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sábado, 31 de maio de 2014

Tema de Redação - UFG - 2010 - 2º Semestre

Tema de Redação - UFG - 2010 - 2º Semestre


Instruções

            A prova de redação apresenta três propostas de construção textual. Para produzir o seu texto, você deve escolher um dos gêneros indicados abaixo:
            A – Depoimento
            B – Relatório
            C – Carta argumentativa
            O tema é único para os três gêneros e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. A fuga do tema ou cópia da coletânea anulam a redação. A leitura da coletânea é obrigatória e sua utilização deve estar a serviço do seu texto. Independentemente do gênero escolhido, a redação NÃO deve ser assinada.

Tema: BRASIL, PAÍS DO FUTURO: UFANISMO OU COMPLEXO DE VIRA-LATA?

Coletânea

1. NEM MITO NEM REALIDADE

            Nos dias que correm, não há como não nos lembrarmos de Stefan Zweig e de seu "Brasil – Um país do futuro", publicado em 1941.
            Como se sabe, Zweig, um judeu austríaco, conheceu o Rio de Janeiro em 1936 e voltou com a mulher quatro anos depois, fugindo dos nazistas e abandonando uma Europa envolvida em sangrenta guerra motivada em parte por ódios raciais.
            O país o fascinara desde o primeiro encontro. Sobretudo, causou-lhe forte impressão a imensa salada étnica que viu nas ruas do Rio de Janeiro.
            Esse impacto inicial não esmoreceu até sua morte e a da mulher, em Petrópolis (RJ), em 1942. Ele refletiu-se com nitidez no apanhado que fez da história brasileira no primeiro capítulo do livro.
            Os fatos são tirados dos manuais conhecidos. Mas o viés da narrativa é o mesmo do livro do conde Affonso Celso, "Por Que Me Ufano do Meu País", publicado em 1900.
            O povo brasileiro seria dotado de um caráter congênito em que sobressairiam a tolerância, sobretudo a racial, o espírito de conciliação, a tendência à solução pacífica dos conflitos internos e externos.
            A essas qualidades se acrescentava o dom de uma natureza rica e generosa. Com tais atributos, o Brasil estava, segundo ele, destinado a apresentar ao mundo, sobre os escombros da Europa, um novo modelo de civilização. O Brasil era o país do futuro.
            O livro de Zweig inscreve-se em longa tradição nacional que vem alternando, em termos extremados, visões negativas e positivas de nosso povo. Os que veem nele qualidades foram chamados de ufanistas, como Affonso Celso, ou, em linguagem popular, de "turma do oba-oba". Os que nele só enxergam mazelas foram estigmatizados por Nelson Rodrigues como vítimas do complexo de vira-lata.

Futebol e euforia

         Criou-se um paradoxo e uma frustração: como é possível que, com uma terra dessas, não consigamos construir um grande país, uma grande potência, como fizeram os Estados Unidos? Numa terra radiosa, vive um povo triste, sentenciou Paulo Prado em "Retrato do Brasil". O título do livro de Zweig transformou-se em ironia: somos, e sempre seremos, o país do futuro.
        Houve de vez em quando em nossa história surtos de euforia. Para não ir longe, o mais óbvio, ainda vivo na memória de muitos, foi o dos "anos dourados" de Juscelino Kubitschek [1956-61].
       Combinaram-se vários fatores positivos: a inspiração de um presidente democrático, altas taxas de crescimento, uma explosão de criatividade na literatura, no cinema, nas artes e, principalmente, uma taça Jules Rimet.
      O que poderia ter sido o surto seguinte, nos anos 1970, com o alto crescimento, sonhos de Brasil grande potência e mais uma Copa do Mundo, foi abordado pela falta de liberdade. A seguir vieram longos anos de pessimismo, de vira-latismo.

Sem milagres

            Desde o plano Real vêm sendo construídas as condições para um novo surto.
           Trabalho e sorte acabaram por fazer ressurgirem os ingredientes clássicos: uma liderança presidencial inspiradora, uma economia em ordem, embora não tão dinâmica, um presente da natureza no pré-sal, uma Copa do Mundo em 2014, Jogos Olímpicos em 2016.
         Novos sonhos de Brasil grande, já adormecidos, renasceram na política externa. As condições internas e externas parecem mais favoráveis do que nunca para a decolagem.
            Há, no entanto, um grande inimigo da vitória sobre o vira-latismo: a invasão do oba-obismo. Nada está garantido. O crescimento econômico pode não deslanchar, a Copa e a Olimpíada podem fracassar, a abundância do petróleo pode transformar-se em maldição.
            Apesar de todas as grandes melhoras recentes, o país continua sendo campeão de desigualdades, apresenta níveis vergonhosos de escolaridade, instituições pouco confiáveis, cidades dominadas pela violência, depredação da fantástica natureza.
            Êxito mais duradouro desta vez dependerá de trabalho duro em todas as frentes reconhecidamente indispensáveis para a decolagem. Dependerá da ausência de oba-oba. Não haverá milagres. Nem pessimismo nem euforia levam a lugar nenhum.
            Melhor dito, levam apenas ao país do futuro. Não era certamente isso que Stefan Zweig pressagiava para nós.

