Prova de Língua Portuguesa - UFG - 2011 - 2º Semestre - 1º Fase
Leia o Texto 1 a seguir para
responder às questões de 01 a 08.
Texto 1
O gosto da surpresa - Betty Milan
Nada
é melhor do que se surpreender, olhar o mundo com olhos de criança. Por isso as
pessoas gostam de viajar.
Nem
o trânsito, nem a fila no aeroporto, nem o eventual desconforto do hotel são
empecilhos neste caso. Só viajar importa, ir de um para outro lugar e se
entregar à cena que se descortina.
Como,
aliás, no teatro. O turista compra a viagem baseado nas garantias que a agência
de turismo oferece, mas se transporta em busca da surpresa. Porque é dela que
nós precisamos mais. Isso explica a célebre frase navegar é preciso, viver não,
erroneamente atribuída a Fernando Pessoa, já que data da Idade Média.
Agora,
não é necessário se deslocar no espaço para se surpreender e se renovar. Olhar
atentamente uma flor, acompanhar o seu desenvolvimento, do botão à pétala
caída, pode ser tão enriquecedor quanto visitar um monumento histórico. Tudo
depende do olhar. A gente tanto pode olhar sem ver nada quanto se maravilhar,
uma capacidade natural na criança e que o adulto precisa conquistar,
suspendendo a agitação da vida cotidiana e não se deixando absorver por
preocupações egocêntricas. Como diz um provérbio chinês, a lua só se reflete
perfeitamente numa água tranquila. O que nós vemos e ouvimos depende de nós. A
meditação nos afasta do clamor do cotidiano e nos permite,
por exemplo, ouvir a nossa respiração. Quem escuta com o espírito, e não com o
ouvido, percebe os sons mais sutis. Ouve o silêncio, que é o mais profundo de
todos os sons, como bem sabem os músicos. Numa de suas letras, Caetano Veloso
diz que só o João (Gilberto) é melhor do que o silêncio. Porque o silêncio
permite entrar em contato com um outro eu, que só existe quando nos voltamos
para nós mesmos.
Há
milênios, os asiáticos, que valorizam a longevidade, se exercitam na meditação,
enquanto nós, ocidentais, evitamos o desligamento que ela implica. Por
imaginarmos que
sem estar ligado não é possível existir, ignoramos
que o afastamento do circuito habitual propicia uma experiência única de nós
mesmos, uma experiência sempre nova.
Desde
a Idade Média, muitos séculos se passaram. Mas o lema dos navegadores continua
atual. Surpreender-se é preciso. A surpresa é a verdadeira fonte da juventude,
promessa de renovação e de vida.
VEJA. São Paulo: Abril, ed. 2184, set. 2010, p.
116.
QUESTÃO 01 - A estratégia textual utilizada para relacionar as
grandes navegações às viagens turísticas contemporâneas centra-se no uso do
lema navegar é
preciso, viver não é preciso. Os
sentidos construídos pelo lema, nas respectivas épocas, são:
(A) mercantilismo – conhecimento. (B) certeza – crença.
(C) fantasia – êxtase. (D) conquista – surpresa. (E) convicção – imaginação.
QUESTÃO 02 - No trecho Nem o trânsito, nem a fila no aeroporto, nem o eventual desconforto do
hotel são empecilhos neste caso, as
palavras sublinhadas estabelecem uma relação de inclusão.
No plano argumentativo, esse procedimento
(A) arrola argumentos favoráveis ao desejo de se
surpreender com novos cenários.
(B) promove entrave na linha discursiva estabelecida
pela autora.
(C) agrupa ideias que em princípio funcionam como
contra-argumento ao desejo de viajar.
(D) constrói argumentos que neutralizam a
capacidade contemplativa do leitor.
(E) exemplifica fatos esporádicos de viagens
turísticas de longa duração.
QUESTÃO 03 - No trecho O turista compra a viagem baseado nas garantias que a agência de turismo
oferece, mas se transporta em busca da surpresa, a palavra sublinhada admite mais de uma leitura. No
sentido conotativo, ela significa
(A) mudar-se. (B) conduzir-se. (C) carregar-se. (D) afastar-se. (E) enlevar-se.
QUESTÃO 04 - A imagem impressionista complementa as ideias do
texto “O gosto da surpresa”. Nesse estilo artístico, a construção do sentido
parte, predominantemente,
(A) da forma geométrica, pois a obra de arte
representa a realidade fracionada.
(B) do olhar do contemplador, pois a imagem sugere
noções subjetivas e sensoriais.
(C) do conteúdo, pois ignoram-se as figuras e
ressaltam-se as ideias.
