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domingo, 30 de abril de 2017

GABARITO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS – PARTE 1

GABARITO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS – PARTE 1


1 – absolvido
2 – a fim de
3 – absorvida
4 – acerca de
5 – há cerca de
6 – incidente
7 – acender
8 – amoral
9 – ascender
10 – acento
11 – acidente
12 – acostumar
13 – cerca de
14 – a cerca de
15 – acessório
16 – assessório
17 – afim
18 – assento
19 – costumar
20 – imoral

Confira aqui os exercícios:


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Prof. Maurício Fernandes
Feira de Ciências do Colégio Graphein - 2012.
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Neste caderno, na prova de Redação, deverão ser elaborados 2 textos (Texto 1 e Texto 2). Os 2 textos são de execução obrigatória. Não deverá haver nenhuma identificação pessoal (nome, sobrenome, etc.) nos textos.

TEXTO 1 - Como um(a) aluno(a) do Ensino Médio interessado(a) em questões da atualidade, você leu o artigo “A volta de um Rio que faz sonhar”. Sentindo-se desafiado(a) pelos questionamentos levantados no texto, você decidiu escrever uma carta para a Seção do Leitor da revista Rio Pesquisa. Em sua carta, discuta a relação estabelecida pela autora entre o conceito de Brasil cordial e a presença de estrangeiros no Brasil, apresentando argumentos em defesa de um ponto de vista sobre a questão.

A volta de um Rio que faz sonhar

Reverenciada mundialmente por suas belezas naturais, a cidade do Rio de Janeiro tem se transformado em espaço sonhado para aqueles que buscam construir seu futuro em terra estrangeira. Imigrantes, de origens variadas, vêm chegando à cidade, buscando garantir sua sobrevivência, fugir à pobreza ou transformar seus sonhos em realidade. Esse processo insere-se em um quadro mais geral de transformações. Graças à situação assumida pelo Brasil, como uma das maiores economias do mundo, polo de atração na América do Sul, o país vem se tornando, mais uma vez na história, importante lugar de chegada, em um momento em que políticas de vigilância e controle sobre os estrangeiros aprofundam-se nos países ricos em crise.
Essa nova situação exige estudos que ultrapassem as questões pontuais para incluir análises sobre as relações presente e passado; entre o local, o nacional e o internacional e entre as práticas e as representações sobre o “outro”. O recente episódio da entrada abrupta de haitianos no Brasil, sem dúvida, apontou a necessidade dessas análises ampliadas. Para além da conjugação entre a necessidade de partir e o conhecimento adquirido sobre um país que se tornou “próximo” pela presença das tropas brasileiras em solo haitiano, o processo revestiu-se de preocupantes aspectos de mudança. Dentre eles, a ação dos coiotes na efetivação dos deslocamentos, marca indicativa do ingresso do país em um contexto no qual grupos organizados vivem da imigração ilegal e máfias internacionais enriquecem com o tráfico humano. O episódio pode ser visto, assim, como a ponta de um iceberg que tende a envolver a América Latina e o Caribe, considerando-se uma das tendências dos processos migratórios da atualidade: as migrações regionalizadas, realizadas no interior dos subsistemas internacionais.

Brasil: país cordial?

A predisposição do Brasil em receber o estrangeiro de braços abertos é ideia consagrada que necessita sofrer o peso da crítica. Pesquisas variadas têm demonstrado que o país nunca foi imune aos processos de discriminação do “outro”. Um exemplo, entre vários, pode ser dado pela prática da expulsão de estrangeiros na Primeira República (1907-1930), que se caracterizou por extrema violência, mesmo contra aqueles que já eram considerados residentes, portanto com os mesmos direitos constitucionais dados aos brasileiros.
A representação de um Brasil cordial, desta forma, deve ser entendida como uma construção forjada em determinado momento de nossa história. Lógico que as reações diferiam e diferem de acordo com os diferentes tipos de estrangeiros com os quais travamos contato, ocorrendo diferenças de tratamento em relação àqueles que, pelo local de nascimento ou pela cor, classificamos como superiores ou inferiores.
Vários indícios vêm demonstrando que as atitudes discriminatórias não ficaram perdidas no passado, mas podem ser encontradas com relativa facilidade, quando treinamos nosso olhar para melhor observar aquilo que nos cerca. As tensões entre brasileiros e bolivianos nos locais onde estes estão mais presentes, por exemplo, já são bastante visíveis. Isso sem falar no triste espetáculo do subemprego e da exploração a que estão sujeitos latino-americanos fixados ilegalmente no país. É urgente, portanto, que nos perguntemos como tendemos a ver e sentir a presença cada vez mais visível de estrangeiros em solo brasileiro, principalmente daqueles que são oriundos de países pobres, muitos deles necessitando do foco dos direitos humanos. Seremos sensíveis aos discursos e às práticas xenófobas? Defenderemos políticas restritivas e repressoras? Caminharemos para a sofisticação dos instrumentos de vigilância sobre um “outro” que possa ser visto como ameaça? Responder a essas questões, aqui e agora, seria um exercício de profecia que não nos cabe fazer. Isso não exclui, entretanto, que a reflexão sobre essas possibilidades esteja proposta, por mais penosa que ela possa ser, principalmente se considerarmos a rapidez dos processos em curso e a tensão mundial presente no embate entre interesses nacionais e direitos humanos.

