mantém a unidade temática do parágrafo.
QUESTÃO 04 - Um poema pode oferecer inúmeras possibilidades de leitura
e interpretação. Considere o que segue:
OS MATERIAIS DA VIDA
Carlos Drummond de Andrade
Drls? Faço meu amor em vidrotil
nossos coitos são de modernfold
até que a lança de interflex
vipax nos separe
em clavilux
camabel camabel o vale ecoa
sobre o vazio de ondalit
a noite asfáltica
plkx
(Antologia Poética. 48.ed. Rio de Janeiro:
Record, 200l. p. 259.)
A respeito da seleção lexical que estrutura o
poema, pode-se afirmar o seguinte:
1-( ) O poema foi elaborado com neologismos que
lembram marcas de produtos, revelando a intenção do autor de ironizar a
profusão dessas marcas (paviflex, poliéster, por exemplo) que integram as
sociedades industrializadas.
2-( ) Processos de construção de palavras, como a prefixação
e a sufixação, ocorrem em vidrotil e ondalit, indicando não só o
dinamismo da língua mas também um processo de empréstimos linguísticos.
3-( ) Ao juntar letras em drls e plkx, o
autor explora dois traços da poesia contemporânea: o gráfico e o visual, o que
antecipa no poema experiências estilísticas de vanguarda.
4-( ) No poema, a forma de muitas palavras adquire
maior relevância do que o seu conteúdo, revelando a intenção humorística do
autor.
Para responder às questões 05 e 06, leia o trecho abaixo.
[...] O Bispo era tão grande, nos rôxos, na hora de
se beijar o anel dava um medo. Quem ficava mais vezes de castigo era ele,
Miguilim; mas quem apanhava mais era a Chica.
A Chica tinha malgênio — todos diziam. Ela
aprontava birra, encapelava no chão, capeteava; mordia as pessoas, não tinha
respeito nem do pai. Mas o pai não devia de dizer que um dia punha ele Miguilim
de castigo pior, amarrado em árvore, na beirada do mato. Fizessem isso, ele morria
da estrangulação do medo? Do mato de cima do morro, vinha onça. Como o pai
podia imaginar judiação, querer amarrar um menino no escuro do mato? Só o pai
de Joãozinho mais Maria, na estória, o pai e a mãe levaram eles dois, para
desnortear no meio da mata, em distantes, porque não tinham de comer para dar a
eles. Miguilim sofria tanta pena, por Joãozinho mais Maria, que voltava a vontade
de chorar. [...]
(ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim.
21.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1967. p. 38.)
QUESTÃO 05 - Analisando os elementos responsáveis pela coesão textual
no fragmento acima, pode-se afirmar que
1-( ) o nome Miguilim, no segmento “Quem ficava
mais vezes de castigo era ele, Miguilim”, poderia ser retirado sem prejuízo
para a compreensão do texto.
2-( ) na oração “o pai e a mãe levaram eles dois”,
considerando o uso da norma padrão da língua, os termos eles dois deveriam
ser substituídos pelo pronome lhes.
3-( ) em “Mas o pai não devia de dizer que um dia
punha ele Miguilim de castigo pior”, o operador argumentativo mas introduz
um enunciado que apresenta uma idéia oposta à do período anterior.
4-( ) as orações “Fizessem isso, ele morria da estrangulação
do medo?” se ligam numa relação de condicionalidade.
QUESTÃO 06 - No trecho selecionado, pode-se perceber uma heterogeneidade
de vozes presentes na narrativa. A multiplicidade de vozes discursivas pode ser
exemplificada pelo
1-( ) emprego do tempo verbal na frase “A Chica
tinha malgênio — todos diziam”.
2-( ) apagamento do pronome ela na seqüência
“ela aprontava birra, encapelava no chão, capeteava; mordia...”
3-( ) uso do discurso indireto livre mesclando a
voz do narrador à da personagem Miguilim em “Como o pai podia imaginar
judiação, querer amarrar um menino no escuro do mato?”
4-( ) recurso da intertextualidade que marca a
relação da história de Miguilim com a história de João e Maria.
QUESTÃO 07 - A charge remete ao conflito entre judeus e
palestinos, no Oriente Médio.
Tendo em vista os significados implícitos na
charge, podem ser feitas as seguintes afirmações:
1-( ) Ao representar sobre o berço um móbile
constituído de granadas, o cartunista sugere que, na Palestina, as crianças
aprendem a conviver com armas durante a infância.
2-( ) A imagem pode ser considerada eloquente
porque mostra um bebê tentando agarrar um artefato bélico; nesse sentido, a
charge simboliza um estímulo à resistência dos palestinos.
3-( ) Por nascerem e crescerem no meio de um
conflito armado, as crianças da Palestina tornam-se, na adolescência, os
homens-bomba que se imolam em atentados na cidade de Telaviv.