CARVALHO, José Murilo de. Folha de S. Paulo. São Paulo, 18 out. 2009, p. 4. Caderno Mais.

2. CONSCIÊNCIA: O NOVO TREM DA HISTÓRIA

            Fruto do trabalho hercúleo de todos os brasileiros, o país pós-redemocratização, ao se comprometer com os valores fundantes da democracia, da justiça e da equalização de oportunidades, promoveu e construiu um ambiente de maturidade e aperfeiçoamento da sociedade e de suas instituições. Consolidou a democracia e reconstruiu a economia. Criou uma nova história.
            Credor do FMI, exportador de multinacionais, nova paixão do capital internacional, o Brasil, da Copa do Mundo, da Olimpíada, das megaproduções minerais, agrícolas e automobilísticas e potência petrolífera do pré-sal, confirma em gênero e grau que é abençoado por Deus e bonito por natureza.
            O Brasil país do futuro tornou-se velozmente país do presente. Nasce, assim, um novo país, uma nova cultura, embalada numa nova mentalidade.
            Soerguidos pelos sentimentos de identidade e pertencimento, descobrimos um país só nosso, único e extraordinário. Um país que ginga, que cria, que se reinventa e surpreende. Um país que potencializa suas energias e, na luta e na raça, avança e supera mesmo os limites imponderados. Nasce, assim, uma nova realidade. Um novo e fulgurante trem da história chega à estação transbordante de possibilidades, carregado de oportunidades.
            Essa é a nossa nova e grande chance de reconstruir a nação. De reforçar os fundamentos de unidade, de ampliar e aprofundar o sentimento de coesão, de autoestima. De corrigir os equívocos e injustiças do presente, de reparar as graves omissões do passado.
            Brasil, potência do presente, não terá futuro se insistir em ser gigante com pés de barro. Identidade e pertencimento são, assim, a síntese, a evidência e a apresentação acabada e esclarecedora do novo sentido do povo brasileiro. Sem identidade não existe igualdade. Sem identidade e pertencimento não existe Estado ou nação. Não existe país. Essa é a nossa consciência que devolve o Brasil ao seu leito natural.
            Acordados de um sono profundo, podemos agora enxergar o mundo real e maravilhoso que sempre esteve diante de nós. Somos um país de homens e mulheres de muitas origens e de todos os matizes. Somos negros, brancos, verdes e amarelos. Somos diversos. Somos diferentes e nos sentimos felizes e orgulhosos de nossa identidade. Somos fortes e potência porque trabalhamos coletivamente para o progresso e a riqueza da nação.

VICENTE, José. Disponível em: 
<www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2011200908.htm>. Acesso em: 30 mar. 2010.

3. POR QUE ME UFANO DO MEU PAÍS

Capítulo: Resumo das grandezas do Brasil
Affonso Celso (1900)

Ficou demonstrado que:
— O Brasil constitui um dos mais vastos países da terra, capaz de conter toda a população nela existente;
— Reúne imensas vantagens a essa grandeza territorial, quais a situação geográfica, a homogeneidade material e moral, o progresso constante;
— É belíssimo — encerrando maravilhas sem êmulas no universo, como o Amazonas, a cachoeira de Paulo Afonso, a floresta virgem, a baía do Rio de Janeiro;
— Possui riquezas incalculáveis, — tudo quanto de precioso se encontra no globo;
— Goza de perpétua primavera, sem jamais conhecer temperaturas extremas;
— Não sofre as calamidades que costumam afligir a humanidade: — vulcões, terremotos, ciclones, inundações, abundância de animais ferozes;
— Resulta a sua população da fusão de três dignas e valorosas raças;
— Bom, pacífico, ordeiro, serviçal, sensível, sem preconceitos, não deturpa o caráter desse povo nenhum vício que lhe seja peculiar, ou defeito insusceptível de correção;
— Nunca sofreu humilhações, nunca fez mal, nunca perdeu uma polegada do seu solo, nunca foi vencido, antes tem vencido poderosas nações;
— Sempre procedeu honesta e cavalheirosamente para com os outros povos, livrando, com absoluta abnegação, de odiosas tiranias seus vizinhos mais fracos;
— Cheio de curiosidades naturais, depara elevadas glórias a quem o estudar e amar;
— Na sua história, relacionada com os mais notáveis acontecimentos da espécie humana, escasseiam guerras civis e efusões de sangue, sobejando feitos heroicos, formosas legendas, preclaras figuras, luminosos exemplos;
— Primeiro país autônomo da América Latina, segundo do Novo Mundo, sempre manifestou espírito de independência, desfrutou liberdades desconhecidas em outras nações, mostrou-se apto para todas as melhorias, produziu representantes distintos em qualquer ramo da atividade social, resolveu com calma e sensatez, à luz do direito, a
maior parte das suas questões, acolheu carinhosamente quem quer que o procurasse, aumentou sem cessar.
— Nestas condições, o Brasil é um país privilegiado, reunindo elementos que lhe conferem primazia sobre todos os mais. Importa ingratidão para com a Providência invejar outras nações, não nutrir a ufania de ter nascido brasileiro.
            Foi belo o quinhão que nos coube. Outros povos apenas se avantajam ao nosso naquilo que a idade secular lhes conquistou. O Brasil poderá tornar-se o que eles são. Eles nunca serão o que é o Brasil.