(Adaptado de Lená Medeiros de Menezes, A volta de um Rio que faz sonhar. Rio Pesquisa, Rio de Janeiro, ano V, nº 20, p. 48-50, set. 2012.)


TEXTO 2 - Como voluntário(a) da biblioteca Barca dos Livros, você ficou responsável por escrever o texto de apresentação de uma campanha de arrecadação de fundos para a instituição. Em seu texto, que estará disponível no site da Barca dos Livros, apresente, com base na notícia abaixo, o histórico e as ações da biblioteca, mostrando a importância das doações para a continuidade do projeto.

Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro

Em 2014, a Barca dos Livros foi eleita a melhor biblioteca comunitária do país pelo Ministério da Cultura e da Educação. Graças ao trabalho de voluntários apaixonados por literatura e que a consideram uma arte fundamental para a infância, a instituição vem há quase uma década formando leitores e promovendo a cultura em Florianópolis. Precisa, no entanto, de um impulso material para que continue existindo.
Para chegar ao posto de referência no país, a Barca dos Livros navegou por mares calmos e revoltos. Hoje, nove anos e dois meses depois da inauguração, conta com um precioso acervo de 15 mil livros, dois terços dos quais de literatura infantil e infanto-juvenil, aproximadamente 5 mil carteirinhas de sócios e a incerteza do futuro. Desde maio do ano passado, está com o aluguel atrasado na atual sede, um espaço de 125 m² no Lagoa Iate Clube.
“Estamos sem nenhum patrocínio, convênio, subvenção. Além do aluguel, estamos devendo também o salário de três funcionários. A Barca é tocada por voluntários. Acontece que nunca foi fácil, mas nunca esteve a ponto de quase fechar” – lamenta a coordenadora do projeto, Tânia Piacentini.
De 2010 até maio do ano passado, um convênio com a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes garantia o pagamento do aluguel, no valor de R$ 6,5 mil por mês. Mas a parceria não foi renovada.
“Todas as atividades são gratuitas. Apenas para os passeios de barco com contação de histórias, realizados no segundo sábado de cada mês, é cobrado o valor de 5 reais para adultos que acompanham as crianças. Nosso material, espaço, livros, tudo é renovado graças ao trabalho dos voluntários. Precisamos de parceiros fixos que queiram ajudar.”

