ACADEMIA BARRO BRANCO – 2011 – PROVA DE LÍNGUA
PORTUGUESA
Instrução: Leia o texto para responder às questões de
números 41 a 43.
Várias vezes, no decorrer do último século, previu-se a morte dos
livros e do hábito de ler. O avanço do cinema, da televisão, da internet, tudo
isso iria tornar a leitura obsoleta. No Brasil da virada do século XX para o
XXI, o vaticínio até parecia razoável: o sistema de ensino em franco declínio e
sua tradição de fracasso na missão de formar leitores, o pouco apreço dado à
instrução como valor fundamental e até dados muito práticos, como a falta e a
pobreza de bibliotecas públicas e o alto preço dos exemplares impressos aqui,
conspiravam (conspiram, ainda) para que o contingente de brasileiros dados aos
livros minguasse de maneira irremediável. Contra todas as expectativas, porém,
vem surgindo uma nova e robusta geração de leitores no país – movida, sim, por
sucessos globais como as séries Harry Potter, Crepúsculo e Percy Jackson.
(Veja, 18.05.2011. Adaptado.)
41. A palavra vaticínio foi empregada no texto com o sentido de “previsão”, mas, em sentido próprio, significa
(A) julgamento. (B) estatística. (C) profecia. (D)
diagnóstico. (E) declaração.
42. A função argumentativa do advérbio sim, no trecho ...movida, sim, por sucessos globais... é a de
(A) confirmar as expectativas mencionadas
anteriormente.
(B) introduzir uma ressalva, tendo em vista o
tipo de obra citado em seguida.
(C) permitir que se encerre o texto com uma
exemplificação.
(D) exaltar a qualidade dos títulos preferidos
dos leitores brasileiros.
(E) servir como pausa, para que o autor possa
citar títulos de filmes.
43. O conectivo porém estabelece, entre o último período do texto e as informações precedentes, uma relação de
(A) ratificação. (B) conclusão. (C) síntese. (D)
causa. (E) oposição.
Instrução: Leia o poema para responder às questões de números 44 a 48.
Mãos dadas
Não serei
o poeta de um mundo caduco.
Também não
cantarei o mundo futuro.
Estou
preso à vida e olho meus companheiros.
Estão
taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre
eles, considero a enorme realidade.
O presente
é tão grande, não nos afastemos.
Não nos
afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei
o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi
os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não
distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não
fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é
a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida
presente.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra
completa.)
44. Analise as afirmações, referentes ao eu lírico que se manifesta no poema.
I. Declara que no convívio social a realidade se revela nítida e inexorável.
II. Almeja alcançar o lirismo contemplativo.
III. Nega-se a viver num escapismo romântico e
num pessimismo decadentista.
IV. Conclama seus parceiros a enfrentarem a vida
de forma unida.
Está correto apenas o que se afirma em
(A) I e IV. (B) II e III. (C) I, II e III. (D)
I, III e IV. (E) II e IV.
45. Depreende-se da leitura do poema que
(A) a realidade é insatisfatória, mas existe
perspectiva de melhora.
(B) o mundo está caduco, por isso é inútil
discorrer sobre ele.
(C) a mulher e a história não constituem assunto
para poetas sérios.
(D) as drogas e o suicídio, por questões morais,
não devem ser tema de poesia.
(E) a solidariedade no mundo de hoje é ilusória
e está fadada ao fracasso.
46. Para o desenvolvimento formal do poema, contribui, de modo especial,
46. Para o desenvolvimento formal do poema, contribui, de modo especial,
(A) o uso de frases nominais.
(B) o emprego de rimas internas.
(C) a utilização de elipses verbais.
(D) a repetição de estruturas.
(E) a inversão dos termos da oração.
47. A exortação contida no verso Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas também estaria expressa de maneira coerente e gramaticalmente correta na seguinte frase:
(A) Não se afastem muito, vades de mãos dadas.
(B) Não vos afastes muito, vás de mãos dadas.
(C) Não vos afasteis muito, ide de mãos dadas.
