Prova
de língua portuguesa – Unifesp 2012
(www.newtonsilva.com)
É correto afirmar que a charge visa
(A) apoiar a atitude dos alunos e propor a liberação geral da frequência
às aulas.
(B) enaltecer a escola brasileira e homenagear o trabalho docente.
(C) indicar a deflagração de uma greve e incentivar a adesão a ela.
(D) recriminar os alunos e declarar apoio à política educacional.
(E) criticar a situação atual do ensino e denunciar a evasão escolar.
QUESTÃO 02 - Leia os versos de Cecília Meireles, extraídos do
poema
Epigrama n.º 8.
Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.
O eu lírico reconhece que a pessoa em quem depôs sua vida
representava
(A) uma relação incerta, por isso os desenganos vividos seriam inevitáveis.
(B) um sentimento intenso, por isso tinha certeza de que não sofreria.
(C) um caso de amor passageiro, por isso se sentia enganado.
(D) uma angústia inevitável, por isso seria melhor aquele amor.
(E) uma opção equivocada, por isso sempre teve medo de amar.
QUESTÃO 03 - Todo estudante sabe que
atualidade também é questão de vestibular. Para garantir um bom desempenho,
fique atento a temas que se repetem durante alguns dias em jornais, sites ou
canais de TV. Quando estiver se informando, relacione os acontecimentos aos
conteúdos aprendidos em sala de aula. E cuidado especial com meio ambiente,
sempre em alta nas provas. (Veja, 18.05.2011.)
A intenção explícita do texto, considerada a interlocução nele definida,
é
(A) descrever que o próprio vestibular é um tema de atualidade.
(B) orientar os vestibulandos sobre como estudar atualidade.
(C) mostrar aos professores que a tv é importante para se ensinar atualidade.
(D) enfatizar as divergências entre informações da mídia e da escola.
(E) indicar aos estudantes que meio ambiente é um tema já desgastado.
QUESTÃO 04 - Leia o poema de Almeida Garrett.
Seus olhos
Seus olhos – se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Da leitura do poema, depreende-se que se trata de obra do
(A) Barroco, no qual se identifica o escapismo psicológico.
(B) Arcadismo, no qual se identifica a contenção do sentimento.
(C) Romantismo, no qual se identifica a idealização da mulher.
(D) Realismo, no qual se identifica o pessimismo extremo.
(E) Modernismo, no qual se identifica a busca pela liberdade.
QUESTÃO 05 - Observe a imagem veiculada na internet.
Fígado - Estômago
Fígado tem 5 000 funções vitais; aprenda a cuidá-lo
Viva Saúde (UOL, 19.05.2011.)
O texto verbal contém uma passagem em desacordo com a norma-padrão da
língua portuguesa. Corrige-se essa inadequação com a substituição de
(A) tem por têm.
(B) vitais por vital.
(C) aprenda por aprende.
(D) a por à.
(E) cuidá-lo por cuidar dele.
Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 06 a
08.
Chove chuva, chove sem parar
O óbvio, o esperado. Nos últimos dias, o comentário que teimou e bateu
ponto em qualquer canto de Curitiba,
principalmente nos botecos, foi um só:
– Mas que chuvarada, né?
De olho no nível das águas do pequeno riacho que passa junto à mansão da
Vila Piroquinha, Natureza Morta procurou o lado bom de tanta chuva
ininterrupta.
Concluiu que, pelo excesso de uso, dispositivo sempre operante, o tempo
fez a alegria do pessoal que conserta limpador de para-brisa. Desse pessoal e,
nem tanto, de quem vende guarda-chuva. Afinal, do jeito que a coisa andava, agravada
pelo frio, a freguesia – de maneira compulsória – praticamente desapareceu das
ruas.
(Gazeta do Povo, 02.08.2011.)
QUESTÃO 06 - Em suas considerações, o personagem Natureza Morta conclui
que
(A) as pessoas gostam de sair às ruas em dias de chuva.
(B) a chuva em excesso teve o seu lado positivo.
(C) o lado bom da chuva foi o comentário nos botecos.
(D) as pessoas ficam alegres em dias chuvosos.
(E) a chuva muito agradou aos vendedores de guarda-chuva.