(D) da temática, pois o recorte da realidade social
é feito de modo objetivo.
(E) do automatismo psíquico, pois as formas
reproduzem o funcionamento real do pensamento.
QUESTÃO 05 - Autores como Fernando Pessoa e Caetano Veloso
apropriam-se do lema Navegar é
preciso, viver não é preciso. Essa
apropriação é produtiva porque o lema é um
(A) pleonasmo – repetição consciente de ideias com
o mesmo sentido.
(B) provérbio – enunciado utilizado como estratégia
de aconselhamento.
(C) clichê – frase aparentemente rebuscada,
recorrente em determinado gênero.
(D) jargão – expressão abusivamente repetida,
caracterizadora de um grupo social.
(E) aforismo – sentença moral breve, contendo um
ensinamento.
QUESTÃO 06 - De acordo com os estudos da Biologia, a visão é um
sistema receptor de luz, e, segundo o texto, o que nós vemos depende de nós.
Essas afirmativas constituem paradoxo, pois são elaboradas com base na
(A) ressignificação do sistema sensorial como
personagem humano.
(B) conjugação de funções cerebrais e em atividades
do sistema de visão.
(C) negação dos significados contextuais atribuídos
ao termo visão.
(D) percepção física do ambiente e na interpretação
da realidade.
(E) reelaboração dos significados produzidos pelos
sentidos humanos.
QUESTÃO 07 - O texto diferencia o homem asiático do homem
ocidental. Essa diferença está centrada
(A) na concepção de existência. (B) na relação com a viagem.
(C) na valorização da aparência. (D) no ideal de perfeição. (E) no sentimento de aventura.
QUESTÃO 08 - Conforme a temática desenvolvida no texto,
infere-se do provérbio chinês a lua só se reflete perfeitamente numa água tranquila que a
(A) interpretação do cotidiano prescinde do
desprendimento total da realidade.
(B) necessidade de maravilhamento requer o gosto
pela vida social.
(C) capacidade de percepção exige domínio dos conflitos
internos.
(D) reflexão sobre a vida permite o encontro do
homem com o seu próximo.
(E) liberdade assegura a conquista de estratégias
eficientes para a busca da verdade.
Leia o Texto 2 para responder às
questões 09 e 10.
Texto 2
QUESTÃO 09 - Os Textos 1 e 2 apresentam diferentes reações decorrentes da surpresa. Essas reações são, respectivamente,
(A) agitação – melancolia. (B) encantamento – pesar.
(C) decepção – assombro. (D) susto – rejeição. (E) empatia – compulsão.
QUESTÃO 10 - Considerando-se a composição enunciativa do Texto 2,
o ápice da narrativa configura-se
(A) na suspensão da voz do narrador e na introdução
do diálogo entre as personagens.
(B) na sequência cronológica dos fatos narrados.
(C) na introdução do espaço narrativo.
(D) no silêncio sugerido na linguagem não verbal dos
dois primeiros quadrinhos.
(E) no desfecho narrativo e na retomada da voz do
narrador no último quadrinho.
LITERATURA BRASILEIRA
QUESTÃO 11 - Leia a seguinte passagem de O demônio familiar.
CENA IV
EDUARDO, CARLOTINHA.
CARLOTINHA – Onde vai, mano?
EDUARDO – Vou ao Catete ver um doente; volto já.
CARLOTINHA – Eu queria falar-lhe.
EDUARDO – Quando voltar, menina.
CARLOTINHA – E por que não agora?
EDUARDO – Tenho pressa, não posso esperar. Queres
ir hoje ao Teatro Lírico?
CARLOTINHA – Não, não estou disposta.
EDUARDO – Pois representa-se uma ópera bonita. (Enche a carteira de charutos.) Canta a Charton. Há muito tempo que não vamos ao
teatro.
ALENCAR, José de. O demônio familiar. 2. ed. Campinas: Pontes, 2003. p. 11.
O texto teatral, exemplificado pelo trecho acima,
apresenta semelhanças com o texto narrativo por utilizar personagens,
representar ações e marcação de tempo e espaço. No texto teatral,
(A) as ações das personagens são descritas por um
narrador, sendo este o mediador da narrativa.
(B) as falas das personagens são diluídas no texto,
sendo confundidas com a voz do narrador.
(C) as características das personagens são
reveladas por meio de suas falas e assim a ação é conduzida por elas mesmas.
(D) as vozes das personagens são importantes para a
construção da narrativa, embora haja a voz de um narrador onisciente.
(E) as atitudes das personagens são conduzidas por
um narrador intruso, embora o conflito esteja nos diálogos.