(D) Não se afastais muito, vais de mãos dadas.
(E) Não se afastam muito, vão de mãos dadas.
48. Esse poema pertence ao livro Sentimento do mundo, que ilustra bem uma geração de poetas, da qual também fizeram parte Vinícius de Moraes e Murilo Mendes, que se caracterizou, principalmente, por ter
(A) aberto o caminho para que a Semana de Arte
Moderna pudesse ter ocorrido.
(B) rompido, na década de 1920, com os modelos
da poesia parnasiana e simbolista.
(C) optado por uma linguagem regional, capaz de
traduzir assuntos locais, em detrimento dos temas universais.
(D) mantido, a partir de 1930, as conquistas da
década anterior, porém, de forma menos demolidora.
(E) rompido, a partir de 1950, com as teses
defendidas pelos primeiros modernistas.
Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 49 a 51.
O Brasil
na fossa
O Imperador dom Pedro II iniciou a construção de esgotos no Brasil
em 1857. Só a inglesa Londres e a alemã Hamburgo dispunham, então, de sistemas
de coleta de dejetos. O Rio de Janeiro, a capital imperial, tornou-se a
terceira cidade do mundo a investir nessa infraestrutura. O pioneirismo
nacional no quesito saneamento terminou aí. Mais de 150 anos depois, 45% dos
domicílios brasileiros ainda permanecem desconectados do sistema de escoamento.
Nesses lares, 90 milhões de pessoas usam fossas sépticas ou, pior, despejam
seus excrementos em valas a céu aberto ou diretamente nos rios e no mar.
(Veja, 25.05.2011.)
49. A estratégia usada pelo redator para atrair a atenção do leitor foi dar ao texto um título
(A) contraditório, opondo na fossa (negativo) a fossas sépticas (positivo).
(B) enigmático, usando uma frase nominal, o que
é incomum na linguagem jornalística.
(C) crítico, apesar de o texto conter pelo menos
dois elogios ao Brasil.
(D) cômico, baseado na comparação entre a capital
imperial e duas cidades europeias.
(E) ambíguo, tendo em vista os sentidos
denotativo e conotativo da expressão na fossa.
50. Considerado o contexto, o advérbio então pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, pela expressão
(A) nesse caso.
(B) naquela época.
(C) nesses lugares.
(D) consequentemente.
(E) realmente.
51. Reproduz-se uma informação do texto de modo correto e coerente em:
(A) A construção, no Brasil, de esgotos foram
iniciados por dom Pedro o imperador.
(B) As cidades que disporam de coleta de dejetos
antes que o Brasil fizesse foi Londres e Hamburgo.
(C) A primeira cidade a investir em sistema de
coleta de esgoto, depois de Londres e Hamburgo, foi o Rio de Janeiro.
(D) A conexão com o sistema de esgotos foi
feito, em muitos lares, através de fossas sépticas.
(E) A nível de esgoto, constitui ainda uma
solução para milhões de pessoas as chamadas valas a céu aberto.
Instrução: Leia o texto para responder às questões de
números 52 a 54.
Meu benzinho adorado (...) eu te peço por tudo o que há de mais sagrado que você me escreva
uma cartinha sim dizendo como é que você vai que eu não sei eu ando tão zaranza
por causa do teu abandono eu choro e um dia pego tomo um porre danado que você
vai ver e aí nunca mais mesmo que você me quer e sabe o que eu faço eu vou-me
embora para sempre e nunca mais vejo esse rosto lindo que eu adoro porque você
é toda a minha vida e eu só escrevo por tua causa ingrata (...) do teu definitivo e sempre
amigo...
(Vinícius de Moraes. Antologia
poética, 1981.)
52. Os procedimentos adotados na construção desse texto têm por finalidade
(A) simular o tom espontâneo da língua falada,
para tornar mais autêntica uma declaração de amor.
(B) imitar o português mal escrito, para
expressar a submissão do emissor diante de sua amada.
(C) contestar, por meio de uma falsa carta de
amor, as normas gramaticais da língua culta.