QUESTÃO 07 - Analise as afirmações, com base na frase – Mas
que chuvarada, né?
I. O termo chuvarada, conforme o sufixo que o compõe, indica
chuva em grande quantidade, da mesma forma como ocorre com os substantivos
papelada e criançada.
II. No contexto, o termo Mas deve ser entendido como um marcador
de oralidade, sem valor adversativo.
III. A frase não é, de fato, uma pergunta, pois traz a constatação de
uma situação vivida. Portanto, funciona com valor fático, principalmente.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III,
apenas. (E) I, II e III.
QUESTÃO 08 - As expressões no texto utilizadas como equivalentes
são
(A) óbvio e comentário (ambas no 1.º parágrafo).
(B) teimou e bateu ponto (ambas no 1.º parágrafo).
(C) sem parar (no título) e ininterrupta (no 3.º parágrafo).
(D) chuvarada (no 2.º parágrafo) e águas (no 3.º parágrafo).
(E) pelo excesso de uso e de maneira compulsória (ambas no 4.º
parágrafo).
QUESTÃO 09 - Observe o esquema.
Acompanhando a ideia de que “um livro puxa outro”, quem leu As
Cidades Invisíveis deve ter lido
(A) A Ilha do Tesouro. (B) Odisseia. (C) Os Maias. (D)
O Homem da Areia. (E) O Decameron.
QUESTÃO 10 - O que o excesso de gordura
tem a ver com problemas de memória? Tudo, segundo estudos recentes. O último
foi feito na Kent State University (EUA) e mostrou que pacientes submetidos à
cirurgia bariátrica exibiram melhora na capacidade de armazenar informações 12
semanas depois da operação.
“Estamos acompanhando esses indivíduos para checar se a performance
continuará a mesma um ano e dois anos depois”, disse à ISTOÉ John Gunstad,
líder da pesquisa. Na sua experiência clínica,
o médico Roberto Rizzi, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica, já havia observado a associação. “Percebe-se que após uma grande
perda de peso há melhoria no poder de se lembrar das coisas”, diz.
(IstoÉ, 22.06.2011. Adaptado.)
Um título adequado ao texto é
(A) Emagrecer faz bem à memória.
(B) Médico brasileiro contesta estudo americano.
(C) Gordura em excesso potencializa a memória.
(D) Memória fica inalterada até dois anos após cirurgia.
(E) Cirurgia traz perda de peso e de memória.
QUESTÃO 11 - Considere o texto.
COMO O PROGRAMA É FRAUDADO
1.
Governo federal repassa verbas para os municípios.
2.
Os municípios ficam responsáveis por criar e administrar os cursos
3.
Para desviar os recursos, os municípios criam diversos esquemas
4.
Os mais comuns são o superfaturamento na compra de material que será utilizado
nos cursos e informações falsas sobre presença, matrícula e existência dos
alunos
5.
Em uma pequena amostragem, o TCU já encontrou fraudes que somam R$ 1,5 milhão
(IstoÉ, 18.05.2011.)
O objetivo do texto é
(A) ironizar a ação do TCU no combate às fraudes.
(B) mostrar os mecanismos de desvio de recursos.
(C) sugerir a manutenção das verbas destinadas aos municípios.
(D) explicar como é difícil desviar verbas.
(E) ressaltar a qualidade da educação apesar das fraudes.
Instrução: Para responder às questões de números 12 a 16, leia
o trecho do conto de Machado de Assis.
Flor Anônima
Manhã clara. A alma de Martinha é que acordou
escura. Tinha ido na véspera a um casamento; e, ao tornar para casa, com a tia
que mora com ela, não podia encobrir a tristeza que lhe dera a alegria dos
outros e particularmente dos noivos.
Martinha ia nos seus... Nascera há muitos anos.
Toda a gente que estava em casa, quando ela nasceu, anunciou que seria a
felicidade da família. O pai não cabia em si de contente.
– Há de ser linda!
– Há de ser boa!
– Há de ser condessa!
– Há de ser rainha!
Essas e outras profecias iam ocorrendo aos parentes
e amigos da casa.
