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segunda-feira, 7 de maio de 2018

CONCURSO PÚBLICO – SOLDADO PM DE 2º CLASSE – 2017

CONCURSO PÚBLICO – SOLDADO PM DE 2º CLASSE – 2017

Prova de língua portuguesa

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 06 e 10.

“Efeito Google” muda uso da memória humana

Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era criança? E o celular das pessoas com quem tem trocado mensagens recentemente? Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda – mas você não está sozinho. Estudos científicos chamam esse fenômeno de “efeito Google” ou “amnésia digital”, um sintoma de um comportamento cada vez mais comum: o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos dispositivos eletrônicos e à internet em vez de guardá-los na cabeça.
Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-número de informações. Segundo Adrian F. Ward, da Universidade de Austin, nos Estados Unidos, o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com que o cérebro humano não considere útil gravar esses dados, uma vez que é fácil encontrá-los de novo rapidamente. “É como quando consultamos o telefone de uma loja: após discar e fazer a ligação, não precisamos mais dele”, explica Paulo Bertolucci, da Unifesp.
É o que mostra também uma pesquisa recente conduzida pela empresa de segurança digital Kaspersky, realizada com 6 mil pessoas em países da União Europeia. Ao receberem uma questão, 57% dos entrevistados tentam sugerir uma resposta sozinhos, mas 36% usam a internet para elaborar sua resposta. Além disso, 24% de todos os entrevistados admitiram esquecer a informação logo após utilizá-la para responder à pergunta – o que gerou a expressão “amnésia digital”.
Para Bertolucci, no entanto, o conceito é incorreto. “Amnésia significa esquecer-se de algo; na ‘amnésia digital’, a pessoa não chega nem a aprender e, portanto, não consegue esquecer algo que escolheu nem lembrar.”

(Bruno Capelas. O Estado de S.Paulo, 06.06.2016. Adaptado)

01. De acordo com o texto, “efeito Google” ou “amnésia digital” refere-se

(A) ao apagamento da memória de longo prazo devido ao armazenamento de dados em dispositivos eletrônicos.
(B) à dificuldade de quem tem lapsos de memória em aprender conteúdos novos por meio de ambientes virtuais.
(C) à tendência de deixar de memorizar informações acessadas facilmente por meio de aparatos eletrônicos.
(D) à memorização parcial de dados obtidos por meio da internet, o que acarreta um deficit de atenção.
(E) ao esquecimento provisório de dados, em virtude do excesso de informações disponíveis nos meios virtuais.

02. A forma pronominal -los, destacada ao final do primeiro parágrafo, retoma a expressão

(A) armazenamento de dados.
(B) nossos dispositivos eletrônicos.
(C) estudos científicos.
(D) dados importantes.
(E) dispositivos eletrônicos e internet.

03. A pesquisa da Kaspersky revelou que

(A) uma parte significativa dos entrevistados consultou a internet para responder à pergunta.
(B) uma parte irrelevante dos entrevistados foi capaz de responder à questão sem recorrer à internet.
(C) os entrevistados demonstraram distúrbios de atenção e de aprendizado após serem expostos à internet.
(D) cerca de um quarto dos entrevistados que acessaram a internet desconhecia o propósito da pesquisa.
(E) a maior parte dos entrevistados foi incapaz de responder à pergunta sem o auxílio da internet.

04. Para Bertolucci, o conceito “amnésia digital” é incorreto porque

(A) o esquecimento digital é temporário.
(B) as lembranças são parcialmente retidas.
(C) a amnésia pressupõe aprendizado.
(D) a amnésia é uma enfermidade muito grave.
(E) as pessoas não esquecem o que lhes foi útil.

05. A expressão no entanto, em “Para Bertolucci, no entanto, o conceito é incorreto.” (último parágrafo), pode ser substituída, sem alteração de sentido, por

(A) com isso. (B) porque. (C) todavia. (D) em vista disso. (E) portanto.

06. Observa-se uma relação de consequência e causa, nessa ordem, entre os seguintes trechos do texto, separados entre si pela barra:

(A) Por certo, foi mais fácil responder à primeira pergunta do que à segunda / – mas você não está sozinho. (1o parágrafo)
(B) ... o de confiar o armazenamento de dados importantes aos nossos dispositivos eletrônicos e à internet / em vez de guardá-los na cabeça. (1o parágrafo)
(C) Estudos científicos chamam esse fenômeno de “efeito Google” ou “amnésia digital”, / um sintoma de um comportamento cada vez mais comum... (1o parágrafo)
(D) Ao receberem uma questão, 57% dos entrevistados tentam sugerir uma resposta sozinhos, / mas 36% usam a internet para elaborar sua resposta. (3o parágrafo)
(E) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com que o cérebro humano não considere útil gravar esses dados, / uma vez que é fácil encontra-los de novo rapidamente. (2o parágrafo)

Leia o texto para responder às questões de números 07 a 10.