(D) expressar um sentimento que é tão sem
sentido quanto a linguagem utilizada para traduzi-lo.
(E) ironizar as pessoas que escrevem de modo incompreensível
por desconhecimento da gramática.
53. O substantivo porre pertence à variante popular da língua, assim como, tendo em vista o contexto, a forma verbal
(A) peço. (B) choro. (C) pego. (D) faço. (E) vejo.
54. A correta pontuação de uma das frases do texto é:
(A) Meu benzinho adorado, eu te peço,
por tudo o que há de mais sagrado, que você me escreva uma cartinha.
(B) Sim dizendo, como é que você vai?
Que, eu não sei, eu ando tão zaranza por causa do teu abandono.
(C) Eu choro e um dia, pego: tomo um
porre danado que você vai ver e aí, nunca mais, mesmo que você me quer.
(D) Sabe o que eu faço? Eu vou-me
embora, para sempre e nunca mais, vejo esse rosto lindo, que eu adoro!
(E) Você é toda a minha vida e eu, só
escrevo por tua causa ingrata.
Instrução: Para responder às questões de números 55 a 57, leia a estrofe, que faz parte de um poema de
Camões.
O prado,
as flores brancas e vermelhas
Está
suavemente apresentando;
As doces e
solícitas abelhas,
Com um
brando sussurro vão voando;
As mansas
e pacíficas ovelhas,
Do comer
esquecidas, inclinando
As cabeças
estão ao som divino
Que faz,
passando, o Tejo cristalino.
(Luís Vaz de Camões. Obra
completa, 1988.)
55. A estrofe exemplifica a lírica clássica portuguesa, na qual
(A) o mundo das realizações humanas é narrado em
sua dimensão ideal e grandiosa.
(B) a natureza, pelo seu equilíbrio, deve servir
como modelo para o homem.
(C) o espaço natural mimetiza o conflito amoroso
do poeta, através das cantigas.
(D) o extravasamento dos sentimentos supera, de
modo exacerbado, o domínio da razão.
(E) a descrição da natureza e de tudo que lhe
diz respeito é feita de modo objetivo.
56. Considere as seguintes explicações para o recurso da inversão que ocorre no texto:
I. É uma característica do Classicismo
renascentista que resulta da tentativa de imitar a sintaxe do Latim clássico.
II. Prende-se à necessidade de preservar as
rimas, revelando uma preocupação com a perfeição formal.
III. Contribui de maneira decisiva para se
alcançar a pretendida regularidade rítmica.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II,
apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.
57. Um caso de posposição do sujeito em relação ao verbo ocorre no verso
(A) 1. (B) 3. (C) 5. (D) 7. (E) 8.
Instrução: Leia o texto, extraído de uma entrevista
concedida a Clarice Lispector por Lygia Fagundes Telles, para responder às questões
de números 58 a 60.
– Como nasce um conto? Um romance? Qual é a raiz de um texto seu?
– São perguntas que ouço com frequência. Procuro então simplificar
essa matéria que nada tem de simples. Lembro que algumas ideias podem nascer de
uma simples imagem. Ou de uma frase que se ouve por acaso. A ideia do enredo
pode ainda se originar de um sonho. Tentativa vã de explicar o inexplicável, de
esclarecer o que não pode ser esclarecido no ato da criação. A gente exagera (...) no fundo sabemos disso
perfeitamente – tudo é sombra. Mistério. O artista é um visionário. Um vidente.
Tem passe livre no tempo que ele percorre de alto a baixo em seu trapézio voador
que avança e recua no espaço: tanta luta, tanto empenho que não exclui a
disciplina. A paciência. A vontade do escritor de se comunicar com o seu
próximo, de seduzir esse público que olha e julga. Vontade de ser amado. De permanecer.
Nesse jogo ele acaba por arriscar tudo. Vale o risco? Vale se a vontade for
cumprida com amor, é preciso se apaixonar pelo ofício, ser feliz nesse ofício.