Acolhimento literário

De 2007 até hoje, os voluntários da Barca viram crianças que engatinhavam lerem as primeiras palavras e depois amarem a leitura. Despertaram a paixão pela ficção, contaram histórias, viram mães com bebês de colo pegando no sono nos confortáveis sofás da sala de leitura, aconchegadas pelo ambiente de acolhimento literário.
Nascida em Nova Veneza, sul do Estado, há 68 anos, Tânia Piacentini começou a dar aulas aos 14 anos. Cursou Letras e fez mestrado e doutorado na área de educação e literatura. Foi a primeira representante de Santa Catarina, nos anos 1970, a selecionar livros para a Fundação Nacional do Livro Infantil, que a cada ano premia as melhores publicações para crianças e jovens.
Duas décadas depois, com o aumento de livros editados para esse público – quando começou, eram no máximo 10 por ano, hoje são cerca de 1.200 novas edições –, passou a convidar pessoas para ajudar a selecioná-los. Daí surgiu um núcleo de 25 leitores e especialistas que formou a Sociedade Amantes da Leitura, ONG que criou e sustenta legalmente a Barca.
“Nem sabíamos que ficaria grande. Queremos continuar e aumentar o atendimento. Abrir ao público todos os dias é um sonho. Temos que estar disponíveis e manter a qualidade. Mas sem dívidas pessoais e crises financeiras”, suspira Tânia.
Hoje a Barca abre ao público de terça a sábado, das 14 às 20 horas – chegou a ser de terça a domingo, em três turnos. Mesmo com as dificuldades, promove atividades semanais, como A Escola Vai à Barca (que recebe alunos de escolas da rede pública e particular), palestras, saraus para adultos, lançamentos de livros, leituras coletivas de livros e passeios mensais de barco pela Lagoa da Conceição.
O cadastro custa 1 real e dá ao pequeno sócio uma carteirinha que permite pegar três obras emprestadas por 15 dias.
Mais informações sobre a programação no site da Barca dos Livros.

(Adaptado de Carol Macário, Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro.Disponível em:


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FUVEST 2017 – 1º FASE – PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

FUVEST 2017 – 1º FASE – PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

ps. Foi mantida a numeração original da prova.

01 – Examine este cartaz, cuja finalidade é divulgar uma exposição de obras de Pablo Picasso.


Nas expressões “Mão erudita” e “Olho selvagem”, que compõem o texto do anúncio, os adjetivos “erudita” e “selvagem” sugerem que as obras do referido artista conjugam, respectivamente,

a) civilização e barbárie.             b) requinte e despojamento.
c) modernidade e primitivismo.  d) liberdade e autoritarismo. e) tradição e transgressão.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 02 E 03

A adoção do cardápio indígena introduziu nas cozinhas e zonas de serviço das moradas brasileiras equipamentos desconhecidos no Reino. Instalou nos alpendres roceiros a prensa de espremer mandioca ralada para farinha. Nos inventários paulistas é comum a menção de tal fato. No inventário de Pedro Nunes, por exemplo, efetuado em 1623, fala-se num sítio nas bandas do Ipiranga “com seu alpendre e duas camarinhas no dito alpendre com a prensa no dito sítio” que deveria comprimir nos tipitis toda a massa proveniente do mandiocal também inventariado. Mas a farinha não exigia somente a prensa – pedia, também, raladores, cochos de lavagem e forno ou fogão. Era normal, então, a casa de fazer farinha, no quintal, ao lado dos telheiros e próxima à cozinha.

Carlos A. C. Lemos, Cozinhas, etc.

02 – Traduz corretamente uma relação espacial expressa no texto o que se encontra em:

a) A prensa é paralela aos tipitis.
b) A casa de fazer farinha é adjacente aos telheiros.
c) As duas camarinhas são transversais à cozinha.
d) O alpendre é perpendicular às zonas de serviço.
e) O mandiocal e o Ipiranga são equidistantes do sítio.

03 – Além de “tipitis”, constituem contribuição indígena para a língua portuguesa do Brasil as seguintes palavras  empregadas no texto:

a) “cardápio” e “roceiros”.    b) “alpendre” e “fogão”.
c) “mandioca” e “Ipiranga”.  d) “sítio” e “forno”.         e) “prensa” e “quintal”.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 04 A 06

Nasceu o dia e expirou.
Já brilha na cabana de Araquém o fogo, companheiro da noite. Correm lentas e silenciosas no azul do céu, as estrelas, filhas da lua, que esperam a volta da mãe ausente.
Martim se embala docemente; e como a alva rede que vai e vem, sua vontade oscila de um a outro pensamento. Lá o espera a virgem loura dos castos afetos; aqui lhe sorri a virgem morena dos ardentes amores.
Iracema recosta-se langue ao punho da rede; seus olhos negros e fúlgidos, ternos olhos de sabiá, buscam o estrangeiro, e lhe entram n’alma. O cristão sorri; a virgem palpita; como o saí, fascinado pela serpente, vai declinando o lascivo talhe, que se debruça enfim sobre o peito do guerreiro.

José de Alencar, Iracema.

