Prova
de Língua Portuguesa – FEI – 2012 - 2º semestre
Leia
o poema “Memória”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), e responda às
questões 1 a 14:
Amar
o perdido
deixa
confundido
este
coração.
Nada
pode o olvido
contra
o sem sentido
apelo
do Não.
As
coisas tangíveis
tornam-se
insensíveis
à
palma da mão.
Mas
as coisas findas
muito
mais que lindas,
essas ficarão.
1ª
Questão. Uma das características da poesia de Drummond é que ela passa por
diversas fases, indo de textos mais convencionais a outros mais experimentais.
Sobre a estrutura poética de “Memória”, é correto afirmar:
(A)
Cada uma das quatro estrofes apresenta três versos e cada um deles apresenta
cinco sílabas poéticas.
(B)
Cada uma das quatro estrofes apresenta três versos e cada um deles apresenta um
número de sílabas poéticas diferente do anterior.
(C)
O poema apresenta estrofes irregulares e versos com cinco sílabas poéticas
cada.
(D)
É possível contar as estrofes, mas não é possível fazer a contagem das sílabas
poéticas.
(E)
A organização dos versos e das estrofes não importa para a construção do
sentido poético.
2ª
Questão. Reconhece-se em “Memória”:
(A)
utilização de versos livres e brancos, sem rimas.
(B)
as rimas mudam a cada estrofe, rompendo com a musicalidade poética.
(C)
rígido esquema rítmico, marcado por a/a/b.
(D)
a repetição do som “ão” não importa para os sentidos construídos pelo poema.
(E)
as rimas no poema são acidentais e não obedecem a nenhum tipo de regra.
3ª
Questão. A primeira estrofe permite inferir que:
(A)
as experiências amorosas significam aprendizado.
(B)
os sentimentos não obedecem à razão, mas a impulsos incontroláveis.
(C)
não se ama o que se possui, mas apenas o que não se tem.
(D)
o sentimento repousa sobre a razão do coração.
(E)
amar o que não se possui gera inquietação e tensão.
4ª
Questão. O termo “olvido” (segunda estrofe) significa:
(A)
ouvido. (B) sentido. (C) lembrança. (D) esquecimento. (E) riqueza.
5ª
Questão. Pode-se depreender da segunda estrofe:
(A)
O “Não” significa o consolo do eu-lírico diante do amor perdido.
(B)
O “apelo do Não” se refere à perda do ser amado.
(C)
É possível esquecer o amor perdido.
(D)
O “apelo do Não” significa a superação da perda.
(E)
Não há sentido em amar, porque a perda do que se ama é inevitável.
6ª
Questão. Segundo o contexto, “As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma
da mão”, quando:
(A)
esquece-se de um amor.
(B)
ama-se o que foi perdido.
(C)
nega-se o objeto amoroso.
(D)
confunde-se a razão, pela perda da possibilidade de amar.
(E) aceita-se a vida e as suas perdas.
7ª
Questão. A última estrofe, em diálogo com o texto como um todo, permite afirmar
que:
(A)
as coisas terminam definitivamente, mesmo se lindas.
(B)
tudo na vida é passageiro e termina, mesmo quando parece eterno.
(C)
as coisas que acabam são as coisas lindas.
(D)
as coisas lindas permanecem, mesmo quando parecem ter terminado.
(E)
as coisas lindas estão predestinadas a acabarem.
8ª
Questão. O autor do poema é estudado em qual das escolas literárias?
(A)
Simbolismo (B) Romantismo (C) Modernismo (D) Arcadismo (E) Barroco
9ª
Questão. Carlos Drummond de Andrade é contemporâneo a:
(A)
Manuel Bandeira (B) Cruz e Sousa (C) Gonçalves Dias (D) Machado de Assis (E)
Padre Anchieta
10ª
Questão. O poema, lido em diálogo com seu título “Memória”, sugere que:
(A)
a fé em alguma religião permite que se conceba a eternidade.
(B)
tudo o que existe perde seu valor com a passagem do tempo.
(C)
as coisas se desmancham e definham rapidamente no dia-a-dia.
(D)
a memória guarda mais momentos ruins do que bons.
(E)
a memória eterniza as belezas da vida.
11ª
Questão. O uso de “este” antes de “coração” (terceiro verso) posiciona o
substantivo com relação ao eu-lírico. Essa condição é garantida pela classe
gramatical conhecida por:
(A)
pronome indefinido. (B) pronome pessoal. (C) pronome demonstrativo. (D)
conjunção. (E) numeral.