Se em outros aspectos as coisas falham (tantas falham) que ao menos fique a
alegria de criar.
(Clarice Lispector. Entrevistas, 2007.)
58. A pergunta feita pela entrevistadora liga-se a um aspecto da criação literária que pode ser expresso pela palavra
(A) gratuidade. (B) perfeição. (C) efemeridade. (D)
gênese. (E) perenidade.
59. Ao usar a expressão trapézio voador para representar o ofício de escritor, a entrevistada lança mão de uma figura de linguagem denominada
(A) personificação. (B) antítese. (C) metáfora. (D)
eufemismo. (E) metonímia.
60. O pronome relativo que exerce a função de objeto direto, e não de sujeito, apenas no trecho
(A) que ouço com frequência (linha 3).
(B) que nada tem de simples (linha 4).
(C) que não pode ser esclarecido (linha 8).
(D) que avança e recua no espaço (linha 13).
(E) que não exclui a disciplina (linha 14).
Instrução: Leia o texto para responder às questões de
números 61 a 66.
Inocência não aparecia.
Mal saía do quarto, pretextando recaída de sezões: entretanto, não
era seu corpo o doente, não; a sua alma, sim, essa sofria morte e paixão; e
amargas lágrimas, sobretudo à noite, lhe inundavam o rosto.
– Meu Deus, exclamava ela, que será de mim? Nossa Senhora da Guia
me socorra. Que pode fazer uma infeliz rapariga dos sertões contra tanta
desgraça? Eu vivia tão sossegada neste retiro, amparada por meu pai... que
agora tanto medo me mete... Deus do céu, piedade, piedade.
E de joelhos, diante do tosco oratório alumiado por esguias velas
de cera, orava com fervor, balbuciando as preces que costumava recitar antes de
se deitar.
Uma noite, disse ela:
– Quisera uma reza que me enchesse mais o coração... que mais me
aliviasse o peso da agonia de hoje...
E, como levada de inspiração, prostrou-se murmurando:
– Minha Nossa Senhora mãe da
Virgem que nunca pecou, ide adiante de Deus. Pedi-lhe que tenha pena de mim...
que não me deixe assim nesta dor cá dentro tão cruel. Estendei a vossa mão
sobre mim. Se é crime amar a Cirino, mandai-me a morte. Que culpa tenho eu do
que me sucede? Rezei tanto, para não gostar deste homem! Tudo... tudo... foi
inútil! Por que então este suplício de todos os momentos? Nem sequer tem alívio
no sono? Sempre ele... ele! (...)
Quando a lembrança de Cirino se lhe apresentava mais viva, estorcia-se
de desespero. A paixão punha-lhe o peito em fogo...
(Visconde de Taunay, Inocência.)
61. Sobre o texto, afirma-se:
I. A protagonista apresenta características
românticas, tais como a religiosidade e a disposição para o sacrifício em nome
do amor.
II. A personagem principal não consegue realizar
suas aspirações, tendo em vista que está submetida a um ambiente de estrutura
conservadora e patriarcalista.
III. O narrador incorpora, em seu discurso, a
linguagem coloquial com que as personagens se comunicam.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
62. O pretexto que Inocência usa para não sair de seu quarto é um problema de ordem
(A) moral. (B) familiar. (C) religiosa. (D)
física. (E) psicológica.
63. O trecho do texto onde o pronome oblíquo sublinhado tem sentido de posse é:
(A) e amargas lágrimas (...) lhe inundavam o rosto.
(B) Nossa Senhora da Guia me socorra.
(C) que agora tanto medo me mete.
(D) Pedi-lhe que tenha pena de mim.
(E) estorcia-se de desespero.
64. No trecho Mal saía do quarto, pretextando recaída de sezões, o advérbio mal foi empregado na mesma acepção que na seguinte frase:
(A) Mal chegou da viagem de férias, teve de
trabalhar.
(B) Como não queria parecer indiscreto, mal
tocou no assunto.
(C) A palavra “literalmente” costuma ser mal
empregada por muita gente.
