Tema de redação – UECE – 2012 – 2º semestre
Nos dias atuais,
fala-se muito sobre LEITURA, sobre programas de incentivo à leitura, sobre os
benefícios que a proficiência em leitura traz para as pessoas. Considerando
essa preocupação com a formação do bom leitor, a redação que você deverá
escrever para garantir seu ingresso na UECE versará sobre leitura. Para
subsidiar sua tarefa, são apresentados a seguir textos que tratam desse
assunto.
A partir dos
subsídios oferecidos pelos textos 1, 2 e 3, que tratam, respectivamente, do
conceito de leitura, do aumento do número de leitores (inclusive no Nordeste) e
da abordagem da literatura na escola, escolha uma das duas instruções a seguir
para elaborar sua redação.
1. Discuta, por
meio de um artigo de opinião, a contribuição da família, da escola, do governo
e de instituições não governamentais para o desenvolvimento de leitores
proficientes que encontrem na leitura uma fonte de prazer. Apresente fatos e
argumentos que possam sustentar seu ponto de vista.
2. Narre um fato
ocorrido com alguém que desde tenra idade tenha desenvolvido o hábito de ler,
tornando-se um leitor assíduo.
Texto 1 - A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho
ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de
seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre
linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por
letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias
de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível
proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai
ser lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão,
avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.
In: Parâmetros Curriculares
Nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: língua portuguesa,
p. 69. /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.
Texto 2 - População do Nordeste lê mais que a média nacional
Na região, as
pessoas leem, em média, 4,3 livros por ano. Em todo o país, são quatro, segundo
pesquisa do Instituto Pró-Livro. Com o aumento da renda no Nordeste e o
incremento de um milhão de leitores nos últimos quatro anos, a região tem
atraído as grandes redes de livrarias do país.
No Nordeste, a
população está lendo mais que a média nacional. É o que diz a 3a edição da
Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro. Realizada em
2011, com cinco mil entrevistados, em 315 municípios, o estudo diz que,
enquanto o brasileiro lê quatro (livros) por ano, no Nordeste, a população lê
4,3. É como se fossem quatro livros e o pedaço de outro a mais. O mercado de
leitores também cresceu. Passou de 25% da população do Nordeste, em 2007, para
29%, em 2011. Incremento de um milhão de leitores. No total, eles são 25,4
milhões.
Texto 3 - Como ensinar literatura na escola Uraniano Mota
Recife (PE) - Em
minhas – na falta de melhor nome – aulas, a primeira coisa que aprendi foi não
falar de literatura como um produto que sai dos livros. Não se deve jamais
falar de literatura com esse nome cheio de pompa e reverência, A Literatura.
Fale-se da vida, dos problemas vividos por todos nós, velhos, jovens, crianças,
homens, mulheres, animais e gente.
Só se deve falar
sobre aquilo que apaixona a gente. Se o professor não descobriu a lírica de
Camões, se não maturou no peito Manuel Bandeira, se não é capaz de curtir
Machado de Assis, se não se emociona até as lágrimas com Lima Barreto, mantenha
distância desses criadores. O silêncio sobre eles fará um dano menor que a
citação burocrática.
Um autor deve
ser apresentado a partir de um problema. Nada como o conto Missa do Galo, de
Machado, para todos os adolescentes. Eles entenderão até a última linha,
vírgula e pontinho das reticências. Eles vão respirar todos os movimentos
implícitos e insinuados da conversa da mulher solitária com um jovem. Eles são
esse jovem. Eles sonham com essa noite ideal em que os espere uma senhora
sozinha. Eles compreendem esse jovem e essa mulher.
Apesar de até
aqui ter falado de minha própria experiência, devo terminar com uma coisa ainda
mais pessoal. Certa vez, li para alunos com idades em torno de 11 anos o meu
conto Daniel. Claro, expurguei os termos mais chulos, grosseiros. Quando eu li
“Da turma, Daniel era o mais gordo. Ainda que sob protestos, ele crescera pelos
lados, elastecendo um círculo de carnes. Em seu rosto largo destacavam-se
sobrancelhas peludas, que se uniam simetricamente num ponto de inflexão, ficando
a sobrancelha esquerda e a sobrancelha direita ligadas como asas dum pássaro,
movendo-se no espaço da fronte”, na sala não se ouvia um só riso, apenas
respirações ofegantes. Então eu ia para o quadro e desenhava as sobrancelhas, à
Monteiro Lobato, para eles verem. Depois, já ao fim, quando acrescentava que
Daniel raspara aqui e ali o seu estigma, e que “a cirurgia dera nascimento a
dois pontos de interrogação deitados, quase dois acentos circunflexos
incompletos, sem acomodação”, voltava ao quadro para desenhar os dois pequenos
ganchos que ficaram no lugar das sobrancelhas do personagem.
O melhor digo
agora no fim. Vocês não vão acreditar no lirismo de que é capaz a infância. Os
meninos rebatizaram o conto. Em lugar de Daniel, eles me pediam sempre para ouvir,
de novo, O menino-passarinho.
(Texto adaptado) - http://www.diretodaredacao.com/noticia/como-ensinar-literatura-na-escola
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