ACADEMIA BARRO BRANCO
– 2015 – PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Leia os
quadrinhos para responder às questões de números 27 e 28.
27. Analisando o sentido dos
quadrinhos, é correto relacioná-los ao seguinte dito popular:
(A) Nem
tudo que reluz é ouro.
(B) Quem
espera sempre alcança.
(C) Quem
tem boca vai a Roma.
(D) Falar
é prata, calar é ouro.
(E)
Devagar se vai ao longe.
28. No contexto em que estão empregadas, as locuções verbais “Vai carpir” e “Vai grafitar” sugerem atitudes de
(A)
intolerância. (B) resignação. (C) dissimulação. (D) polidez. (E) disciplina.
Leia o texto para responder às questões de números 29 a 34.
Número de
armas
Em boa hora uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de São
Paulo e pelo instituto Sou da Paz vem solapar ao menos dois argumentos tão incorretos
quanto frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública.
Primeiro, a maior parte das armas com as quais se praticam crimes
em território paulista não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria
brasileira.
De acordo com o levantamento, consideradas 10.666 armas de fogo
apreendidas em 2011 e 2012, nada menos que 78% delas tinham fabricação nacional
– proporção que sobe para 82% quando se levam em conta somente artefatos
confiscados vinculados a roubos e 87% no caso de homicídios.
O segundo argumento atingido pelo relatório costuma ser usado por
quem apregoa a facilitação do comércio de armas sustentando que as restrições
afetam só o “cidadão de bem”, deixando-o indefeso diante de bandidos armados.
Ocorre que, se os artefatos utilizados nos crimes são nacionais,
isso significa que um dia eles foram vendidos legalmente no país.
Ou seja, se há muitos criminosos armados, isso se deve, em larga
medida, ao comércio legal de armas, que abastece o mercado ilegal; obstruir
esse duto resulta num benefício à população, e não o contrário.
Daí a importância de campanhas como a “DNA das Armas”, promovida
pelo Ministério Público e pelo Sou da Paz a fim de implantar, no Brasil, um
sistema de marcação indelével dos artefatos de fogo.
(Folha
de S.Paulo, 05.06.2015. Adaptado)
29. O objetivo do texto é
(A)
mostrar a estagnação da violência, constatada pela pesquisa realizada pelo
Ministério Público de São Paulo e pelo instituto Sou da Paz.
(B)
questionar os resultados da pesquisa relativa à segurança pública realizada
pelo Ministério Público de São Paulo e pelo instituto Sou da Paz.
(C)
utilizar os resultados da pesquisa realizada pelo Ministério Público de São
Paulo e pelo instituto Sou da Paz para mostrar o recrudescimento da violência
no Brasil.
(D) propor
o uso livre de armas de fogo, com base na pesquisa realizada pelo Ministério
Público de São Paulo e pelo instituto Sou da Paz.
(E)
discutir questões relativas à segurança pública à vista de uma pesquisa
realizada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo instituto Sou da Paz.
30. De acordo com o texto, os dois argumentos incorretos e frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública são:
30. De acordo com o texto, os dois argumentos incorretos e frequentes nas discussões relativas à área da segurança pública são:
(A) os artefatos
de fogo abastecem o comércio legal e o ilegal, e apenas o segundo tipo de
comércio tem relação com os crimes.
(B) a
produção de armas é baixa e não há relação evidente entre o comércio legal de
armas e o ilegal.
(C) a
maior parte das armas usadas nos crimes vem do exterior e procede de
comercialização ilegal.
(D) os
homicídios, em geral, são praticados com armas nacionais e estas foram
adquiridas por meio de comércio ilegal.
(E) os
cidadãos de bem usam a maior parte das armas legais e elas acabam caindo no
comércio ilegal.
31. Nas passagens “... vem solapar ao menos dois argumentos...” (primeiro parágrafo) e “... um sistema de marcação indelével dos artefatos de fogo.” (último parágrafo), os termos em destaque significam, respectivamente,
(A) confirmar
e indestrutível.
(B)
enfraquecer e inapagável.
(C) abalar
e extinguível.
(D)
questionar e suprimível.
(E) impor
e durável.