(D) Estão caminhando mal as reformas políticas
no Brasil.
(E) Mal refeito da gripe, entrou em campo
debilitado.
65. Na primeira vez em que se dirige a Nossa Senhora, a protagonista usa um tratamento e, na segunda, outro. Uma das explicações é que, na segunda vez, ela
(A) usou verbos que devem ser conjugados de modo
diferente do verbo empregado em sua primeira fala.
(B) encontrava-se agoniada, devido ao momento
por que estava passando, por isso empregou mal os verbos.
(C) estava repetindo uma oração que devia saber
de cor, já que era muito religiosa.
(D) intercalou em sua oração flexões verbais
típicas da linguagem regional.
(E) pretendeu tornar seu pedido mais
convincente, dando-lhe um tom mais solene e respeitoso.
66. O verbo no tempo mais-que-perfeito do indicativo pode ser empregado em frases optativas, isto é, que exprimem desejo. É o que ocorre no trecho do texto:
66. O verbo no tempo mais-que-perfeito do indicativo pode ser empregado em frases optativas, isto é, que exprimem desejo. É o que ocorre no trecho do texto:
(A) essa sofria morte e paixão.
(B) Meu Deus, exclamava ela.
(C) Quisera uma reza.
(D) que me enchesse mais o coração.
(E) A paixão punha-lhe o peito em fogo.
Instrução: Leia o poema e responda às questões de números
67 a 70.
Tecendo a
Manhã
Um galo
sozinho não tece uma manhã:
ele
precisará sempre de outros galos.
De um que
apanhe esse grito que ele
e o lance
a outro; de um outro galo
que apanhe
o grito que um galo antes
e o lance
a outro; e de outros galos
que com
muitos outros galos se cruzem
os fios de
sol de seus gritos de galo,
para que a
manhã, desde uma teia tênue,
se vá
tecendo, entre todos os galos.
E se
encorpando em tela, entre todos,
se
erguendo tenda, onde entrem todos,
se
entretendendo* para todos, no toldo
(a manhã)
que plana livre de armação.
A manhã,
toldo de um tecido tão aéreo
que,
tecido, se eleva por si: luz balão.
(João Cabral de Melo Neto. A educação
pela pedra.)
* neologismo criado pelo autor, por meio da
junção de “entre” + “entender”.
67. Analise as afirmações:
I. O poema caracteriza-se por ser fortemente
orientado, em sua estruturação interna, pelo fenômeno linguístico da coesão.
II. A repetição sonora, principalmente a
aliteração, contribui decisivamente para sugerir a ideia de entrelaçamento
presente no poema.
III. O desenvolvimento do poema se faz num
crescendo, simbolizando o processo da “construção” da manhã.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e II,
apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.
68. A locução verbal vá tecendo e os gerúndios subsequentes encorpando, erguendo, entretendendo indicam uma ação durativa que
(A) ocorre simultaneamente ao momento da
enunciação.
(B) se realiza de maneira progressiva.
(C) transcorre de maneira intermitente, isto é,
com intervalos.
(D) se desenvolve em direção ao ponto em que se
encontra o leitor.
(E) expressa uma hipótese impossível de se
realizar.
69. O recurso da sinestesia (associação de palavras ou expressões em que ocorre combinação de sensações diferentes numa só impressão) pode ser identificado, de maneira mais evidente, na seguinte expressão:
(A) os fios de sol de seus gritos.
(B) uma teia tênue.
(C) se encorpando em tela.
(D) se erguendo tenda.
(E) toldo de um tecido tão aéreo.
70. Os recursos expressivos utilizados no poema podem ser interpretados como uma metáfora da
(A) incapacidade humana de apreciar os encantos
da natureza.
(B) simplicidade da vida no campo, em oposição à
agitação
urbana.
(C) importância da preservação dos costumes
tradicionais.
(D) competição que move as ações humanas ao
longo da história.
(E) conjunção de forças
visando a um mesmo propósito.
Instituição responsável pela elaboração da prova: VUNESP
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