Lá vão... Aqui pega a alma escura de Martinha. Lá
vão quarenta e três anos — ou quarenta e cinco, segundo a tia; Martinha, porém,
afirma que são quarenta e três. Adotemos este número. Para ti, moça de vinte
anos, a diferença é nada; mas deixa-te ir aos quarenta, nas mesmas
circunstâncias que ela, e verás se não te cerceias uns dois anos. E depois nada
obsta que marches um pouco para trás. Quarenta e três, quarenta e dois, fazem
tão pouca diferença...
Naturalmente a leitora espera que o marido de
Martinha apareça, depois de ter lido os jornais ou enxugado do banho. Mas é que
não há marido, nem nada. Martinha é solteira, e daí vem a alma escura desta
bela manhã clara e fresca, posterior à noite de bodas. Só, tão só,
provavelmente só até a morte; e Martinha morrerá tarde, porque é robusta como
um trabalhador e sã como um pero. Não teve mais que a tia velha. Pai e mãe morreram,
e cedo. A culpa dessa solidão a quem pertence? Ao destino ou a ela? Martinha
crê, às vezes, que ao destino; às vezes, acusa-se a si própria. Nós podemos
descobrir a verdade, indo com ela abrir a gaveta, a caixa, e na caixa a bolsa
de veludo verde e velha, em que estão guardadas todas as suas lembranças amorosas.
Agora que assistira ao casamento da outra, teve ideia de inventariar o passado.
Contudo hesitou:
– Não, para que ver isto? É pior: deixemos
recordações aborrecidas.
(www.dominiopublico.gov.br. Adaptado.)
QUESTÃO 12 - De acordo com o texto, o que levou Martinha a acordar com a alma escura
foi
(A) a lembrança de estar quase só, pois seu marido se fora, restando
apenas sua tia velha.
(B) a consciência de sua solidão, reforçada pelo evento de que
participara no dia anterior.
(C) a percepção de que já estava com idade avançada e ainda demoraria
para morrer.
(D) a certeza de que não foi e nem seria tão bem-aventurada como previu
sua família.
(E) a possibilidade de que sua vitalidade, ainda que tivesse saúde,
fosse abalada.
QUESTÃO 13 - Quando dialoga com sua possível leitora, o narrador
enfatiza que
(A) a juventude deve ser aproveitada intensamente, para que as mulheres,
na velhice, não sofram com os danos do tempo.
(B) a idade, ainda que passe para todas as mulheres incondicionalmente, preocupa-as
mais na sua juventude.
(C) as moças dão pouca atenção à idade, já que sabem da impossibilidade
de fazer com que o tempo pare e as mantenha jovens.
(D) alguns anos passam despercebidos na juventude, mas são muito
representativos mais tarde, na vida, se não houve casamento.
(E) umas pessoas sofrem mais que outras quando passa a juventude, notadamente
se têm mais lembranças amorosas.
QUESTÃO 14 - Na construção da narrativa, o narrador apresenta
uma realidade não idealizada, o que é comum à estética literária realista. Isso
se configura no texto com
(A) a expectativa de Martinha que, ainda velha, nutria esperanças de
poder casar-se e ser feliz com seu marido.
(B) a busca que Martinha faz de suas lembranças amorosas, guardadas na
gaveta, na caixa, na bolsa verde e velha.
(C) a quebra da expectativa da leitora, que esperaria na sequência do
conto um companheiro para Martinha.
(D) a investigação de tempos passados, que Martinha pensa fazer para
abandonar a tristeza em que vive.
(E) as profecias dos parentes e amigos da família que traçaram um mundo
de encantos para Martinha.
QUESTÃO 15 - Analise as afirmações.
I. Em – Martinha ia nos seus... – a suspensão do pensamento, marcada
pelo emprego das reticências, se dá em função das projeções que o narrador
passa a fazer sobre a idade da personagem.
II. Na oração – Pai e mãe morreram, e cedo. – o termo em destaque
está empregado com valor adverbial, estabelecendo relação de tempo.
III. A frase inicial do penúltimo parágrafo do texto, em discurso direto
da personagem Martinha, assumiria a
seguinte redação: A culpa desta solidão a quem pertence? Ao destino ou a mim?
Eu creio, às vezes, que ao destino; às vezes, acuso-me a mim própria.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.
QUESTÃO 16 - Assinale a alternativa em que se reescreve o trecho
– É pior: deixemos recordações aborrecidas. – mantendo-se o sentido do
texto.