3 maneiras de melhorar sua memória comprovadas pela ciência

Está se sentindo esquecido? Vale testar as dicas que separamos, baseadas na ciência, para recuperar o controle sobre sua memória.
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos. Você já deve ter passado por este problema: acabou de ser apresentado a alguém e, assim que a pessoa vira as costas, já esqueceu como ela se chama. Acontece – mas é extremamente embaraçoso precisar perguntar o nome dela novamente. A dica é associar o nome a algum objeto. Por exemplo, se você acabou de conhecer a Giovana e ela estava próxima a uma janela, pense nela como a Giovana da Janela.
Segundo, não memorize apenas por repetição. Ao ver ou participar de apresentações, você deve ter sentido isto: é muito claro quando alguém apenas decorou o que devia falar. Mas basta acontecer alguma mudança no roteiro para que a pessoa se perca. Memorizar algo de fato depende de compreensão. Então, ao pensar em falas e apresentações, tente entender o conceito todo ao redor do que você está falando. Pesquisas mostram que apenas a repetição automática pode até impedir que você entenda o que está expondo.
Terceiro, rabisque! Estudos indicam que rabiscar enquanto “ingerimos” informações não visuais (em aulas, por exemplo) aumenta a capacidade de nossa memória. Uma pesquisa de 2009 mostrou que pessoas que rabiscavam enquanto ouviam uma lista de nomes lembravam 29% a mais os nomes ditos.

(Luciana Galastri. Revista Galileu, 03.02.2015. http://revistagalileu.globo.com. Adaptado)

07. Uma afirmação condizente com as informações do texto é:

(A) substituir os nomes das pessoas por apelidos inusitados melhora a memorização.
(B) a fim de reter uma informação, é preciso repeti-la até alcançar seu entendimento.
(C) a primeira recomendação para memorizar envolve raciocínio associativo.
(D) o aprendizado dos conteúdos abstratos prescinde de sua memorização.
(E) é obrigatório tomar nota por escrito das informações não visuais para memorizá-las.

08. Um sinônimo para o vocábulo destacado em “Pesquisas mostram que apenas a repetição automática pode até impedir que você entenda o que está expondo.” é:

(A) talvez.
(B) irremediavelmente.
(C) coincidentemente.
(D) inclusive.
(E) com certeza.

09. As aspas em – Estudos indicam que rabiscar enquanto “ingerimos” informações não visuais... (4o parágrafo) – sinalizam que o vocábulo ingerimos está empregado com sentido

(A) figurado, equivalendo a “transmitimos verbalmente”.
(B) figurado, equivalendo a “assimilamos mentalmente”.
(C) próprio, equivalendo a “engolimos facilmente”.
(D) figurado, equivalendo a “captamos equivocadamente”.
(E) próprio, equivalendo a “devoramos avidamente”.

10. Considere as seguintes frases:
• Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
• Segundo, não memorize apenas por repetição.
• Terceiro, rabisque!
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos empregados nessas frases está em destaque em:

(A) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com que o cérebro humano não considere útil gravar esses dados...
(B) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-número de informações.
(C) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais dele...
(D) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que morou quando era criança?
(E) É o que mostra também uma pesquisa recente conduzida pela empresa de segurança digital Kaspersky...

11. A concordância está de acordo com a norma-padrão da língua em:

(A) Apresentou-se três maneiras de melhorar a capacidade de memorização, mas devem haver uma infinidade de métodos igualmente eficazes.
(B) Quem nunca passou pelo constrangimento de esquecer o nome de pessoas que tinham acabado de conhecer, pedindo-lhe que os repetisse posteriormente?
(C) São importantes adquirir meios para ampliar nossa capacidade de memorizar, da qual depende nossas histórias pessoais e nossa própria identidade.
(D) É sempre válido aprender técnicas de memorização, especialmente quando se tratam de exercícios simples, como rabiscar enquanto se assistem a uma palestra.
(E) Mesmo indivíduos com uma excelente memória têm episódios de esquecimento, os quais se tornam frequentes em momentos de estresse.

Leia o texto para responder às questões de números 12 a 16.