12ª
Questão. Dentro do contexto em que se apresenta, o “Não”, tradicionalmente
conhecido por ser um advérbio de negação, é classificado como:
(A)
adjetivo (B) pronome demonstrativo (C) pronome indefinido (D) interjeição (E)
substantivo
13ª
Questão. O uso do pronome pessoal do caso oblíquo em “tornam-se insensíveis”
contribui para a construção da:
(A)
voz reflexiva (B) voz ativa (C) voz passiva sintética (D) voz passiva analítica
(E) voz ativa e passiva
14ª
Questão. A última estrofe se opõe aos sentidos construídos pelas estrofes
anteriores. Essa oposição de significados é explicitada no uso do conectivo “Mas”,
classificado sintaticamente como:
(A)
conjunção coordenativa aditiva.
(B)
conjunção coordenativa alternativa.
(C)
conjunção subordinativa adverbial condicional.
(D)
conjunção coordenativa adversativa.
(E) conjunção coordenativa conclusiva.
Abaixo,
segue mais um poema de Carlos Drummond de Andrade. Ele traz características de
outra fase da escrita do poeta. Leia-o atentamente e responda às questões 15 a
20:
Cota
Zero
Stop.
A
vida parou.
Ou
foi o automóvel?
15ª
Questão. Esse poema explicita a importância da seleção das palavras e a
combinação delas na frase para a construção dos sentidos propostos. É o que se
vê, por exemplo, no título do poema. Dentro do contexto, é possível afirmar
sobre a expressão “Cota Zero”:
(A)
É preciso recomeçar a vida do zero depois de um acidente de automóvel.
(B)
Há uma situação neutra, zerada, que pode gerar sentidos diversos, de acordo com
a ação realizada diante da cota a que se tem acesso.
(C)
Há uma contradição apenas aparente entre “cota” e “zero”, já que a reserva de
algo – cota – nunca chega ao fim.
(D)
A contradição entre “cota” e “zero” sugere que a vida não depende da ação
humana.
(E)
É necessário criar políticas públicas que garantam direitos para todas as
pessoas indiscriminadamente.
16ª
Questão. “Cota Zero” evidencia:
(A)
ruptura com as formas e os temas poéticos tradicionais.
(B)
ruptura com os temas poéticos tradicionais e manutenção das formas clássicas.
(C)
resgate dos temas e formas poéticas tradicionais.
(D)
adaptação dos temas modernos às formas poéticas clássicas.
(E)
diálogo com a tradição poética clássica seja do ponto-devista estético ou
temático.
17ª
Questão. “Stop”, no contexto em que se apresenta, é exemplo de:
(A)
neologismo. (B) derivação sufixal. (C) estrangeirismo. (D) derivação prefixal. (E)
linguagem formal.
18ª
Questão. A interpretação do poema:
(A)
sugere um sentido positivo para a vida dentro dos centros urbanos, movidos
pelas reais necessidades humanas.
(B)
sugere um sentido negativo para um tipo de vida que obedece ao ritmo das
máquinas e não das reais necessidades humanas.
(C)
critica a dificuldade de mobilidade das pessoas dentro do espaço urbano.
(D)
afirma que o meio-ambiente deve se submeter às necessidades do transporte
urbano.
(E)
as máquinas param, mas os homens avançam sem respeitar os limites dados pela
realidade e pela comunidade.
19ª
Questão. Sintaticamente, em “A vida parou” há um verbo:
(A)
transitivo direto. (B) transitivo indireto. (C) verbo de ligação. (D)
intransitivo. (E) transitivo direto e indireto.
20ª
Questão. O que faz com que “Cota Zero” seja lido como um poema?
(A)
Suas características prosaicas, que afirmam o lugar da poesia na sociedade
contemporânea.
(B)
A ausência de preocupações estilísticas e a espontaneidade do autor.
(C)
Seu caráter dissertativo revelado no questionamento sobre as relações entre a
vida e a morte.
(D)
O fato de contar uma história sobre uma pessoa que se vê diante
de um acidente de modo metafórico.
(E)
A construção de uma linguagem expressiva que provoca o leitor e o conduz a experiências estéticas e
éticas.
Leia também:
Prova de Língua Portuguesa – FEI – 2010 - 2º semestre
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cade o gabarito??
ResponderExcluirgabarito por favor
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