(A) É pior. Convém deixarmos recordações aborrecidas.
(B) É pior que deixemos recordações aborrecidas.
(C) É pior, quando deixamos recordações aborrecidas.
(D) É pior. É possível deixarmos recordações aborrecidas.
(E) É pior, porque deixamos recordações aborrecidas.
Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 17 e
18.
O Romualdo tinha nascido, talvez, para os mais
altos destinos; mas como os pais se esqueceram de mandar educálo, e ele mal
sabia ler e escrever, o mais que arranjou foi ser soldado do exército, e,
depois de obtida a sua baixa, contínuo de secretaria.
Releva dizer que o Romualdo só deixou crescer as
barbas depois de contínuo; se as usasse quando era soldado e guerreava no
Paraguai, chegaria a capitão pelo menos. Mas que contínuo! Alto, gordo, ereto,
com aquelas opulentas suíças brancas a emoldurar-lhe a cara, sem bigodes, mais
parecia um magistrado, cuja figura estava ao pintar para presidir a um júri
sensacional, e essa ilusão só se desfazia quando ele falava, porque o Romualdo,
benza-o Deus! por mais que compusesse a sua fisionomia austera e veneranda, tinha
o estilo e a prosápia do “povo da lira”. Calado era um juiz; falando, um
capadócio.
(Arthur Azevedo. As Barbas do Romualdo, em: www.releituras.com.br/aazevedo_barbas.asp)
QUESTÃO 17 - A construção de sentido no texto assenta-se,
sobretudo, na evidente contradição do personagem Romualdo, que
(A) fora mal cuidado pelos pais, mas ainda assim subiu na vida.
(B) era gordo, o que era incompatível com um magistrado.
(C) tinha aparência física respeitável, mas era ignorante.
(D) assumiu um cargo importante em que usava a língua do povo.
(E) fazia serviços simples, opostos a sua elegância verbal.
QUESTÃO 18 - Assinale a alternativa em que a reescrita do trecho
altera o sentido do texto.
(A) ... e, depois de obtida a sua baixa, contínuo de secretaria. =
... e, depois de obtida a sua dispensa, contínuo de secretaria.
(B) Releva dizer que o Romualdo só deixou crescer as barbas... =
Convém ressaltar que o Romualdo só deixou crescer as barbas...
(C) ... com aquelas opulentas suíças brancas a emoldurarlhe a cara...
= ... com aquelas opulentas suíças brancas a emoldurar a sua cara...
(D) ... e essa ilusão só se desfazia quando ele falava... = ... e
essa ilusão se desfazia quando só ele falava...
(E) ... por mais que compusesse a sua fisionomia austera e veneranda...
= ... embora compusesse a sua fisionomia austera e veneranda...
Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 19 e
20.
Mato, grosso até quando?
Em agosto de 2005, quando os astronautas do ônibus
espacial Discovery retornaram à Terra, a comandante Eileen Collins chamou a
atenção para o ritmo acelerado do desmatamento no planeta, facilmente observado
do espaço. (...)
O Brasil destaca-se nesse cenário tanto por ter a
maior floresta tropical do mundo quanto por ser líder mundial em desmatamento.
O agronegócio, a exploração madeireira irracional e a especulação fundiária são
as causas desse processo. Entre os estados, o Mato Grosso responde por quase 50%
do desmatamento anual na Amazônia brasileira. A julgar pelo que ocorre no
presente, as projeções apontam para um cenário ambientalmente catastrófico para
esse estado, que chegará a 2020 com menos de 23% da sua cobertura florestal
original.
(Ciência Hoje, vol. 42, n.º 248, maio de 2008. Adaptado.)
QUESTÃO 19 - O título do texto é sugestivo, porque
(A) ironiza o nome composto de um estado brasileiro para mostrar que ele
conta com 50% de sua cobertura florestal original.
(B) recupera o nome composto de um estado brasileiro para reforçar a
ideia de se preservar a maior reserva da floresta tropical.
(C) explora o nome composto de um estado brasileiro para mostrar que
nele se desenvolvem negócios lucrativos.
(D) desconstrói o nome composto de um estado brasileiro para sugerir o
alto nível de desmatamento nele presente.
