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quarta-feira, 2 de maio de 2018

ACADEMIA BARRO BRANCO – 2010 – PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

ACADEMIA BARRO BRANCO – 2010 – PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Instrução: Leia o texto de Carlos Drummond de Andrade para responder às questões de números 41 e 42.

Que frio! Que vento! Que calor! Que caro! Que absurdo!
Que bacana! Que tristeza! Que tarde! Que amor! Que besteira!
Que esperança! Que modos! Que noite! Que graça! Que horror!
Que doçura! Que novidade! Que susto! Que pão! Que vexame!
Que mentira! Que confusão! Que vida! Que talento! Que alívio!
Que nada...

Assim, em plena floresta de exclamações, vai-se tocando
pra frente.

41. O texto, segundo o autor, revela que a vida é

(A) estimulante, pois o ser humano mais a desfruta do que sofre com ela.
(B) enfadonha, já que as experiências do ser humano trazem pouca emoção ao cotidiano.
(C) complexa, já que o ser humano está exposto a experiências múltiplas.
(D) complicada, porque o ser humano não aproveita o que ela lhe oferece.
(E) perturbadora, pois o ser humano tem dificuldade para vivenciar as distintas situações.

42. Analise as afirmações.

I. No primeiro parágrafo, as frases são constituídas sem a presença de verbos em sua estrutura, o que permite inferir que não se pretende enfatizar ações e sim se reportar aos elementos do cotidiano do poeta, materializados nos substantivos dessas frases.
II. O primeiro parágrafo caracteriza-se por frases que não se articulam sintaticamente entre si por meio de conjunções e sim pela justaposição.
III. Na passagem Que vida!, evidencia-se uma ambiguidade, pois se pode pensar tanto em uma referência a bons aspectos da existência como a aspectos negativos.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 43 e 44.

Se você pudesse ver seu coração, não cuidaria melhor dele?

Marília Gabriela conversa com Gabriel, o mais novo adepto da corrente do coração. “Começou comigo, passou para o meu filho Christiano, depois para a Julia, arquiteta do Christiano, e hoje eu estou aqui com o Gabriel, irmão de Julia.” Gabriel também incluiu Becel no seu café da manhã. E não parou por aí.
Agora, quando vai decidir o que comer, escuta seu coração. Foram escolhas simples, mas quando se trata da saúde do coração, pequenas mudanças podem fazer toda a diferença.

“Minha Margarina? É claro que é Becel!” (Época, 10.07.2010.)

43. Observando as informações apresentadas, o meio de comunicação em que foram veiculadas e a intencionalidade do autor, conclui-se que o texto é

(A) uma propaganda, na qual se mostram os perigos relacionados ao consumo de margarina.
(B) uma reportagem, na qual se analisam os benefícios de se consumir margarina.
(C) uma notícia, na qual se aborda a importância do consumo de margarina no café da manhã.
(D) um anúncio, no qual se intenciona convencer o leitor a usar a margarina.
(E) uma entrevista, na qual se elucida a importância da margarina para o coração.

44. No contexto, a fala entre aspas do primeiro parágrafo deve ser atribuída

(A) a Christiano. (B) a Marília Gabriela. (C) a Julia. (D) a Gabriel. (E) ao redator.

45. Leia os quadrinhos.


(Folha de S.Paulo, 23.07.2010. Adaptado.)

A personagem utiliza a locução verbal Tenho tido para se referir à dor que sente, o que sinaliza que esta é

(A) frequente nos últimos tempos.
(B) continuidade de tempos passados.
(C) suposição e não realidade.
(D) impossível de acontecer no futuro.
(E) pontual em relação ao momento da enunciação.

Instrução: As questões de números 46 e 47 baseiam-se no texto.