Autobiografia e memória

Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso, que chamou de Uma autobiografia. É uma narrativa, na primeira pessoa, de sua vida como mulher e cantora, escrita com humor e franqueza incomuns em artistas brasileiros do seu porte.
Exemplos. Foi presa grávida e salva por Elis Regina de abortar. Teve LPs lançados com faixas riscadas a tesoura pela Censura.
É um apanhado e tanto, com final feliz. Mas será uma “autobiografia”? Supõe-se que uma autobiografia seja uma biografia escrita pela própria pessoa, não? E será, mas só se ela usar as armas de um biógrafo, entre as quais ouvir um mínimo de 200 fontes de informações. Na verdade, a “autobiografia”, entre nós, é mais uma memória, em que o autor ouve apenas a si mesmo.
Não há nenhum mal nisto, e eu gostaria que mais cantores publicassem suas memórias. Mas só uma biografia de verdade oferece o quadro completo. No livro de Rita, ela fala, por exemplo, de um show na gafieira Som de Cristal,
em 1968, com os tropicalistas e astros da velha guarda. Na passagem de som, à tarde, Sérgio e Arnaldo, “intencionalmente, ligaram os instrumentos no volume máximo, quase explodindo os vidros da gafieira”, e o veterano cantor Vicente Celestino “lá presente, teve um piripaque”. Fim. Uma biografia contaria o resto da história – que Celestino foi para o Hotel Normandie, a fim de se preparar para o show, e lá teve o infarto que o matou.

(Ruy Castro. Folha de S.Paulo, 26.11.2016. Adaptado)

12. A partir da leitura do texto, conclui-se que, para o autor,

(A) a linguagem de Rita Lee é excessivamente informal.
(B) o título do livro de Rita Lee é inadequado.
(C) o discurso de Rita Lee é marcadamente jornalístico.
(D) a leitura do livro de Rita Lee é enfadonha.
(E) a história de Rita Lee é pouco relevante.

13. O relato de Rita Lee é considerado pelo autor como

(A) subjetivo e parcial.
(B) comedido e cerebral.
(C) objetivo e erudito.
(D) reacionário e moralista.
(E) inculto e medíocre.
14. Segundo o autor, a redação de uma biografia

(A) exclui a possibilidade de ser feita pelo próprio biografado.
(B) pressupõe o consentimento legal do personagem biografado.
(C) implica um cuidado especial com a coleta de informações.
(D) requer um convívio factual, íntimo e amistoso com seus personagens.
(E) deve ser delegada a historiadores profissionais gabaritados.

15. O trecho do último parágrafo “Uma biografia contaria o resto da história...” encontra reformulação correta, no que se refere à regência, em: Uma biografia deveria...

(A) atentar para o resto da história...
(B) reportar-se o resto da história...
(C) ater-se do resto da história...
(D) fazer alusão do resto da história...
(E) fazer menção no resto da história...

16. Assinale a alternativa em que o trecho está reescrito conforme a norma-padrão da língua, com a expressão em destaque corretamente substituída pelo pronome.

(A) ... mas só se ela usar as armas de um biógrafo... (3o parágrafo) ... mas só se ela usar-las...
(B) ... gostaria que mais cantores publicassem suas memórias. (4o parágrafo) ... gostaria que mais cantores publicassem-as.
(C) Rita Lee acaba de publicar um livro delicioso... (1o parágrafo) Rita Lee acaba de publicar-lhe ...
(D) Mas só uma biografia de verdade oferece o quadro completo. (4o parágrafo) Mas só uma biografia de verdade oferece-lo.
(E) ... ligaram os instrumentos no volume máximo... (4o parágrafo) ... ligaram-nos no volume máximo...

17. Leia os quadrinhos.

Eu já jogava
meu tempo
fora antes de
inventarem
a internet.
Você era
um homem à
frente do seu
tempo.
À frente do
seu tempo
jogado fora.

(André Dahmer. Malvados. Folha de S.Paulo, 23.08.2016)

Uma frase condizente com a afirmação do personagem no primeiro quadrinho e redigida conforme a norma-padrão da língua é:

(A) Mesmo antes que fosse inventado a internet, eu já perderia meu tempo.
(B) Antes que se inventem a internet, meu tempo já desperdiçara.
(C) Embora se inventasse a internet, meu tempo foi sendo perdido.
(D) Antes de a internet ser inventada, eu já desperdiçava meu tempo.
(E) Com a invenção da internet, meu tempo passou-se a se perder.

18. O acento indicativo de crase está empregado corretamente em:

(A) O personagem evita considerar à internet responsável por suas atitudes.
(B) O personagem reconheceu que já tinha uma propensão à jogar o tempo fora.
(C) O personagem tinha um comportamento indiferente à qualquer influência da internet.
(D) O personagem refere-se à uma maneira de se portar com relação ao tempo.
(E) O personagem revelou à pessoa com quem conversava que jogava o tempo fora.

Instituição responsável pela elaboração da prova: VUNESP

www.veredasdalingua.blogspot.com.br

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