32. No trecho do sexto parágrafo “... obstruir esse duto resulta num benefício à população, e não o contrário.”, a expressão em destaque refere-se
(A) ao
comércio legal de armas.
(B) à
facilitação do comércio de armas.
(C) à
prisão dos criminosos armados.
(D) à
importação de armas de fogo.
(E) ao uso
restrito de armas por cidadãos de bem.
33. Assinale a alternativa em que o termo destacado estabelece uma relação de oposição entre as informações.
(A) ...
tão incorretos quanto frequentes nas discussões relativas à área da
segurança pública. (primeiro parágrafo)
(B) ...
não tem sua origem no exterior, mas na própria indústria brasileira.
(segundo parágrafo)
(C) ...
sobe para 82% quando se levam em conta somente artefatos confiscados
vinculados a roubos... (terceiro parágrafo)
(D) ...
sustentando que as restrições afetam só o “cidadão de bem”... (quarto
parágrafo)
(E) ... se
há muitos criminosos armados, isso se deve, em larga medida, ao comércio
legal de armas... (sexto parágrafo)
34. Assinale a alternativa em que a reescrita do texto está coerente com seu sentido original e em conformidade com a norma-padrão.
(A) ... a maior parte
das armas com as quais se praticam crimes em território paulista... (segundo
parágrafo) = ... a maior parte do material bélico com o qual se pratica crimes
em território paulista...
(B) ... proporção que
sobe para 82% quando se levam em conta somente artefatos confiscados...
(terceiro parágrafo) = ... valores que sobe para 82% quando se levam em conta
somente o material confiscado...
(C) ... costuma ser
usado por quem apregoa a facilitação do comércio de armas... (quarto parágrafo)
= ... costuma ser usado por aqueles que apregoam a facilitação do comércio de
armas...
(D) ... isso significa
que um dia eles foram vendidos legalmente no país. (quinto parágrafo) = ...
isso significa que um dia legalmente se vendeu esses artefatos no país.
(E) Ou seja, se há
muitos criminosos armados, isso se deve, em larga medida... (sexto parágrafo) =
Ou seja, se existe muitos criminosos armados, isso se deve, em larga medida...
Leia o trecho do poema Tabacaria, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, para responder às questões de números 35 a 40.
Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser
nada.
À parte isso, tenho em
mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um
dos milhões do mundo que nin-
[guém sabe quem é
(E se soubessem quem
é, o que saberiam?),
Dais para o mistério
de uma rua cruzada constante-
[mente por gente,
Para uma rua
inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente
real, certa, desconhecidamente
[certa,
Com o mistério das
coisas por baixo das pedras e dos
[seres,
Com a morte a pôr
umidade nas paredes e cabelos
[brancos nos homens,
Com o Destino a
conduzir a carroça de tudo pela estrada
[de nada.
(Fernando
Pessoa, Obra Poética)
Leia os
quadrinhos e compare seu conteúdo ao poema Tabacaria.
35. Em uma análise comparativa, compreende-se que os quadrinhos pretendem
(A) tratar
com humor os versos do poeta português, sendo-lhes fiel aos sentidos e tendo no
plano visual a chavepara a graça e o riso.
(B)
ironizar os versos do poeta português, já que existe um duplo sentido e um viés
pejorativo no nome “FerratoPessoa”.
(C)
satirizar a poesia do poeta português, valendo-se para isso da imagem de uma
personagem portuguesa.
(D)
criticar a criação dos heterônimos, como “Álvaro de Campos”, que, como mostra o
diálogo, são difíceis de serem identificados.
(E) criar
o efeito de humor, a partir de versos do poeta português, valendo-se da
ambiguidade do substantivo “sonhos”.
36. O poema revela
(A) a
forma otimista como o eu lírico supera seus desencantos, enfrentando as
dificuldades.
(B) o
sofrimento do eu lírico quando reconhece o verdadeiro sentido de sua vida.
(C) a
sublimação das dificuldades do eu lírico firmada numa vida de reclusão.
(D) a
inquietude metafísica e existencial do eu lírico, marcada pela desesperança.
(E) o
reconhecimento que o eu lírico faz da realidade, vendo-a como agradável.
37. Nos três primeiros versos do poema (“Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada.”), a gradação presente assinala
(A) a
negação de um estado que, na verdade, pouco interessa ao eu lírico.