Cinema – Quincas Berro D´Água, de Sérgio Machado (Brasil, 2010). Lançada em 1959, a novela A Morte e a Morte de Quincas Berro d´Água está entre os grandes textos do escritor baiano Jorge Amado (1912-2001). Dela, o diretor de Cidade Baixa preservou o humor mórbido e o deboche. Escolheu a dedo quatro atores não muito famosos para os papéis principais. Na trama, Quincas (o experiente Paulo José) morre no dia de seu 72º aniversário. Beberrão e mulherengo, esse ex-funcionário público era símbolo da boemia na capital baiana dos anos 50. Quatro inconformados amigos dele (interpretados por Irandhir Santos, Luís Miranda, Flávio Bauraqui e Frank Menezes) roubam o cadáver no velório para uma noitada de despedida pelas ladeiras do Pelourinho. Com Mariana Ximenes e Vladimir Brichta (104 min). 14 anos. Estreou em 21/5/2010. (Veja São Paulo, 14.07.2010.)

46. Existe continuidade de sentido quando se relacionam as seguintes informações textuais:

(A) Jorge Amado + Cidade Baixa.
(B) Humor mórbido + roubam o cadáver no velório para uma noitada de despedida.
(C) Quatro atores não muito famosos + Paulo José.
(D) Vladimir Brichta + morre no dia de seu 72º aniversário.
(E) Escritor baiano + beberrão e mulherengo.

47. Analise as afirmações, que se baseiam nas informações textuais e nos contextos a que se reportam.

I. O texto é uma resenha do filme de Sérgio Machado, baseado em uma obra do escritor baiano Jorge Amado, expressão do regionalismo modernista da literatura brasileira.
II. O filme faz uma releitura da obra de Jorge Amado, em um viés realista e sério.
III. No filme de Sérgio Machado, cuja ambientação são as ladeiras do Pelourinho, em Salvador, o protagonista da trama – a exemplo de seus amigos – é interpretado por um ator novato e desconhecido do grande público.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.

Instrução: Leia os textos para responder às questões de números 48 a 50.

Texto I - A seleção montada pelo técnico Dunga deixa um aprendizado: jamais coloque no comando de uma equipe alguém que não seja experiente o suficiente para os desafios que o esperam, que não tenha capacidade de buscar os melhores profissionais para cada área e que não consiga transmitir motivação e humildade ao grupo. Cobram-nos como “torcedores”, alegando que sempre queremos vencer. Não queremos vencer sempre, mas sim jogar com dignidade, arrojo e vibração.

Texto II - Sou mais um torcedor brasileiro que ainda sofre com a eliminação precoce do Brasil na Copa do Mundo diante da seleção da Holanda. Apesar disso, afirmo que o técnico Dunga está de parabéns: pela coerência, disciplina, franqueza, união da equipe e por sua coragem. São procedentes as críticas ao seu humor e aos atritos desnecessários com a imprensa; mas nada disso foi
determinante para a derrota. Seus títulos e números expressivos nestes quatro anos falam por si (Veja, 10.07.2010.)

48. Comparando os pontos de vista expressos nos dois textos, é correto afirmar que seus autores têm

(A) opiniões distintas sobre a atuação de Dunga frente ao comando da seleção brasileira, sendo o técnico exaltado apenas no Texto I.
(B) a mesma opinião sobre a atuação de Dunga frente ao comando da seleção brasileira: o técnico deveria ter sido mais motivador.
(C) opiniões distintas sobre Dunga frente ao comando da seleção brasileira, sendo a atuação do técnico defendida no Texto II.
(D) a mesma opinião sobre a atuação de Dunga frente ao comando da seleção brasileira, achando o técnico experiente, porém mal-humorado e orgulhoso.
(E) opiniões distintas sobre a atuação de Dunga frente ao comando da seleção brasileira, ainda que ambos reconheçam o caráter humilde do técnico.

49. Mantendo-se fiel à norma-padrão e ao sentido do Texto I, o período – Cobram-nos como “torcedores”, alegando que sempre queremos vencer. – pode ser parafraseado da seguinte forma:

(A) Cobram nós como “torcedores”, porque alegam que sempre queremos vencer.
(B) Nos cobram como “torcedores”, mas alegam que sempre queremos vencer.
(C) A gente é cobrados como “torcedores”, pois alegam que sempre queremos vencer.
(D) Somos cobrados como “torcedores”, e alegam que sempre queremos vencer.
(E) Cobram à nós como “torcedores”, embora aleguem que sempre queremos vencer.