(E) emprega em sentido figurado o nome de um estado brasileiro, para
sugerir que nele o desmatamento está em vias de retrocesso.
QUESTÃO 20 - Leia as frases.
I. Antes de o ônibus espacial Discovery chegar na Terra, a comandante
Eileen Collins chamou a atenção para o ritmo acelerado do desmatamento no
planeta.
II. O desmatamento no Brasil ocorre devido o agronegócio, a exploração
madeireira irracional e a especulação fundiária.
III. Segundo as projeções, existem possibilidades de que haja um cenário
ambientalmente catastrófico para o estado de Mato Grosso.
Com base nos princípios de regência, está correto o contido em
(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III,
apenas. (E) I, II e III.
QUESTÃO 21 - Leia a charge.
No contexto apresentado, o personagem expressa-se informalmente. Se sua
frase fosse proferida em norma-padrão da língua, assumiria a seguinte redação:
(A) Fazemos o seguinte: a gente ressuscita o Bin Laden e lhe matamos de
novo.
(B) A gente faz o seguinte: ressuscita o Bin Laden e lhe mata de novo.
(C) Nós faremos o seguinte: ressuscitamos o Bin Laden e matamos ele de
novo.
(D) Façamos o seguinte: a gente ressuscitamos o Bin Laden e matamos de
novo.
(E) Façamos o seguinte: nós ressuscitamos o Bin Laden e o matamos de
novo.
Instrução: As questões de números 22 a 24 baseiam-se no texto
a seguir.
O crack vicia para sempre na primeira vez em que
seus componentes químicos inundam o cérebro do usuário. A pessoa passa a roubar
e matar, se preciso, para satisfazer as demandas psíquicas e físicas impostas
pela abstinência. Famílias inteiras são tragadas pelas assustadoras crises dos viciados,
___________ fúria desfaz os laços domésticos mais estáveis, renega as normas
básicas da convivência social e anula mesmo a educação mais primorosa.
___________ isso, as autoridades em Brasília
sentem-se modernas e libertárias ao atender a anseios dos organizadores das
“marchas da maconha”. Tudo a favor da liberdade de expressão, mas sem esquecer
que as drogas leves são a porta de entrada para o crack e sua trágica rota sem
volta.
(Veja, 22.06.2011. Adaptado.)
QUESTÃO 22 - As lacunas do texto são preenchidas, correta e
respectivamente, por
(A) de que a – Sobre (B) que a –
Para
(C) cuja – Enquanto (D) em que
a – Com (E) onde a – Após
QUESTÃO 23 - Analisando-se as informações, fica evidente que a
argumentação desenvolvida no texto
(A) enaltece as decisões tomadas pelas autoridades em Brasília.
(B) defende a necessidade de liberação das drogas leves.
(C) desvincula a ideia de que se usa o crack depois da maconha.
(D) condena a liberdade de expressão e o uso de drogas.
(E) questiona o consentimento governamental às marchas da maconha.
QUESTÃO 24 - Na passagem – ... e anula mesmo a
educação mais primorosa. – o termo em destaque pode ser substituído, sem
prejuízo de sentido, por
(A) provavelmente. (B) até. (C) propriamente. (D) deveras. (E)
eventualmente.
Instrução: Leia o texto para responder às questões de números 25
e 26.
Quando a grávida usa crack ou cocaína, o bebê
costuma nascer hiperexcitado, irritado, choroso. É sinal de que a droga chegou
ao cérebro e pode ter provocado alterações de desenvolvimento. Mas o resultado
desse contato precoce só pode ser observado anos depois, quando a criança
começar sua vida escolar. (...)
A grande preocupação em relação ao crack e à
cocaína é o desenvolvimento futuro da criança. “As drogas alteram a arquitetura
cerebral do feto. Elas mudam a formação de sinapses, conexões e circuitos. Ao
final, podem provocar alterações cognitivas que prejudicam a vida social e
escolar da criança. Sua capacidade de entender conceitos abstratos e fazer
associações pode ser comprometida”, diz Ruth Guinsburg, professora de pediatria
neonatal da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
(Época, 20.06.2011. Adaptado.)