4-( ) Ao referir-se ao mesmo tempo à infância e à
guerra, o cartunista denuncia o seguinte fato: as crianças tornam-se imunes à
violência que é praticada pelas ações militares.
QUESTÃO 08
MALDIÇÃO - Zeca Baleiro
baudelaire macalé luiz melodia
quanta maldição
o meu coração não quer dinheiro
quer poesia
baudelaire macalé luiz melodia
rimbaud a missão
poeta e ladrão
escravo da paixão sem guia
edgar allan põe tua mão na pia
lava com sabão
tua solidão
tão infinita quanto o dia
vicentinho van gogh luiza erundina
voltem pro sertão
pra plantar feijão
tulipas para a burguesia
baudelaire macalé luiz melodia
waly salomão
itamar assumpção
o resto é perfumaria
(Vô Imbolá. MZA Music, 1999)
As personalidades citadas no texto de Zeca Baleiro têm
em comum o fato de serem marginalizadas pela sua atuação artística ou política
contrária aos valores dominantes de sua época. Levando em conta o texto do
compositor, bem como as considerações acima, pode-se concluir que
1-( ) o conjunto de nomes citados no texto reitera
o estigma de maldição, que o título anuncia.
2-( ) o refrão “baudelaire macalé luiz melodia”
expressa um certo repúdio do compositor ao tipo de vida dos personagens
mencionados.
3-( ) nos versos “pra plantar feijão” e “tulipas
para a burguesia”, as palavras feijão e tulipas remetem à mesma classe
social.
4-( ) os versos “tulipas para a burguesia” e “o
resto é perfumaria” fazem alusão às pessoas e aos valores que difundem e mantêm
a marginalização das personalidades citadas.
QUESTÃO 09 - No livro Casa de Pensão, de Aluísio Azevedo,
o eixo principal da intriga é a relação Amâncio–Amélia que
1-( ) revela a mulher, ainda em conformidade com os
princípios românticos, idealizando o sentimento de amor, contrariando, assim,
os interesses daqueles que a rodeiam.
2-( ) permite a análise de uma coletividade que se
coloca em torno de interesses exclusivamente materiais.
3-( ) desencadeia o destino trágico da
personagem-protagonista, determinando o seu processo de degradação iminente.
4-( ) possibilita a descrição de suas
personalidades, revelando suas fraquezas, taras e patologias, como é próprio da
tendência naturalista.
QUESTÃO 10 - Em Melhores Contos, de Lima Barreto,
aparecem diversas personagens que revelam a visão de mundo do autor. Assim,
pode-se afirmar que
1-( ) a mulher é retratada como um ser em ascensão,
que rompe com preconceitos da época e se instala no mercado de trabalho.
2-( ) o funcionário público é caracterizado como um
profissional competente, submisso, explorado, que se torna vítima das próprias
condições de trabalho.
3-( ) o literato é considerado um burocrata, que
manifesta uma preocupação exagerada com a rigidez gramatical.
4-( ) o político é tratado como um cínico que
ambiciona o prestígio e o poder, utilizando, para tanto, a corrupção, o
empreguismo e o protecionismo.
QUESTÃO 11 - Leia o poema “Minha desgraça”, de Álvares de
Azevedo, a seguir, e responda ao que se pede:
Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta,
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem m’o dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.
(AZEVEDO, Álvares de. Os melhores poemas de
Álvares de Azevedo. Seleção de Antonio Candido. 4.ed. São Paulo: Global,
2001. p. 83. (Os melhores poemas, 13).)
Álvares de Azevedo, algumas vezes, distanciou-se da
tendência ultra-romântica, contrariando o rótulo comumente atribuído à sua obra
poética. Isso é possível perceber no poema acima, posto que nele se constata
1-( ) uma presença feminina, figura idealizada,
responsável pela desgraça e pela frustração do eu poético.
2-( ) um tom de ironia e de sarcasmo, impresso nos
versos, apresentando traços sintomáticos da modernidade.
3-( ) um estado de alma que revela uma atmosfera de
sonho, de fantasia, de escapismo, de devaneio, testemunhando um eu poético
arraigado ao subjetivismo.
4-( ) um teor prosaico, apresentando versos, cuja
leveza e humor sutil apontam para uma poética que destoa de um fatalismo
típico, presente em poemas como “Lembrança de morrer”.
QUESTÃO 12 - A peça teatral A Capital Federal, de Artur
Azevedo, é conhecida como uma comédia de costumes brasileiros. Tal afirmação apoia-se
1-( ) numa linguagem que oscila entre o registro
coloquial-popular e o normativo-erudito, extraindo dessa ambiguidade muitos
lances cômicos que facilitam a adesão do público espectador.