50. No Texto II, quanto ao sentido que expressa, o emprego de Apesar disso indica

(A) retomada de informações textuais.
(B) síntese das informações precedentes.
(C) conclusão das informações textuais.
(D) retificação das informações precedentes.
(E) oposição entre as informações textuais.

51. Considere as informações.

Os dados apresentados mostram que

(A) a Olimpíada da China, em 2008, foi o evento esportivo mais poluidor dentre os apresentados.
(B) o transporte por ônibus na Copa da África é de impacto semelhante ao que se verifica com as construções.
(C) os países que organizam as copas do mundo têm condições precárias de infraestrutura, o que gera poluição.
(D) a construção de estádios e o uso da energia elétrica são os grandes vilões da poluição na Copa da África do Sul.
(E) há um decréscimo significativo na poluição nos eventos esportivos, a cada dois anos.

52. Considere a informação.
A prática de atividades físicas ajuda a raciocinar, a planejar, a exercitar a memória, a compreender situações, linguagens e estratégias e a resolver problemas. (Superinteressante, julho de 2010. Adaptado.)

Em um texto que fala dos benefícios dos exercícios e da Educação Física, as atividades físicas descritas relacionam-se à seguinte competência:

(A) Trabalha o espírito de competitividade.
(B) Ensina a respeitar o corpo.
(C) Aumenta a autoestima.
(D) Desenvolve habilidades cognitivas.
(E) Ensina a trabalhar em grupo.

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 53 a 55.

Cada um é suas ações, e não é outra coisa. Oh que grande doutrina esta para o lugar em que estamos! Quando vos perguntarem quem sois, não vades revolver o nobiliário* de vossos avós, ide ver a matrícula** de vossas ações. O que fazeis, isso sois, nada mais. Quando ao Batista lhe perguntaram quem era não disse que se chamava João, nem que era filho de Zacarias; não se definiu pelos pais, nem pelo apelido. Só de suas ações formou a sua definição: Ego vox clamantis (Eu sou a voz que clama).

(Padre Antônio Vieira. Sermão da Terceira Dominga do Advento, 1655.)
* Nobiliário: livro ou registro das famílias nobres.
** Matrícula: rol.

53. O texto de Vieira exemplifica a prosa

(A) renascentista, notadamente marcada pela ligação com a religiosidade, como o comprova a referência a João
Batista.
(B) barroca, na sua vertente conceptista, marcada pelo jogo de ideias na construção da argumentação, ilustrada pela passagem bíblica.
(C) neoclássica, marcada pelo uso de linguagem simples, em enunciados claros, enaltecendo-se os aspectos ligados à religião.
(D) romântica, marcada pelo nacionalismo e a idealização do ser humano, tendo a religião como fundamento das relações humanas.
(E) realista, marcada por uma visão objetiva e racional, definindo-se a necessidade de os homens explicarem a religião por meio da ciência.

54. De acordo com o texto, o valor de uma pessoa

(A) pauta-se por aquilo que ela fala de si mesma.
(B) depende de sua linhagem familiar.
(C) é determinado por suas posses materiais.
(D) tem relação imediata com família e dinheiro.
(E) está intrinsecamente ligado à sua conduta.

55. Em 3.ª pessoa do singular, a frase – Quando vos perguntarem quem sois, não vades revolver o nobiliário de vossos avós, ide ver a matrícula de vossas ações. – assume a seguinte redação:

(A) Quando o perguntarem quem és, não vás revolver o nobiliário de teus avós, vás ver a matrícula de tuas ações.
(B) Quando te perguntarem quem você é, não vai revolver o nobiliário de seus avós, vai ver a matrícula de suas ações.
(C) Quando lhe perguntarem quem você é, não vá revolver o nobiliário de seus avós, vá ver a matrícula de suas ações.
(D) Quando lhe perguntarem quem você é, não vai revolver o nobiliário de seus avós, vai ver a matrícula de suas ações.
(E) Quando perguntarem a você quem és, não vá revolver o nobiliário de seus avós, vai ver a matrícula de suas ações.