(B) o
empreendimento que o eu lírico faz para se descobrir por completo.
(C) o
desalento do eu lírico ao constatar a dificuldade de se reconhecer.
(D) o medo
do eu lírico proveniente da busca de sua verdadeira identidade.
(E) a
euforia flagrante do eu lírico ao constatar que desconhece a si mesmo.
38. Conforme os versos mostram, o heterônimo Álvaro de Campos caracteriza-se por ser
(A)
racional, com pensamento claro e inequívoco.
(B)
humanista, preocupado em aproveitar a vida.
(C)
simples, vivendo alheio a questões dialéticas.
(D)
contestador, ainda que pensar o faça sofrer.
(E)
omisso, optando por viver a vida calmamente.
39. De acordo com o Dicionário Houaiss, a antítese corresponde a uma “figura pela qual se opõem, numa mesma frase, duas palavras ou dois pensamentos de sentido contrário”. Essa definição pode ser aplicada ao seguinte verso do poema:
(A) À
parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
(B) (E se
soubessem quem é, o que saberiam?),
(C) Para
uma rua inacessível a todos os pensamentos,
(D) Com o
mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
(E) Com o
Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
40. No verso “À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”, a expressão “do mundo” estabelece com o termo antecedente o mesmo tipo de relação que se identifica na expressão destacada em:
(A) O
desenho da estrada mostrava um caminho de curvas.
(B)
Vislumbro esta estrada que leva ao centro da cidade.
(C) Ele
estava exausto, saiu da estrada e resolveu descansar.
(D) Ele
andava pela estrada absorto em seus pensamentos.
(E) O jeito era pegar a estrada e chegar logo à casa
paterna.
41. Leia a charge.
Em conformidade com a
norma-padrão da língua portuguesa, a lacuna na fala da personagem deve ser
preenchida com:
(A) a quatro meses
(B) há quatro meses
(C) à quatro meses
(D) fazem quatro meses
(E) tem quatro meses
Leia o texto para responder às questões de números 42 a 47.
Bem vejo que me podeis dizer, Senhor, que a propagação de vossa Fé e as obras de vossa glória não dependem de nós, nem de ninguém, e que sois poderoso, quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de Abraão. Mas também a vossa sabedoria e a experiência de todos os séculos nos têm ensinado que depois de Adão não criastes homens de novo, que vos servis dos que tendes neste Mundo, e que nunca admitis os menos bons, senão em falta dos melhores. Assim o fizestes na parábola do banquete. Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e porque eles se escusaram e não quiseram vir, então admitistes os cegos e mancos, e os introduzistes em seu lugar: Caecos et claudos introduc huc. E se esta é, Deus meu, a regular disposição de
vossa providência
divina, como a vemos agora tão trocada em nós e tão diferente conosco? Quais
foram estes convidados e quais são estes cegos e mancos? Os convidados fomos
nós, a quem primeiro chamastes para estas terras, e nelas nos pusestes a mesa,
tão franca e abundante, como de vossa grandeza se podia esperar. Os cegos e
mancos são os luteranos e calvinistas, cegos sem fé e mancos sem obras, na
reprovação das quais consiste o principal erro da sua heresia. Pois se nós, que
fomos os convidados, não nos escusamos nem duvidamos de vir, antes rompemos por
muitos inconvenientes em que pudéramos duvidar; se viemos e nos assentamos à
mesa, como nos excluís agora e lançais fora dela e introduzis violentamente os
cegos e mancos, e dais os nossos lugares aos hereges? Quando em tudo o mais
foram eles tão bons como nós, ou nós tão maus como eles, por que nos não há-de
valer pelo menos o privilégio e prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que
trocais os estilos de vossa providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.
(Padre Antonio Vieira,
Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda)
Caecos
et claudos introduc huc. = Traze para aqui os cegos e os coxos.
42. O orador interpela Deus para
(A)
asseverar o avanço dos holandeses em terras brasileiras, considerado por ele
como justo, ainda que não professem a fé católica.
(B)
reconhecer a justiça divina, tendo os portugueses conseguido vencer os
holandeses e a eles tendo imposto a fé católica.
(C)
lamentar a perda do território brasileiro para os holandeses e, principalmente,
a ascensão dos luteranos e calvinistas.