CELSO, Affonso. (versão para Book e books Brasil). Por que me ufano do meu país. Fonte digital. Digitalização de edição em papel. Laemert & C. Livreiros-Editores, 1908.

4. POR QUE ME UFANO DO MEU PAÍS

            Não sou o Affonso Celso, embora nossos nomes se pareçam, mas hoje também posso dizer que me ufano do meu país. Meu ufanismo pode ser menos ingênuo como, dizem, era o daquele conde monarquista. Ainda assim, não deixa de ter sua dose de otimismo crédulo. Quem vem de longe, como dizia o saudoso Caudilho Brizola, sabe bem do que estou falando.
            E não é apenas pela nossa recente conquista de 2016. Claro, estou superentusiasmado e patriótico, mas já vivi outras conquistas que não foram capazes de eliminar um sentimento de frustração. Eu estava em Brasília quando o Brasil ganhou o tricampeonato mundial de futebol. Participei como toda gente da festa na Asa Sul e ouvi a multidão cantar Eu te amo meu Brasil, hino de Don e Ravel, mas eu não cantei. Do mesmo modo que meus amigos da época, não compartilhei da alegria da ditadura. Também detestava o patropi do Simonal, que achávamos grotesco e hoje há quem tente reabilitar sua figura.
            Sei que agora a situação é diferente. Depois de anos de luta pela redemocratização do país e dos tempos melancólicos na Nova República, da era de privatização de FHC, tenho (temos) o que comemorar. É verdade que não chegamos ao paraíso. Quando vou para o trabalho aqui no centrão de Sampa, tropeço em todo tipo de destroços humanos: drogados, crianças dormindo na rua (não há marquises nem viadutos suficientes), camelôs, homens-sanduíche, prostitutas e prostitutos em vias públicas, enfim, o inferno na terra. Não tenho dúvida de que o bolsa-família é paliativo e que, além disso, não abarca o universo da miséria cruel.

FERREIRA, Antônio Celso. Impertinências. Disponível em:
<http://acimpertinencias.blogspot.com/2009/10/por-que-me-ufano-do-meu-pais.html.>. Acesso em: 30 mar. 2010.

5. AS RAÍZES DA CORRUPÇÃO

            Segundo o último levantamento da Transparência Nacional, divulgado em novembro, o Brasil ocupa a 75ª posição no ranking das nações mais corruptas do planeta. O país teve uma nota de 3,7 em uma escala que vai de zero (países mais corruptos) a 10 (países considerados pouco corruptos). Foram analisadas 180 nações. Em relação ao ano anterior, o Brasil melhorou cinco posições. A Transparência faz pesquisas com especialistas de cada país, que avaliam a presença da corrupção nas instituições públicas locais. Com base nessas avaliações, são dadas as notas a cada nação e monta-se um ranking. Segundo a ONG, os problemas do Brasil e da América Latina são instituições fracas, burocracia extrema, excesso de influência privada sobre o setor público e restrições à liberdade de imprensa.

VEJA, São Paulo, 9 nov. 2009, p. 84-85.

6. AQUARELA DO BRASIL

Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulado inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! “Pra mim! Pra mim, pra mim”
Ah! abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil “Pra mim! Pra mim, pra mim"
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a sá dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil! Pra mim, pra mim, Brasil!
Brasil!
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
O Brasil, samba que dá
bamboleio que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim
Oh, esse coqueiro que dá coco
onde eu amarro a minha rede
nas noites claras de luar
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim.
Ah! e essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Pra mim, pra mim! Brasil!
Brasil! Pra mim, Brasil! Brasil!

BARROSO, Ary. Aquarela do Brasil (ou Aquarela Brasileira). 1939. Odeon 11768A e 11768B. Disponível em: <http:// www.arybarroso.com.br> Acesso em: 30 mar. 2010.