56. Leia a charge.

O efeito de humor decorre

(A) da confusão gerada pela expressão cheque especial, que despertou a cobiça do assaltante.
(B) da dissimulação do senhor, temendo ser assaltado, já que o outro o interpelou armado.
(C) da aceitação tácita do assalto pelo senhor, que preferiu entregar o que tinha a pagar o cheque especial.
(D) do mal-entendido entre as falas dos personagens, que compreendem de forma diferente o termo Isso.
(E) da concordância de ideias, já que o assaltante também acreditou que a alta do cheque especial era um assalto.

Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 57 a 60.

Entre julho e outubro de 1932, a Região Sudeste foi palco do maior conflito armado da história republicana brasileira. De maneira geral, os livros didáticos reservam poucas linhas àquele episódio, mas, em 1997, o governo do estado de São Paulo decidiu dedicar-lhe um feriado: o “Dia da Revolução Constitucionalista”. Mas teria sido mesmo o anseio por uma Constituição o fator que levou tantos homens a darem suas vidas nas trincheiras paulistas? E a vitória de São Paulo, que consequência traria?
Mário de Andrade, testemunha ocular da guerra, retratou nas páginas do Diário Nacional a pouca familiaridade de muitos voluntários com a causa constitucionalista: “Na Rua das Palmeiras, três homens pobremente vestidos seguem num passo decidido. Dois carregam fardas e botinões de soldado. Um deles é rapaz ainda. De repente, interrompe a parolagem, perguntando: ‘Mas o que é, direito, a Constituição?’ Se percebe uma certa atrapalhação nos outros dois, o passo decidido em que vêm meio que tonteia”.
(...)
Na epopeia épica Marco Zero, um dos personagens de Oswald de Andrade exclama reveladoramente: “Adonde é a Casa do Sordado? Eu me alistei por causo da boia”. A cultura política do brasileiro médio não era suficientemente desenvolvida a ponto de mobilizar tanta gente em torno da luta pela ordem constitucional.

(CartaCapital, 14.07.2010.)

57. No primeiro parágrafo do texto, sugere-se que

(A) almejar uma Constituição pode não ter sido o objetivo de muitos homens que participaram da Revolução Constitucionalista.
(B) definir um dia como feriado devido à Revolução Constitucionalista advém da sua importância enfatizada nos livros.
(C) haver pouco espaço para a discussão da Revolução Constitucionalista nos livros não tira os méritos daqueles que nela lutaram.
(D) defender a ordem constitucional implicou uma revolução para a qual São Paulo tinha plena condição de combate e vitória.
(E) mandar rapazes à guerra era algo que dava força ao movimento, pois eles tinham plena consciência da ordem constitucional.

58. Analise as afirmações.

I. Em sua ficção, Mário de Andrade criou personagens pouco ligados à causa constitucionalista, o que decorre de suas existências pobres, tanto financeira como moralmente;
II. Oswald de Andrade traduz em seu personagem ficcional, cujo registro é nitidamente da norma popular, o interesse subjetivo e imediato sobrepondo-se à causa constitucionalista;
III. São Paulo venceu todos os combates na Revolução Constitucionalista.

Está correto o que se afirma em

(A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.

59. Em – De repente, interrompe a parolagem, perguntando... – o termo parolagem significa

(A) confusão. (B) marcha. (C) contenda. (D) balbúrdia. (E) conversa.

60. Assinale a alternativa em que a reescrita do trecho indicado se mantém fiel ao sentido original.

(A) Mas teria sido mesmo o anseio por uma Constituição... = Mas teria sido o mesmo anseio por uma Constituição...
(B) Dois carregam fardas e botinões de soldado. = Dois carregam fardas e botinões do soldado.
(C) Um deles é rapaz ainda. = Um desses dois é rapaz ainda.
(D) Se percebe uma certa atrapalhação nos outros dois... = Se percebe uma atrapalhação certa nos outros dois...
(E) “... o passo decidido em que vêm meio que tonteia”. = “... o passo em que vêm meio que tonteia decidido”.