04 – Atente para as seguintes afirmações, extraídas e adaptadas de um estudo do crítico Augusto Meyer sobre José de Alencar:

I. “Nesta obra, assim como nos ‘poemas americanos’ dos nossos poetas, palpita um sentimento sincero de distância poética e exotismo, de coisa notável por estranha para nós, embora a rotulemos como nativa.”
II. “Mais do que diante de um relato, estamos diante de um poema, cujo conteúdo se concentra a cada passo na magia do ritmo e na graça da imagem.”
III. “O tema do bom selvagem foi, neste caso, aproveitado para um romance histórico, que reproduz o enredo típico das narrativas de capa e espada, oriundas da novela de cavalaria.”

É compatível com o trecho de Iracema aqui reproduzido, considerado no contexto dessa obra, o que se afirma em

a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III.

05 - No texto, corresponde a uma das convenções com que o Indianismo construía suas representações do indígena

a) o emprego de sugestões de cunho mitológico compatíveis com o contexto.
b) a caracterização da mulher como um ser dócil e desprovido de vontade própria.
c) a ênfase na efemeridade da vida humana sob os trópicos.
d) o uso de vocabulário primitivo e singelo, de extração oral-popular.
e) a supressão de interdições morais relativas às práticas eróticas.

06 – É correto afirmar que, no texto, o narrador

a) prioriza a ordem direta da frase, como se pode verificar nos dois primeiros parágrafos do texto.
b) usa o verbo “correr” (2º parágrafo) com a mesma acepção que se verifica na frase “Travam das armas os rápidos guerreiros, e correm ao campo” (também extraída do romance Iracema).
c) recorre à adjetivação de caráter objetivo para tornar a cena mais real.
d) emprega, a partir do segundo parágrafo, o presente do indicativo, visando dar maior vivacidade aos fatos narrados, aproximando-os do leitor.
e) atribui, nos trechos “aqui lhe sorri” e “lhe entram n’alma”, valor possessivo ao pronome “lhe”.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 07 A 09

Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira, aplique-se com afinco e faça com que sua criatividade orientada pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para ficar mais próximo deste, um passo importante será dado. Deixando de lado a fidelidade mecânica, frase por frase, tratando o original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do “escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de fidelidade para a língua com a qual está trabalhando.

Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia.

07 – De acordo com o texto, a boa tradução precisa

a) evitar a transposição fiel dos conteúdos do texto original.
b) desconsiderar as características da linguagem primeira para poder atingir a língua de chegada.
c) desviar-se da norma-padrão tanto da língua original quanto da língua de chegada.
d) privilegiar a inventividade, ainda que em detrimento das peculiaridades do texto original.
e) buscar, na língua de chegada, soluções que correspondam ao texto original.

08 – Tendo em vista que algumas das recomendações do autor, relativas à prática da tradução, fogem do senso comum, pode-se qualificá-las com o seguinte termo, de uso relativamente recente:

a) dubitativas. b) contraintuitivas. c) autocomplacentes. d) especulativas. e) aleatórias.

09 – O prefixo presente na palavra “transpostos” tem o mesmo sentido do prefixo que ocorre em

a) ultrapassado. b) retrocedido. c) infracolocado. d) percorrido. e) introvertido.


TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 10 A 12

CAPÍTULO LIII
. . . . . . .
Virgília é que já se não lembrava da meia dobra; toda ela estava concentrada em mim, nos meus olhos, na minha vida, no meu pensamento; —era o que dizia, e era verdade.
Há umas plantas que nascem e crescem depressa; outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques. Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse crescimento. Lembra-me, sim, que, em certa noite, abotoou-se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem chamar, um beijo que ela me deu, trêmula, — coitadinha, — trêmula de medo, porque era ao portão da chácara. Uniu-nos esse beijo único, — breve como a ocasião, ardente como o amor, prólogo de uma vida de delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em alegria, — uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio de uma paixão sem freio, — vida de agitações, de cóleras, de desesperos e de ciúmes, que uma hora pagava à farta e de sobra; mas outra hora vinha e engolia aquela, como tudo mais, para deixar à tona as agitações e o resto, e o resto do resto, que é o fastio e a saciedade: tal foi o livro daquele prólogo.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

10 – Considerado no contexto de Memórias póstumas de Brás Cubas, o “livro” dos amores de Brás Cubas e Virgília, apresentado no breve capítulo aqui reproduzido, configura uma

a) demonstração da tese naturalista que postula o fundamento biológico das relações amorosas.
b) versão mais intensa e prolongada da típica sequência de animação e enfado, característica da trajetória de Brás Cubas.
c) incorporação, ao romance realista, dos triângulos amorosos, cuja criação se dera durante o período romântico.
d) manifestação da liberdade que a condição de defunto-autor dava a Brás Cubas, permitindo-lhe tratar de assuntos proibidos em sua época.
e) crítica à devassidão que grassava entre as famílias da elite do Império, em particular, na Corte.