QUESTÃO 12 - Nos contos da obra Livro dos homens, de Ronaldo Correia de Brito, há o predomínio de
(A) enredo linear e marcado pela
plurissignificação.
(B) foco narrativo limitado e na 3ª pessoa do singular.
(C) personagens-tipos e de dimensão exteriorizada.
(D) linguagem estilizada e de caráter ambíguo.
(E) tempo concentrado e interrompido por flashbacks.
QUESTÃO 13 - Leia o fragmento apresentado a seguir.
Aquele
foi provavelmente o melhor fim de semana que passaram em Minas do Camaquã, uma
vila fantasmagórica perto da qual se ergue um conjunto de formações rochosas […].
Situada no sudoeste do Rio Grande do Sul, a vila se desenvolveu a partir do
início do século XX, com a descoberta de jazidas de cobre, ouro e prata. […]
suas casas e ruas abandonadas, cercadas de uma geografia mutilada pela extração
de minérios, dão um adorável ar de fim de mundo a um recanto já naturalmente
isolado.
GALERA, Daniel. Mãos de Cavalo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 23-24.
A exploração de minérios no Brasil é tematizada em Mãos de Cavalo por meio das Minas do Camaquã (RS). Considerando a realidade
representada no romance, as atividades mineradoras brasileiras e as
transformações espaciais decorrentes destas, verifica-se que
(A) o abandono da região do Camaquã é motivado não só
pelo aspecto econômico, mas também pela desconfiguração espacial, percebida na
descrição do narrador.
(B) Hermano e Renan utilizam como cenário para o
montanhismo uma paisagem já alterada pelo extrativismo e que sofreu declínio
após o auge da mineração.
(C) as Minas do Camaquã são um exemplo de uma
região que sofreu êxodo populacional, apesar da existência de uma atividade
economicamente viável e produtiva.
(D) o narrador critica o abandono gerado pelo fim
das atividades mineradoras em Camaquã, uma vila que dependia dessa exploração.
(E) o turismo, como o feito por Hermano e Renan,
torna-se a solução para a depressão econômica do espaço descrito.
QUESTÃO 14 - Leia o poema a seguir.
br
um ônibus
na estrada
é só uma faixa
contínua
que puxa
& piche
& placas & postes
& mais & mais
asfalto
& pastos
& bois
& soja & cana
ao longo da estrada
interminável
& monótona
& sem fim
PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone Editorial, 2009. p. 75.
A anáfora é um recurso de linguagem cuja função é
de organização textual, de retomada referencial ou de repetição da mesma
palavra ou construção. No poema apresentado, emprega-se “&” por meio dessa
figura de linguagem, fazendo a anáfora produzir efeito de sentido equivalente
ao
(A) movimento acelerado do ônibus, evidente na
imagem “um ônibus/ na estrada/ é só uma faixa/ contínua/ que puxa”.
(B) tipo de vida monótono dos motoristas de ônibus
implicado na anáfora e na repetição de consoantes e de vogais.
(C) som do ônibus na estrada, sugerido pelo emprego
de aliterações e assonâncias ao longo do poema.
(D) panorama econômico da rodovia, reiterado nas
palavras “piche”, “placas”, “postes”, “asfalto”, “pasto”, “bois”, “soja” e “cana”.
(E) cenário da rodovia, igual a todas as estradas,
presente na imagem “interminável/ & monótona/ & sem fim”.
QUESTÃO 15 - Memórias de um sargento de milícias é um romance cuja narrativa se refere ao início do “tempo
do rei”, quer dizer, o período joanino. No entanto, o romance foi escrito e
publicado durante a fase final desse tempo, ou seja, durante o 2º. Reinado. Por
isso, Memórias de um
sargento de milícias contém elementos de
uma sociedade
(A) marcada pelos princípios republicanos.
(B) organizada nas bases do mercantilismo.
(C) focada nas relações de formação da burguesia.
(D) formada pelos fundamentos do nacionalismo.
(E) caracterizada pelos valores do bonselvagerismo.
QUESTÃO 16 - Leia a parte transcrita do poema I-Juca-Pirama.
X
Um velho Timbira, coberto de glória,
Guardou a memória
Do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Dizia prudente: – “Meninos, eu vi!”
“Eu vi o brioso no largo terreiro
Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest'hora diante de mi.
“Eu disse comigo: que infâmia d'escravo!
Pois não, era um bravo;
Valente e brioso, como ele, não vi!
E à fé que vos digo: parece-me encanto
Que quem chorou tanto,
Tivesse a coragem que tinha o Tupi!”