61. A Marquesa de Alegros ficara viúva aos quarenta e três anos, e passava a maior parte do ano retirada em sua quinta de Carcavelos. (...) As suas duas filhas, educadas no receio do Céu e nas preocupações da Moda, eram beatas e faziam o chic falando com igual fervor da humildade cristã e do último figurino de Bruxelas. Um jornalista de então dissera delas: – Pensam todos os dias na toilette com que hão de entrar no Paraíso.

(Eça de Queirós. O crime do padre Amaro.)

O comentário do jornalista deve ser entendido por um viés

(A) irônico, devido às ambiguidades flagradas na educação e nas preocupações das filhas da Marquesa.
(B) satírico, devido à preocupação doentia que as filhas da Marquesa tinham em harmonizar a beatice com as questões estéticas.
(C) pejorativo, devido às preocupações excessivas que a Marquesa e suas filhas dispensavam à religião e à moda.
(D) cômico, devido ao apego excessivo à religião, o que evidentemente afastava a Marquesa e suas filhas da moda.
(E) psicológico, devido à oscilação entre o desejo das filhas da Marquesa de serem beatas, sem que se tornassem chiques.

62. Observe a imagem exposta no aeroporto de Brasília, em maio de 2010.


Em conformidade com a norma-padrão, a frase contida na foto deve ser assim redigida:

(A) Parabéns Brasília, pelos seus 50 anos.
(B) Parabéns, Brasília pelos seus 50 anos.
(C) Parabéns Brasília! pelos seus 50 anos.
(D) Parabéns! Brasília! pelos seus 50 anos.
(E) Parabéns, Brasília, pelos seus 50 anos.

Instrução: As questões de números 63 e 64 baseiam-se nos textos a seguir.

Texto I, de Luís Vaz de Camões

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.

Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o mundo concertado.

Texto II , de Leonardo Mota

O mundo está de tal forma
Que ninguém pode entender:
Uns devem, porém não pagam,
Outros pagam sem dever.

63. A ideia comum aos dois textos é que

(A) os tormentos rondam o mundo.
(B) a justiça tarda, mas não falha.
(C) os maus são castigados.
(D) o mundo está desconcertado.
(E) o mundo é injusto com poucos.

64. Considerando as relações entre as palavras nas frases, os dois últimos versos do Texto I, sem prejuízo à correção gramatical e ao sentido, podem ser reescritos da seguinte forma:

(A) Assim que só o mundo anda concertado para mim.
(B) Assim que o mundo anda concertado só para mim.
(C) Assim que o mundo, anda só concertado para mim.
(D) Assim que o mundo só anda, concertado para mim.
(E) Assim que, o mundo anda concertado, para mim só.

65. Leia o trecho do texto publicado na Folha de S.Paulo, em 22.07.2010.

Semanas atrás, a Folha noticiou a proposta de criar-se uma agência especial para pesquisar os supostos efeitos medicinais da maconha, patrocinada pela Secretaria Nacional Antidrogas do governo federal.
Esse debate nos dias atuais, tal qual ocorreu com o tabaco na década de 60, ilude sobretudo os adolescentes e aqueles que não seguem as evidências científicas sobre danos causados pela maconha no indivíduo e na sociedade. Na revisão científica feita por Robim Room e colaboradores (“Cannabis Policy”, Oxford University, 2010), fica claro que a maconha produz dependência, bronquite crônica, insuficiência respiratória, aumento do risco de doenças cardiovasculares, câncer no sistema respiratório, diminuição da memória, ansiedade e depressão, episódios psicóticos e, por fim, um comprometimento do rendimento acadêmico ou profissional.
Apesar disso, o senso comum é o de que a maconha é “droga leve, natural, que não faz mal”.

(Ronaldo Ramos Laranjeira e Ana Cecilia Petta Roselli Marques.)