11 – No último período do texto, o ritmo que o narrador imprime ao relato de seus amores corresponde sobretudo ao que se encontra expresso em

a) “prólogo de uma vida de delícias” (L. 13-14).
b) “prazeres que rematavam em dor” (L. 14-15).
c) “hipocrisia paciente e sistemática” (L. 16).
d) “paixão sem freio” (L. 17).
e) “o livro daquele prólogo” (L. 21-22).

12 – Dentre os recursos expressivos empregados no texto, tem papel preponderante a

a) metonímia (uso de uma palavra fora do seu contexto semântico normal, com base na relação de contiguidade existente entre ela e o referente).
b) hipérbole (ênfase expressiva resultante do exagero da significação linguística).
c) alegoria (sequência de metáforas logicamente ordenadas).
d) sinestesia (associação de palavras ou expressões em que ocorre combinação de sensações diferentes numa só impressão).
e) prosopopeia (atribuição de sentimentos humanos ou de palavras a seres inanimados ou a animais).

13 - Se pudesse mudar-se, gritaria bem alto que o roubavam. Aparentemente resignado, sentia um ódio imenso a qualquer coisa que era aomesmo tempo a campina seca, o patrão, os soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na verdade era contra ele. Estava acostumado, tinha a casca muito grossa, mas às vezes se arreliava. Não havia aciência
que suportasse tanta coisa.
- Um dia um homem faz besteira e se desgraça.

Graciliano Ramos, Vidas secas.

Tendo em vista as causas que a provocam, a revolta que vem à consciência de Fabiano, apresentada no texto como ainda contida e genérica, encontrará foco e uma expressão coletiva militante e organizada, em época posterior à publicação de Vidas secas, no movimento

a) carismático de Juazeiro do Norte, orientado pelo Padre Cícero Romão Batista.
b) das Ligas Camponesas, sob a liderança de Francisco Julião.
c) do Cangaço, quando chefiado por Virgulino Ferreira da Silva (Lampião).
d) messiânico de Canudos, conduzido por Antônio Conselheiro.
e) da Coluna Prestes, encabeçado por Luís Carlos Prestes.

Observe a imagem e leia o texto, para responder às questões de 14 a 16.


O Comissário apertou-lhe mais a mão, querendo transmitir-lhe o sopro de vida. Mas a vida de Sem Medo esvaía-se para o solo do Mayombe, misturando-se às folhas em decomposição.
[...]
Mas o Comissário não ouviu o que o Comandante disse. Os lábios já mal se moviam. A amoreira gigante à sua frente. O tronco destaca-se do sincretismo da mata, mas se eu percorrer com os olhos o tronco para cima, a folhagem dele mistura-se à folhagem geral e é de novo o sincretismo. Só o tronco se destaca, se individualiza. Tal é o Mayombe, os gigantes só o são em parte, ao nível do tronco, o resto confunde-se na massa. Tal o homem. As impressões visuais são menos nítidas e a mancha verde predominante faz esbater progressivamente a claridade do tronco da amoreira gigante. As manchas verdes são cada vez mais sobrepostas, mas, num sobressalto, o tronco da amoreira ainda se afirma, debatendo-se. Tal é a vida.
[...]
Os olhos de Sem Medo ficaram abertos, contemplando o tronco já invisível do gigante que para sempre desaparecera no seu elemento verde.

Pepetela, Mayombe.