(D)
sugerir que os invasores holandeses sejam perdoados e que haja tolerância entre
a religião dos católicos, luteranos e calvinistas.
(E)
expressar sua indignação, pois lhe parece que houve ajuda divina para o sucesso
da invasão holandesa, acompanhada de fé não católica.
43. No contexto da narrativa, os convidados pelo Senhor foram os
(A) holandeses.
(B) índios. (C) portugueses. (D) hereges. (E) nobres.
44. Quanto à ideia que encerra, a passagem “Quando em tudo o mais foram eles tão bons como nós, ou nós tão maus como eles, por que nos não há-de valer pelo menos o privilégio e prerrogativa da Fé? Em tudo parece, Senhor, que trocais os estilos de vossa providência e mudais as leis de vossa justiça conosco.” pode ser associada aos seguintes versos de Camões:
(A) Tanto
de meu estado me acho incerto, / Que em vivo ardor tremendo estou de frio; / Sem
causa, juntamente choro e rio; / O mundo todo abarco e nada aperto.
(B)
Julga-me a gente toda por perdido / Vendo-me tão entregue a meu cuidado / Andar
sempre dos homens apartado / E dos tratos humanos esquecido.
(C)
Julga-me a gente toda por perdido, / Vendo-me tão entregue a meu cuidado, /
Andar sempre dos homens apartado / E dos tratos humanos esquecido.
(D) Os
bons vi sempre passar / No Mundo graves tormentos; / E para mais me espantar, /
Os maus vi sempre nadar / Em mar de contentamentos.
(E) Erros
meus, má fortuna, amor ardente / Em minha perdição se conjuraram; / Os erros e
a fortuna sobejaram, / Que para mim bastava amor somente.
45. A prosa religiosa de Padre Vieira caracteriza-se pelo estilo
(A)
conceptista, no qual se pressupõe convencer o interlocutor por meio do
raciocínio lógico.
(B)
cultista, no qual se exploram intensamente as figuras de linguagem para a
descrição do mundo.
(C)
conceptista, no qual o exagero e a exuberância da linguagem cria um discurso de
difícil entendimento.
(D)
cultista, no qual a simplicidade dos recursos linguísticos denota a clareza do
raciocínio do orador.
(E)
conceptista, no qual a construção do pensamento se dá em argumentos frágeis e
pouco lógicos.
46. Tratando o interlocutor como Você e passando os verbos para o futuro, a passagem “... se viemos e nos assentamos à mesa, como nos excluís agora e lançais fora dela e introduzis violentamente os cegos e mancos, e dais os nossos lugares aos hereges?” assume a seguinte redação:
(A) ... se
virmos e nos assentarmos à mesa, como nos exclui então e lança fora dela e
introduz violentamente os cegos e mancos, e dá os nossos lugares aos hereges?
(B) ... se
viermos e nos assentarmos à mesa, como nos excluirá então e lançará fora dela e
introduzirá violentamente os cegos e mancos, e dará os nossos lugares aos hereges?
(C) ... se
viremos e nos assentemos à mesa, como nos exclua então e lançarás fora dela e
introduzirás violentamente os cegos e mancos, e darás os nossos lugares aos
hereges?
(D) ... se
vimos e nos assentamos à mesa, como nos excluíra então e lançara fora dela e
introduzira violentamente os cegos e mancos, e dera os nossos lugares aos
hereges?
(E) ... se
viermos e nos assentaremos à mesa, como nos vai excluir então e lançar fora
dela e introduzirá violentamente os cegos e mancos, e dá os nossos lugares aos hereges?
47. Assinale a alternativa em que a reescrita do texto mantém o sentido original e a correção gramatical.
(A) ... e
que sois poderoso, quando faltem homens, para fazer das pedras filhos de
Abraão. = ... e que sois poderoso, conquanto faltem homens, para fazer das
pedras filhos de Abraão.
(B) ...
nos têm ensinado que depois de Adão não criastes homens de novo... = ... nos
têm ensinado aonde depois de Adão não criastes homens de novo...
(C)
Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e porque eles se
escusaram... = Mandastes chamar os convidados que tínheis escolhido, e como
eles se escusaram...