2-( ) na caracterização de personagens típicas,
estabelecida pela ausência de profundidade psicológica e pela apresentação de
cacoetes lingüísticos e de comportamentos estereotipados, revelando, muitas
vezes, uma inadequação entre circunstância e atitude.
3-( ) na configuração de um espaço que serve para
identificar e caracterizar as personagens, notadamente mediante uma ambientação
afeita aos vícios dos tipos sociais em cena.
4-( ) numa mensagem final em que há um grande
elogio aos costumes morais e religiosos de uma típica família do final do
século XIX, revelando um explícito combate aos costumes libertinos do período.
QUESTÃO 13 - Após a leitura do livro Manuelzão e Miguilim,
de Guimarães Rosa, nota-se que há uma ressignificação de elementos definidores
do regionalismo tradicional. Nesse sentido,
1-( ) o sertão é concebido tanto como um espaço sem
limites geográficos rigorosos quanto como um território marginal à civilização
moderna, distanciando-se, assim, do mundo histórico-referencial.
2-( ) a linguagem resulta de um minucioso
inventário folclórico-popular, uma vez que o autor valoriza a palavra apenas
como registro documental e ignora outras fontes culturais que poderiam
revigorar o arsenal linguístico à sua disposição.
3-( ) a densidade psicológica do sertanejo deriva
de um alheamento social e moral em relação ao meio do qual provém, uma vez que
o matuto se encontra colado arbitrariamente ao universo rural.
4-( ) a questão da identidade nacional renasce como
pano de fundo relevante, em que se vislumbra, na obra do escritor, a
perpetuação de uma herança nativista ultrapassada.
QUESTÃO 14 - Com relação ao espaço, tempo e personagem –
elementos que, entre outros, estruturam o texto narrativo – em A Viagem das
Chuvas e Outros Contos, de Jesus de Aquino Jaime, pode-se afirmar que
1-( ) todos os contos revelam um mesmo espaço: a
fazenda do pai, numa demonstração exagerada da paisagem estritamente regional.
2-( ) todos os contos apresentam o pai com o mesmo
comportamento: um homem introspectivo que não se entrega a uma relação afetuosa
com o filho.
3-( ) os contos revelam uma imprecisão temporal,
sugerida pela ausência de marcas que determinariam uma cronologia rigorosa dos
fatos.
4-( ) os contos demonstram que há uma única
personagem central atuando em todos os textos, a qual ora se apresenta na
condição de criança, ora na condição de adulto.
QUESTÃO 15 - Tradicionalmente, divide-se a obra poética de
Carlos Drummond de Andrade em três fases principais: irônica, social e
metafísica. Embora sua Antologia Poética obedeça a uma organização
personalíssima, as marcas dessas fases não foram apagadas. Diante disso,
pode-se afirmar que
1-( ) na fase irônica, a imagem de “um eu todo
retorcido” é preponderante, demonstrando, por parte do eu poético, uma atitude
de desconfiança e de insatisfação
perante o homem e o seu estar-no-mundo, o que
revela um ceticismo indisfarçável.
2-( ) na fase social, a poesia drummondiana aparece
como um instrumento de participação política, ao lhe ser atribuído um papel
transformador, cuja ênfase está na preocupação com o outro ou com o “sentimento
do mundo”.
3-( ) na fase metafísica, a poesia de Drummond é
tomada de um confessionalismo despudorado, não raro chegando ao pieguismo e ao
sentimentalismo de apelo fácil, impostos pelo peso da bagagem religiosa.
4-( ) em todas as fases da poesia de Drummond, os
temas concernentes à família (“Os bens e o sangue”), à terra natal (“Confidência
do itabirano”) e ao amor (“Amar-amaro”) surgem com um valor afetivo destacado, revelando
um eu poético preocupado com o desvendamento de conflitos e mistérios, próprios
desses temas.
QUESTÃO 16 - O livro Pessach: a travessia, de Carlos
Heitor Cony, é considerado um romance político identificado com os conflitos ideológicos
da década de 1960. Por isso, o narradorprotagonista, o escritor Paulo Simões,
1-( ) valoriza e defende, com afinco, uma arte
socialmente compromissada, afirmando, de modo reiterado, que o engajamento
político do artista é, antes de tudo, um dever cívico.
2-( ) mostra-se, como literato, familiarizado com
as estratégias populistas do período, ao defender uma arte política apoiada nas
raízes populares da cultura brasileira.
3-( ) adere, incondicionalmente, ao propósito
ideológico do movimento guerrilheiro em que milita, acreditando, sem hesitação,
na viabilidade histórica do projeto.
4-( ) demonstra uma total e irrestrita indiferença
pela efervescência ideológica do período, encaminhando-se para um
posicionamento eqüidistante, sem opção política declarada.
Leia também:
UFG - 2001 - 1º Fase - Prova de Língua Portuguesa
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