7. NEGRO DRAMA

Negro drama,
Entre o sucesso, e a lama,
Dinheiro, problemas,
Inveja, luxo, fama,
[...]
O drama da Cadeia e Favela,
Túmulo, sangue,
Sirene, choros e velas,
Passageiro do Brasil,
São Paulo,
agonia que sobrevivem,
Em meia zorra e covardias,
Periferias, vielas e cortiços,
Você deve tá pensando,
O que você tem a ver com isso,
Desde o início,
Por ouro e prata,
Olha quem morre,
Então veja você quem mata,
Recebe o mérito, a farda,
Que pratica o mal,
me vê, Pobre, preso ou morto,
Já é cultural,
Histórias, registros,
Escritos,
Não é conto,
Nem fábula,
Lenda ou mito.

RACIONAIS MC'S. Escolha o seu caminho, 1992. Grav. RDS. Faixa 5.

8. O OUTRO BRASIL QUE VEM AÍ
Gilberto Freyre (1926)

Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das três raças
terão as cores das profissões e das regiões.
As mulheres do Brasil em vez de cores boreais
terão as cores variamente tropicais.
Todo brasileiro poderá dizer: é assim que eu quero o Brasil,
todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e o semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil [...]

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. 47. ed. São Paulo: Global, 2003. v-vi

Propostas de redação

A – Depoimento

            O depoimento é um gênero discursivo que se caracteriza por narrar fatos reais vividos por uma pessoa e suas consequências. Para isso, apresenta os elementos essenciais de um texto narrativo – fatos, pessoas, tempo, lugar –, tendo como narrador o protagonista, isto é, o personagem principal. Tem por objetivo transmitir uma lição de vida, algo a ser aprendido por outras pessoas. Nesse caso, o depoimento tem sentido pedagógico. Também, pode visar mostrar o lado desconhecido de algum acontecimento trágico, podendo passar a ser importante documento histórico.
            Suponha que você esteja vivendo fora do Brasil há alguns anos e é convidado por um jornalista a escrever um depoimento que irá integrar uma matéria sobre os sentidos do Brasil para os brasileiros que emigraram. Sendo assim, você deve narrar fatos vividos por você dentro e fora do Brasil e demonstrar as consequências desses fatos na sua percepção do que seja o Brasil hoje. Por meio da narrativa pessoal, você deve revelar as questões que confirmam ou contradizem o lema “Brasil, país do futuro”.

B – Relatório

            O relatório é um gênero discursivo de natureza analítico-expositiva, no qual são apresentados os resultados de uma análise de dados coletados durante uma pesquisa. O relatório de pesquisa ou de atividades conta com uma circulação ampla, pois são feitos para prestação de contas e podem ser publicados para distribuição geral. Os interlocutores desse gênero são pessoas que se interessam pelo assunto abordado, mas nem sempre têm qualquer conhecimento sobre ele. Como tem por objetivo a apresentação de resultados (de uma pesquisa, de atividades etc.), o relatório deve conter:
introdução, na qual os objetivos e a questão central são expostos; apresentação dos dados, acompanhada de discussão e análise do significado desses dados para a questão central exposta; e conclusão, na qual os resultados da análise são apresentados.
            Com base nessa explicação, produza um relatório para uma pesquisa que você tenha feito acerca da atitude do brasileiro em relação ao seu país. Seu relatório será enviado à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OSDE) e divulgado num Encontro Internacional em que várias nações apresentarão avaliações de seus cidadãos em relação ao país. Portanto, o relatório, com base em dados da realidade e da coletânea, deve analisar o que é para o brasileiro viver no Brasil: motivo de orgulho ou vergonha.

C– Carta argumentativa

            A carta argumentativa é um gênero discursivo em que o autor do texto dirige-se a um interlocutor específico com o objetivo de defender um ponto de vista e convencê-lo a mudar de opinião sobre alguma questão polêmica. Apresenta, de forma articulada, informações, fatos e argumentos que caracterizam claramente um ponto de vista sobre determinada questão. Geralmente, esse ponto de vista é diferente daquele defendido pelo interlocutor a quem a carta foi dirigida.
            Diante dos diferentes pontos de vista relativos ao que é ser brasileiro e viver no Brasil, escreva uma carta argumentativa para:
a) Racionais Mc's, se você considera que haja razões para se orgulhar do Brasil;
OU
b) José Vicente, se você acha que o Brasil não pode ser considerado o país do futuro.
            Independentemente de sua escolha, utilize dados, informações e argumentos para defender seu ponto de vista e convencer seu interlocutor a mudar de opinião.


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TEMAS DE REDAÇÃO DA FUVEST – 1996 – 2000
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Tema de Redação - UFG - 2010 - 1º Semestre

Tema de Redação - UFG - 2010 - 1º Semestre


Instruções

            A prova de redação apresenta três propostas de construção textual. Para produzir o seu texto, você deve escolher um dos gêneros indicados abaixo:
            A – Reportagem
            B – Crônica
            C – Carta de leitor
            O tema é único para os três gêneros e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. A fuga do tema ou cópia da coletânea anulam a redação. A leitura da coletânea é obrigatória e sua utilização deve estar a serviço do seu texto. Independentemente do gênero escolhido, a redação NÃO deve ser assinada.