Assim o Timbira, coberto de glória,
Guardava a memória
Do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite nas tabas, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Tornava prudente: “Meninos, eu vi!”
DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama .In:_____. I-Juca-Pirama
seguido de Os Timbiras. Porto
Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 28.
A exemplo dos versos destacados, o poema de
Gonçalves Dias é considerado épico por causa
(A) do caráter narrativo e da tendência de
voltar-se para o passado em tom heroico.
(B) do depoimento do narrador e da garantia de que
é uma história da tradição do povo.
(C) da coragem do índio Tupi e do senso de
nacionalismo inerente ao tom de seu comportamento.
(D) da imagem indianista do cenário e do teor de
ambientação bélica da história.
(E) da construção dialogada do texto e do tipo
descritivo detalhadamente explorado.
QUESTÃO 17 - A enchente é um fenômeno do regime dos rios, que
decorre do ciclo da água. No conto O que veio de longe, da obra Livro dos homens, de Ronaldo Correia de Brito, esse fenômeno é representado no processo
composicional para
(A) caracterizar o trajeto do protagonista.
(B) vincular a narração a um espaço rural.
(C) demarcar a dimensão linear do enredo.
(D) refletir a estrutura narrativa da história.
(E) enfatizar o conflito e o desfecho do conto.
QUESTÃO 18 - Leia o seguinte trecho do romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Cumpre-nos agora
dizer alguma coisa a respeito de uma personagem que representará no correr
desta história um importante papel, e que o leitor apenas conhece, porque nela
tocamos de passagem no primeiro capítulo: é a comadre, a parteira que, como
dissemos, servira de madrinha ao nosso memorando.
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. 24. ed. São Paulo: Ática, 1995. p. 29-30.
No romance, a comadre é uma personagem que foge aos
moldes românticos femininos por sua perspicácia e pela prática de arranjos. O “importante
papel” a que o narrador se refere, para o desfecho da narrativa, foi o fato de
a comadre ter
(A) livrado Leonardo Pataca da cadeia, após o
episódio da feitiçaria.
(B) planejado uma vida de artista para o afilhado
Leonardo na Conceição.
(C) arranjado a união de sua sobrinha Chiquinha com
Leonardo Pataca.
(D) tramado contra o pretendente de Luisinha, José
Manuel, diante de D. Maria.
(E) conseguido o perdão do afilhado junto a Vidigal
com o apoio da chantagem de Maria-Regalada.
QUESTÃO 19 - Como escrita literária contemporânea, Mãos de Cavalo, de Daniel Galera, e o conjunto de poemas Minigrafias,
de Luís Araujo Pereira, são obras nas quais
(A) o sentido de memória do vivido concatenaram as
partes, dadas, à primeira leitura, como fragmentos, sem conexão.
(B) o conflito de estar no mundo angustia a voz das
personagens, no romance, e a voz do eu lírico, no poema.
(C) o embate entre a representação do mundo e a
palavra escrita prevalece, mantendo o discurso atento ao próprio fazer
artístico.
(D) o tempo e o espaço são representações dadas em
diálogo com a tradição da prosa de ficção e da poesia.
(E) o detalhismo das descrições torna evidente, em
primeira instância, um modo mais realista de representação do mundo.
QUESTÃO 20 - Leia os fragmentos a seguir, respectivamente de I-Juca- Pirama e de O demônio
familiar:
– Mentiste, que um Tupi não chora nunca,
E tu choraste!... parte, não queremos
Com carne vil enfraquecer os fortes.
DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama.
In:_____. I-Juca-Pirama
seguido de Os Timbiras. Porto
Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 20.
[…] a modéstia mesmo é uma espécie de vaidade
inventada pela pobreza para seu uso exclusivo.
ALENCAR, José de. O demônio familiar. 2. ed. Campinas: Pontes, 2003. p. 26.
Tanto no primeiro fragmento, que é uma fala do
chefe Timbira ao prisioneiro Tupi, quanto no segundo, que é uma fala de Azevedo
a Eduardo, explicita-se
(A) a indicação de uma superioridade social, visto
que o emissor despreza a condição do outro.
(B) um contexto de classes sociais representativas
da ordem instituída pelo poder estabelecido.
(C) um cenário do Brasil no período romântico,
considerando-se o ambiente citadino e o meio indígena.
(D) uma diversidade de tipos sociais
representativos da nação brasileira durante o século XIX.
(E) a demarcação de um discurso comum, considerando-se
a sublimação da classe burguesa pelo Romantismo.www.veredasdalingua.blogspot.com.br
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UFG - 2001 - 1º Fase - Prova de Língua Portuguesa
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