QUESTÃO 25 - As informações textuais revelam que o consumo do
crack ou da cocaína durante a gravidez é preocupante, porque a criança
(A) viverá anos depois de forma excitada, irritada e chorosa.
(B) ficará impossibilitada de ter uma vida social e escolar.
(C) terá um cérebro incapaz de realizar sinapses, conexões e circuitos.
(D) poderá ter a sua capacidade de aprendizagem afetada no futuro.
(E) manterá a droga alojada no cérebro, até a chegada da vida escolar.
QUESTÃO 26 - As alternativas contêm trechos extraídos da revista
Língua Portuguesa, n.º 79, de abril de 2011. Assinale aquela em que a relação
de causa e efeito expressa pelos termos destacados no trecho – Quando a
grávida usa crack ou cocaína, o bebê costuma nascer hiperexcitado,
irritado, choroso. – também ocorre.
(A) Os poetas são os seres iluminados que se cansaram da formalidade das
palavras e buscam (re)vesti-las de outras significações...
(B) O poeta recria a seu bel-prazer o mundo já tão conhecido pelos
outros homens que apenas veem o visível...
(C) E quando tudo parece já estar acomodado em seus devidos lugares é
que vem, lá do Pantanal Mato-Grossense, um cidadão chamado Manoel de Barros.
(D) Ele foi chegando devagar, com a fala mansa, com os versos curtos e
com um jeito bem diferente de escrever.
(E) Antes que alguém perguntasse quem era ele, ele se apresentou, bem a
seu modo.
Instrução: Leia os versos do poeta Manoel de Barros para responder às
questões de números 27 a 29.
1
Descobri aos 13 anos que o que me
dava prazer nas leituras não era a
beleza das frases, mas a doença delas.
2
Respeito as oralidades.
Eu escrevo o rumor das palavras.
Não sou sandeu* de gramáticas.
Só sei o nada aumentado.
(Versos extraídos de O Livro das Ignorãças.)
*tolo
QUESTÃO 27 - Os versos transcritos em 1 e 2 assinalam que o eu
lírico
(A) se ressente das imposições das gramáticas, que comprometem a sua
criatividade.
(B) reconhece a necessidade de fazer poesia, lembrando-se de atender ao
normativismo.
(C) condena a expressão linguística que materializa textos sem a beleza
das frases.
(D) propõe formas alternativas de expressão sem apegar-se ao rigor das
normas gramaticais.
(E) busca a doença das palavras como forma de repensá-las e ajustá-las à
ideia de belo.
QUESTÃO 28 - Os versos transcritos em 2, no tocante à referência
às “oralidades”, permitem inferir que o eu lírico alude a uma linguagem de
(A) circulação cotidiana, como a dos homens simples.
(B) preocupação estética, como a dos literatos.
(C) natureza formal, como a dos jovens acadêmicos.
(D) investigação de linguagem, como a dos gramáticos.
(E) viés ideológico, como a dos políticos.
QUESTÃO 29 - Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss,
paradoxo é uma “aparente falta de nexo ou de lógica; contradição”. Nos versos
de Manoel de Barros, exemplifica-se a definição do
dicionário com:
(A) Descobri aos 13 anos...
(B) ... não era a beleza das frases...
(C) Respeito as oralidades.
(D) Não sou sandeu de gramáticas.
(E) Só sei o nada aumentado.
QUESTÃO 30 - Leia a charge.
Analise as afirmações.
I. O efeito de humor da charge advém da ideia de engano na ligação,
decorrente das diferentes formas para enunciar o mesmo nome.
II. Em determinados contextos comunicativos, Wilson e Wirso podem
ser usados como formas equivalentes, dependendo da variante linguística de que
se vale o falante em sua enunciação.
III. A frase – NÃO. É O WILSON. – manteria o sentido com a
omissão do ponto após o advérbio não.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III,
apenas. (E) I, II e III.
GABARITO:
1
- E 2 - A 3 - B 4 - C 5 - E 6 - B 7 - E 8 - C 9 - A 10 - A 11 - B 12 - B 13 - D
14 - C
15 - E 16 - A 17 - C 18 - D 19 - D 20 - B 21 - E
22 - C 23 - E 24 - B 25 - D 26 - A 27 - D 28 - A 29 - E 30 - C 31 - D
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