Os autores do texto
(A) fizeram a revisão científica do uso medicinal da maconha.
(B) acreditam que a maconha seja uma droga leve e natural.
(C) põem em dúvida o uso da maconha na medicina.
(D) creem que os jovens sabem usar maconha com consciência.
(E) mostram que o senso comum corrobora os estudos de Robim Room.

Instrução: O texto a seguir é base para as questões de números 66 a 68.

Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o perfil dessa estátua de moça.
Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém na mesma delicadeza do porte esculpiam-se os contornos mais graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade nos relevos.
Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao beijo do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência* juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha** de róseo matiz. A dela era assim.
Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte, como diadema cintilando na cabeça de um anjo. Havia em toda a sua pessoa um quer que fosse de sublime e excelso que a abstraía da terra. Contemplando-a naquele instante de enlevo, dir-se-ia que ela se preparava para sua celeste ascensão.

(José de Alencar, Diva.)
* Pubescência: puberdade.
** Escumilha: borda sobre escumilha (tecido).

66. Sobre o texto, afirma-se que
I. apresenta a mulher, objeto de adoração, idealizada e descrita de forma inacessível, como sugerem os termos: puro, altivez, rainha, anjo, sublime, excelso, ascensão;
II. critica os costumes da sociedade da época, a exemplo da maioria dos romances românticos do século XIX;
III. se vale de uma linguagem simples e popular, o que era comum aos escritores do momento literário a que Alencar pertenceu.

Está correto o contido em

(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.

67. Sobre a perspectiva de descrição da personagem, é correto afirmar que o narrador tem um enfoque

(A) imparcial, o que pode ser constatado pela linguagem precisa, racional e isenta de juízos de valor.
(B) objetivo e imparcial, ainda que, em algumas passagens, enalteça traços da personalidade da moça.
(C) duplo, já que alude a aspectos comportamentais e psicológicos tanto em 1.ª quanto em 3.ª pessoa.
(D) subjetivo, flagrante pela seleção vocabular, apesar de o texto ser elaborado em 3.ª pessoa.
(E) parcial, marcado pelas impressões pessoais, que se evidenciam pelo emprego da 1.ª pessoa.

68. Assinale a alternativa em que o pronome em destaque expressa valor de possessividade.

(A) ... que ela se preparava para sua celeste ascensão.
(B) Uma altivez de rainha cingia-lhe a fronte...
(C) ... e um sangue puro a escumilha...
(D) ... esculpiam-se os contornos mais graciosos...
(E) Tinha um desses talhes flexíveis...

69. Assinale a alternativa em que os termos preenchem corretamente as lacunas do texto:

A Lei da Ficha Limpa é uma prova da evolução do processo democrático no país. As coisas estão andando na direção correta e numa velocidade até razoável.
O movimento contra a corrupção tomou corpo. A Lei da Ficha Limpa teve o apoio de 1,6 ________ de assinaturas. Ayres Britto, chamado de ingênuo _______  quatro anos, ontem comemorava: “Como disse Victor Hugo, ‘não há nada mais poderoso do que a força de uma ideia _______ tempo chegou’ ”.
(Folha de S.Paulo, 12.06.2010. Adaptado.)

(A) milhão ... há ... cujo
(B) milhões ... a ... que o
(C) milhão ... fazem ... de que o
(D) milhões ... faz ... que o
(E) milhão ... à ... cujo o

70. Leia os versos de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa.

Quando, Lídia, vier o nosso Outono
Com o Inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
   Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa –
O amarelo atual que as folhas vivem
   E as torna diferentes.

Nesses versos, as estações do ano constituem metáforas pelas quais o eu lírico

(A) analisa o que viveu e lamenta que, então na velhice, não possa aproveitar a vida como na juventude.
(B) lamenta a inevitável chegada da velhice, sugerindo que preferia estar ainda vivendo a juventude.
(C) se mostra amedrontado com a iminente chegada da velhice que virá acompanhada pela morte.
(D) revela viver intensamente o presente, sem mostrar preocupações com a inexorabilidade da morte.
(E) reconhece a fugacidade do tempo, deixando implícita a necessidade de se aproveitar o momento presente.

Instituição responsável pela elaboração da prova: VUNESP


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