Tema: PÂNICO MORAL: ESTRATÉGIA PARA PROMOVER A QUALIDADE DE VIDA OU PARA CONTROLAR A SOCIEDADE PELO MEDO?

Coletânea

1. PÂNICO MORAL

            Pânicos coletivos – ou “pânicos morais”, como alguns sociólogos os denominam – são um fenômeno comum, talvez até comum demais. […] Ocasionalmente o perigo é imaginário, como na onda de pânicos relacionados a bruxas que se espalhou pela Europa nos séculos 16 e 17 e resultou na morte de milhares de pessoas inocentes. […] Já em outras ocasiões o perigo é real, e não imaginário, mas os boatos servem para amplificá-lo, como no caso da praga que se abateu sobre a Europa em 1348 e retornou em diversas ocasiões. [...] Na esfera econômica, um pânico pode bastar para produzir os efeitos cuja possibilidade desperta o medo das pessoas, para começar. Um exemplo vívido – e que oferece paralelos desconfortáveis com relação à situação presente – é o pânico financeiro que tomou os EUA em 1873. A crise surgiu depois de um surto de gripe equina e do colapso de um grande banco (o Jay Cooke & Co.) e resultou em uma depressão econômica que durou alguns anos.
            Em casos de pânico coletivo, é comum que surja uma busca por bodes expiatórios. Em outras palavras, grupos ou até mesmo indivíduos são culpados por situações que resultam, ao menos em parte, de debilidades do sistema econômico, social ou político. [...]
            Histórias sobre complôs são tema recorrente nos pânicos. Esses complôs são em geral atribuídos a grupos que já foram descritos como “demônios folclóricos”. Em outras palavras, pessoas são alvo de preconceitos em determinadas culturas – os católicos (em culturas protestantes), os judeus, os jesuítas, os aristocratas, os banqueiros (de olhos azuis ou de olhos castanhos), os maçons ou os comunistas. São grupos suspeitos de conspirar para envenenar, infectar, queimar, sequestrar ou empobrecer as pessoas comuns ou para promover um golpe de Estado ou uma revolução. [...]
            Histórias sobre vilões que envenenam os reservatórios de água ou satanistas que torturam e matam crianças estão em circulação há muitos séculos (pelo menos desde o século 14). Nesse contexto, não parece irracionável falar em surtos de paranoia coletiva, desde que não descartemos os pânicos como completamente irracionais, patológicos ou absurdos. Pode haver bons motivos para uma atmosfera de pânico ou incerteza que leve à difusão de rumores desse tipo.
            Os pânicos podem representar reação excessiva, mas são reação a um problema real. […] Será possível encontrar um caminho intermediário entre ignorar ameaças reais e sucumbir a pânicos coletivos? Os meios de comunicação têm papel importante a desempenhar quanto a isso.

BURKE, P. Folha de S. Paulo, São Paulo, 3 mai. 2009, p. 5.

2. From: G. F. L. D.
To: [EMAIL PROTECTED]
Send: Sunday, september 08, 2002 11:42 PM
Subject: [Policia-br] SEGURANÇA PÚBLICA E “PÂNICO MORAL”

O PÂNICO MORAL

            A expressão “pânico moral”, utilizada por cientistas sociais, é pouco conhecida do público em geral. O conceito pode conotar, por exemplo, o pânico ou reação exacerbada a desvios de conduta ou ilícitos, supostamente capazes de ameaçar a “ordem moral” dominante. Mensagens indutoras de pânico moral podem ser disseminadas pela mídia, tendo sua origem em indivíduos ou grupos interessados em mudar normas coletivas ou práticas sociais, estando para tanto dispostos a compelir os demais a aceitarem tais mudanças, mesmo sob um clima de medo coletivo e perplexidade.
            Os cientistas sociais que tratam do tema, via de regra, estão mais interessados com o fenômeno da dinâmica das mudanças sociais e das estratégias da sua promoção, do que propriamente com a validade de postulações indutoras do “pânico moral”. A consciência crítica da nação, ao contrário, deve examinar cuidadosamente o mérito dessas postulações indutoras de mais um tipo de pânico. [...]
            Um exemplo bastante atual da disseminação do pânico moral no Brasil é a vinculação de uma alegada falência do Estado em relação ao crime e à violência praticados por jovens. Tomados como causas dessa situação, são denunciados o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e os ditames do artigo 228 da Constituição Federal quanto à idade mínima de responsabilidade penal (18 anos). Segundo o conteúdo dessas mensagens, o ECA supostamente minaria a autoridade policial, enfraquecendo o Estado e servindo de estímulo para a delinquência entre os jovens brasileiros, “não tão inocentes” com idades menores que 18 anos.
            A grande discussão gerada entre proponentes do pânico moral e seus oponentes não pode resolver, entretanto, no aqui e agora, questões prementes e que requerem ações imediatas da gestão da defesa social e segurança pública: é a chamada “ética da urgência”. Assim é em relação aos jovens de risco que estão delinquindo agora nas ruas, aos traficantes que neste exato momento fazem suas transações ilícitas e aos internos do sistema prisional que seguem coordenando seus crimes de dentro das prisões. É no equilíbrio entre medidas reativas, necessárias e imediatas, com a implementação articulada de políticas de médio e longo prazos para a defesa social e a segurança pública, que o Estado revelará sua competência na gestão de tão importantes questões de interesse público.