14 – Considerando-se o excerto no contexto de Mayombe, os paralelos que nele são estabelecidos entre aspectos da natureza e da vida humana podem ser interpretados como uma

a) reflexão relacionada ao próprio Comandante Sem Medo e a seu dilema característico entre a valorização do indivíduo e o engajamento emum projeto eminentemente coletivo.
b) caracterização flagrante da dificuldade de aceder ao plano do raciocínio abstrato, típica da atitude pragmática do militante revolucionário.
c) figuração da harmonia que reina no mundo natural, em contraste com as dissensões que caracterizam as relações humanas, notadamente nas zonas urbanizadas.
d) representação do juízo do Comissário a respeito da manifesta incapacidade que tem o Comandante Sem Medo de ultrapassar o dogmatismo doutrinário.
e) crítica esclarecida à mentalidade animista - que tende a personificar os elementos da natureza - e ao tribalismo, ainda muito difundidos entre os guerrilheiros do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
15 – Consideradas no âmbito dos valores que são postos em jogo em Mayombe, as relações entre a árvore e a floresta, tal como concebidas e expressas no excerto, ensejam a valorização de uma conduta que corresponde à da personagem

a) João Romão, de O cortiço, observadas as relações que estabelece com a comunidade dos encortiçados.
b) Jacinto, de A cidade e as serras, tendo em vista suas práticas de beneficência junto aos pobres de Paris.
c) Fabiano, de Vidas secas, na medida em que ele se integrava na comunidade dos sertanejos, seus iguais e vizinhos.
d) Pedro Bala, de Capitães da Areia, em especial ao completar sua trajetória de politização.
e) Augusto Matraga, do conto “A hora e vez de Augusto Matraga”, de Sagarana, na sua fase inicial, quando era o valentão do lugar.

16 – Mayombe refere-se a uma região montanhosa em Angola, dominada por floresta pluvial densa, rica em árvores de grande porte, e localizada emárea de baixa latitude (4o40’S). Levando em conta essas características geográficas e vegetacionais, é correto afirmar que

a) esse tipo de vegetação predomina na maior parte do continente africano, circundando áreas de savana e deserto.
b) se trata da única floresta pluvial sobre áreas montanhosas, pois esse tipo de floresta não ocorre em outras áreas do mundo.
c) a vegetação da região é semelhante à da floresta encontrada, no Brasil, na mesma faixa latitudinal.
d) nessa mesma faixa latitudinal, no Brasil, há regiões áridas, de altas altitudes, em que predominam ervas rasteiras.
e) tais florestas pluviais só ocorrem no hemisfério sul, devido ao regime de chuvas e às altas temperaturas nesse hemisfério, onde ocupam todo tipo de relevo.

Considere as imagens e o texto, para responder às questões 17 e 18.


II / São Francisco de Assis*

Senhor, não mereço isto.
Não creio em vós para vos amar.
Trouxestes-me a São Francisco
e me fazeis vosso escravo.

Não entrarei, senhor, no templo,
seu frontispício me basta.
Vossas flores e querubins
são matéria de muito amar.

Dai-me, senhor, a só beleza
destes ornatos. E não a alma.
Pressente-se dor de homem,
paralela à das cinco chagas.

Mas entro e, senhor, me perco
na rósea nave triunfal.
Por que tanto baixar o céu?
por que esta nova cilada?

Senhor, os púlpitos mudos
entretanto me sorriem.
Mais que vossa igreja, esta
sabe a voz de me embalar.

Perdão, senhor, por não amar-vos.

Carlos Drummond de Andrade

*O texto faz parte do conjunto de poemas “Estampas de Vila Rica”, que integra a edição crítica de Claro enigma. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

17 – Analise as seguintes afirmações relativas à arquitetura das igrejas sob a estética do Barroco:

I. Unem-se, no edifício, diferentes artes, para assaltar de uma vez os sentidos, de modo que o público não possa escapar.
II. O arquiteto procurava surpreender o observador, suscitando nele uma reação forte de maravilhamento.
III. A arquitetura e a ornamentação dos templos deviam encenar, entre outras coisas, a preeminência da Igreja.
A experiência que se expressa no poema de Drummond registra, em boa medida, as reações do eu lírico ao que se encontra registrado em

a) I, apenas. b) II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III.

18 – Um aspecto do poema em que se manifesta a persistência de um valor afirmado também no Modernismo da década de 1920 é o

a) destaque dado às características regionais.
b) uso da variante oral-popular da linguagem.
c) elogio do sincretismo religioso.
d) interesse pelo passado da arte no Brasil.
e) delineamento do poema em feitio de oração.

GABARITO

01 – E  02 – B  03 – C  04 – C  05 – A  06 – D  07 – E  08 – B  09 – A
10 – B  11 – D  12 – C  13 – B  14 – A  15 – D  16 – C  17 – E  18 – D


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