(D) E se
esta é (...) a regular disposição de vossa providência divina, como a vemos
agora... = E se esta é (...) a regular disposição de vossa providência divina,
pois a vemos agora...
(E) Pois
se nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem duvidamos de vir... =
Embora nós, que fomos os convidados, não nos escusamos nem duvidamos de vir…
Leia a charge para responder às questões de números 48 e 49.
(www.gazetadopovo.com.br,
21.06.2015)
Algaravia:
linguagem muito confusa, incompreensível.
48. A fala da personagem permite concluir que
(A) os
dias de hoje são mais tranquilos.
(B) aves e
cães produzem sons desagradáveis.
(C) a
melodia das aves é enfadonha.
(D) o
tempo passa, mas os incômodos não.
(E) os sons dos cachorros incomodam.
49. A expressão “... com a sinfonia dos pardais.” estabelece na oração relação cujo sentido é de
(A)
condição. (B) consequência. (C) intensidade. (D) causa. (E) comparação.
Leia o poema para responder às questões de números 50 e 51.
That is
the question
Dois e
dois são quatro.
Nasci
cresci
para me
converter em retrato?
em fonema?
Em morfema?
Aceito
ou detono o poema?
(Ferreira
Gullar, Muitas vozes)
That is
the question = Eis a questão
50. O poema é inquestionavelmente metalinguístico, pois o eu lírico
(A) ignora
questões formais para expressar sua condição.
(B)
questiona a própria criação artística para tratar de sua condição.
(C) usa
uma linguagem objetiva para expressar sua condição.
(D)
ironiza a linguagem de sua vida e a sua própria condição.
(E) deixa
a arte de lado e expressa com sentimentos sua condição.
51. No contexto, os dois últimos versos do poema são entendidos como
(A) a possibilidade de
contestação.
(B) a manutenção da
situação vivida.
(C) o descaso com o
tempo futuro.
(D) o medo da
transformação.
(E)
a indiferença diante dos problemas.
Leia o texto para responder às questões de números 52 a 54.
Quem se lembra ainda de Victor Hugo: “Rápidos voam os tempos,
nascem muitos poetas todos os dias”. Não são poetas apenas que nascem, mas
romancistas, críticos, e ninguém quer saber mais do que passou: todos querem
ser atuais, atualíssimos, numa febre de futuro que tem o erro de proporção das
visões de todas as febres: pois, ai de nós!, o futuro de hoje é o passado de
amanhã e, quando já não estivermos vivos, para defender com unhas e dentes as nossas
obras, elas terão de comparecer sozinhas diante do tribunal do mundo.
Rápidos voam os tempos, e não podemos dispor dos lazeres dos
nossos avós, que não liam tanto, mas liam certamente melhor. Boa gente, que
podia acompanhar folhetins, letra por letra, embora na atualidade ainda haja
quem acompanhe novelas de rádios (não tão boas), suspiro por suspiro e lágrima
por lágrima...
(Cecília
Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)
52. A autora discorre sobre
(A) a
rapidez do tempo moderno e critica quem o despreza.
(B) a
celeridade do tempo e critica o desprezo pelo passado.
(C) a
importância do tempo passado e critica quem não se atualiza.
(D) a
necessidade de cada um rever seu tempo e critica os acomodados.
(E) a
fugacidade do tempo e critica os que cultuam o passado.
53. Nas passagens “... todos querem ser atuais, atualíssimos...” e “... pois, ai de nós!, o futuro de hoje é o passado de amanhã...”, as expressões em destaque remetem, respectivamente, para o sentido de
(A) intensidade
e lamento.
(B) ironia
e esperança.
(C)
afetividade e dúvida.
(D)
intensidade e alegria.
(E)
afetividade e tristeza.
54. O texto retrata uma modernidade que não corresponde à do século XXI. Isso se comprova com o trecho:
(A)
“Rápidos voam os tempos, nascem muitos poetas todos os dias”. (primeiro
parágrafo)
(B) ...
ninguém quer saber mais do que passou... (primeiro parágrafo)
(C) ...
todos querem ser atuais, atualíssimos... (primeiro parágrafo)
(D)
...numa febre de futuro... (primeiro parágrafo)
(E) ...
ainda haja quem acompanhe novelas de rádios... (segundo parágrafo)
Instituição responsável pela elaboração da prova: VUNESP
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