DANTAS, G. F. de L. O pânico moral. Disponível em: <http://www.mail-archive.com/policia-br@grupos.com.br/msg09576.html>. Acesso em: 16 out. 2009.

3. E A DISCUSSÃO AMBIENTAL CHEGA À COZINHA

            Tenho saudades de uns poucos anos atrás, em que as previsões sobre o aquecimento global eram modestas, algo como 0,5 a 1 ºC em um século. Já em 2007, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) estimava um aumento de 1,5 a 4 ºC no mesmo período. Em setembro de 2007, o Centro Hadley, no Reino Unido, com base em estudos sobre clima, previu aumento de temperatura de até 8 ºC. Mas não em um século, e sim em 50 anos.
            Então talvez o aquecimento acabe sendo superior a 8 ºC, e em um período inferior a 50 anos. O problema deixou de ser daquele bisneto(a) que você provavelmente não iria conhecer mesmo, e passou a ser uma ameaça para você e para todos nós. Não é à toa que as seguradoras apoiaram o IPCC e outros grupos de pesquisa. Elas querem saber o que vem pela frente e quanto vai custar a trombada. […]
            A discussão pode estar algo atrasada, mas é saudável e muito instrutiva. Um dos aspectos mais importantes desse debate é que ele cria uma cultura de inventário e diagnóstico: as empresas estão se capacitando para inventariar suas emissões e discutindo custos e estratégias de redução.
            De fato, o marketing ecológico parece ter se tornado obrigatório e alastrou-se como uma praga. Já reparou como, por todo lado, as petroleiras viraram companhias de energia, os bancos agora são do planeta e as montadoras reinventam caminhos, embora para os mesmos carros, alguns cada vez mais verdes, e amarelos?
            Será que, juntando todo o material impresso das campanhas publicitárias que exibem folhas, árvores, mato ou floresta, daria para recobrir o que se queimou da floresta amazônica?

GUIMARÃES, J. R. D. E a discussão ambiental chega à cozinha. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/155082>. Acesso em: 20 out. 2009. [Adaptado].

4. 2012, A NOVA DATA PARA O FIM DO MUNDO

            No dia 21 de dezembro de 2012, um raro alinhamento do Sol com o centro da Via-Láctea dará início a uma série de eventos desastrosos. São esperados terremotos, dilúvios, pragas e distúrbios eletromagnéticos que culminarão com o fim dos tempos. Não há como ignorar os sinais de que o fim se aproxima: crise econômica mundial, gripe suína, aquecimento global, alterações no ciclo solar, guerras e desigualdade. A tese catastrofista se espalha e avoluma, incendiada pela internet, e há quem acredite piamente que até 2012 o mundo irá, mas de lá não passará. Até Hollywood embarcou na onda e lança uma produção milionária em novembro explorando o tema. A origem distinta para previsões coincidentes seria a prova cabal para o fim trágico da humanidade. O rol de tragédias identificadas com a data está escrito em profecias das mais variadas culturas: oráculos romanos e gregos, o calendário maia, textos de Nostradamus, a Bíblia, o I Ching e até um programa de computador que filtra a internet atrás de tendências de comportamento.
            É assim, misturando realidade com ficção e ciência com religião, que se criou a mais nova profecia para o fim do planeta. Mas o que há de real nessa confusão de história, astronomia, astrologia e religião?

LOES, J. IstoÉ, São Paulo, 13 mai. 2009, p. 70-71.

5.
Disponível em: <http://images.google.com.br/imgres>. Acesso em: 6 nov. 2009.

6. A CARNE ÉTICA

            Há algum tempo, uma charge nesta Folha desenhava o horror de uma pessoa que, coberta de sangue, comia um pedaço de carne num restaurante. O garçom, coitado, envergonhado, dizia ao consumidor da carne algo como: “Aqui não é permitido comer carne”. Os vizinhos de mesa, todos com suas alfaces no prato, olhavam estarrecidos para o prato e a mesa do sanguinário homem.
            A cor vermelha de sangue, no guardanapo, amarrado no pescoço da figura animalesca do carnívoro, traía sua insensibilidade para com o sofrimento da picanha em meio à batata frita. Algum tempo depois, por conta do debate acerca da forma fascista que assumiu, entre nós, a lei contra o tabaco em locais públicos, eu dizia nesta coluna que em breve essas pessoas “conscientes” (tenho desenvolvido um horror todo peculiar por pessoas “conscientes”) iriam perseguir os carnívoros. […]
            Vamos concordar que torturar animais é feio, apesar de que grande parte da vida esteja sustentada na necessidade da tortura de alguns seres para que outros continuem a respirar. Também vejo nos olhos dos meus cachorros a docilidade de quem veio ao mundo para sofrer, aliás como todos nós, vítimas do nascimento. Mas ainda aprecio suculentas picanhas. O que fazer, eu sou incoerente mesmo, amo meus cachorros, mas sou indiferente aos pobres bezerrinhos.
            Imagino que essas pessoas “conscientes” em breve proporão tratamentos de choque para pessoas degeneradas como eu. Tombarei gritando pelo direito às churrascarias. Por que essas pessoas “conscientes” não falam dos direitos das rúculas em continuarem, de forma singela, a fazer fotossíntese? Onde está a consciência deles quando torturam seres inocentes como as berinjelas, trituradas entre nossos dentes horrorosos?
            Não há dúvida de que há algo de monstruoso na humanidade, mas o que me espanta nesses “conscientes” é a cegueira para o fato de que a natureza não seja um mar dócil, mas sim um espaço de violência.
            Esses caras são uns bobos que nunca viraram gente grande, por isso, eles gritam por aí “rats have rights”. Gente grande sabe que a felicidade não faz parte dos planos da natureza. O que escolher? A carne ética ou a rúcula santa? Um dia vão sair correndo dando pauladas em quem não se converter à “Santa Alimentação”.

PONDÉ, L. F. A carne ética. Disponível em:
<www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1210200916.htm>. Acesso em: 20 out. 2009.

7. QUE MEDO

            Contrariando um clichê muito difundido pelo senso comum, ter medo não significa ser covarde. Covardia é, sim, não ter coragem de reagir. O medo, assim como outras emoções primárias, está inscrito no código genético de muitos seres vivos, inclusive no dos humanos. Sua função é “avisar” o organismo dos perigos. Em geral, portanto, o medo é benéfico – somente quando é excessivo (em casos patológicos de pânico, fobia) pode ser prejudicial. Por outro lado, uma pessoa totalmente destemida não teria vida longa: atravessaria a rua no sinal vermelho, cairia ao se debruçar na janela ou não hesitaria em enfrentar um leão. Sob o efeito do medo, aumentam a atenção e a velocidade de reação. As batidas do coração aceleram, a pressão sanguínea sobe, os açúcares inundam o sangue e aumentam as secreções da glândula suprarrenal e da parte anterior da hipófise. Esse terremoto psicofísico prepara o corpo para lutar, fugir, imobilizar-se ou fingir não temer. […]
            Por trás dos estados de ansiedade há, muitas vezes, tormentos inconscientes que amplificam os medos normais e levam à perda do controle. Há ainda situações em que nossa própria capacidade de prever perigos nos faz cair em armadilhas do falso alarme e de uma ansiedade que brota de ameaças imaginárias. […] Lidar com nossas assombrações – sejam elas concretas ou fictícias – é um processo de aprendizagem, que implica a aquisição de autonomia e amadurecimento, construídos no contrato com o outro.

FERRARIS, A. O. Que medo. Disponível em:
<http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/que_medo>. Acesso em: 20 out. 2009.

8. QUEM TEM MEDO DO POLITICAMENTE INCORRETO?

            Há algum tempo uma polêmica inusitada surgiu nas páginas da imprensa norte-americana. O debate girava em torno do nome da tradicional história infantil, “A Branca de Neve e os Sete Anões”. Tomados pela voga do politicamente correto, alguns críticos reclamaram da nomenclatura “sete anões” e acabaram por propor uma saída à altura: “Branca de Neve e os sete verticalmente comprometidos”, esquecendo que a própria Branca de Neve também poderia ser entendida como uma ofensa a todos aqueles que não fossem brancos, como a neve. [...]
            Folclore ou não, essa história está de volta, agora no Brasil, com a publicação, pela Secretaria dos Direitos Humanos, da cartilha “Politicamente Correto & Direitos Humanos”. Distribuído pela primeira vez em 2004, na Conferência Nacional dos Direitos Humanos, o material voltou à cena no começo do mês de maio, em novo seminário sobre o tema. [...]
            Mas nada como recorrer à própria cartilha e tomar alguns de seus verbetes. Comecemos com uma coincidência: o verbete “Anão”. Na definição da cartilha ficamos sabendo que “as pessoas afetadas por nanismo são vítimas de um preconceito particular: o de sempre serem consideradas engraçadas. Não há nada de especialmente engraçado em ter baixa estatura, fato que não torna ninguém inválido nem diminui sua dignidade”. Ou seja, toma-se a forma pelo conteúdo e chegamos a uma espécie de beco sem saída. Qual seria a conclusão: trocar anão por nanismo ou por “verticalmente comprometido”? […] O mesmo ocorre com termos que carregam duplo sentido. “Bárbaro”, por exemplo, deve ser condenado, pois é sinônimo de cruel, grosseiro, incorreto, malvado, rude e violento ... é fato que o etnólogo Claude Lévi-Strauss teria uma vez dito que “bárbaro é aquele que acredita na barbárie”, mas e o uso oposto? Como incluir na cartilha uma opção para o outro contexto linguístico, quando bárbaro é aquele que pratica atos, digamos assim, geniais? [...]
            Se a intenção da cartilha não é cercear, mas fazer refletir, seria preciso inserir esses termos em contextos e mostrar como adquirem sempre muitos sentidos. Definitivamente não é hora de nos fiarmos em nomes...
            A filosofia da cartilha lembra uma passagem de Lewis Carrol, em “Alice no País das Maravilhas”. Alice precisa beber do líquido de uma garrafa para ficar pequena e passar por uma porta ainda mais diminuta. No entanto, em vez de uma garrafa, Alice encontra duas, com um mesmo rótulo que diz “beba-me”. Mas o pior é que Alice descobre que seus efeitos serão opostos: enquanto o líquido de uma garrafa a fará crescer, e muito (impossibilitando assim sua passagem), o outro a deixará pequena e com direito a ganhar o passaporte de entrada para seu novo mundo. E é exatamente nesse momento que se trava o seguinte debate: “Como posso saber qual das garrafas escolher se os rótulos são iguais?”, pergunta Alice. Ao que Humpty-Dumpty responde: “Aquele que acredita em rótulos, no mais das vezes se engana”. Não estamos para entrar no País das Maravilhas, mas andamos de certa maneira fisgados pelos rótulos e seu poder de encantar.

SCHWARCZ, L. M. Quem tem medo do politicamente correto? Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1505200511.htm>. Acesso em: 20 out. 2009.

9.
Disponível em: <http://oglobo.com/blogs/arquivos_upload/2009/06/2992850-fim-do-mundo1.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2009.

Propostas de redação

A – Reportagem

            A reportagem é um gênero discursivo que se caracteriza por apresentar informações sobre temas específicos. Tem por objetivo transmitir ao leitor informações novas, objetivas (que possam ser constatadas) e precisas sobre fatos, personagens, ideias e produtos relevantes, com a finalidade de contribuir para formar sua opinião. Seus leitores são as pessoas que procuram se manter informadas e não se satisfazem, apenas, com a leitura das notícias diárias, mas procuram explorar de modo mais aprofundado os vários aspectos associados a um determinado acontecimento. Pode ter caráter opinativo, questionando as causas e os efeitos dos fatos, interpretando-os e orientando os leitores.
            Suponha que você seja repórter de um jornal e é escolhido para escrever uma reportagem num suplemento semanal do jornal dedicado à discussão acerca da previsão do fim do mundo para 2012. A ideia de produzir uma reportagem surge da repercussão de uma notícia sobre a previsão do fim do mundo veiculada pelo próprio jornal. Sua reportagem, além de apresentar informações, dados e depoimentos sobre o fato (quando, como, por que o mundo vai acabar em 2012), deve, com base na coletânea, discutir o tema Pânico Moral: estratégia para a promoção da qualidade de vida das pessoas e/ou forma de manipulação da sociedade?

B – Crônica

            A crônica é um gênero discursivo no qual, com base na observação e no relato de fatos cotidianos, o autor manifesta sua perspectiva subjetiva, oferecendo uma interpretação que revela ao leitor algo que não é percebido pelo senso comum. Assim, o objetivo da crônica é discutir aquilo que parece invisível para a maioria das pessoas. Também, visa divertir ou levar à reflexão sobre a vida e os comportamentos humanos. A crônica pode apresentar elementos básicos da narrativa (fatos, personagens, tempo e lugar) e tem como uma de suas tendências tratar de acontecimentos característicos
de uma sociedade.
            Com base nessa tendência, escreva uma crônica para ser publicada em uma revista semanal, discutindo as formas de disseminação do medo na sociedade atual. Procure fazer reflexões fundamentadas em fatos relacionados à violência urbana, ao aquecimento global, às restrições aos alimentos, aos vícios, aos usos da linguagem etc. Por meio do relato e da discussão desses fatos, revele aos leitores da revista as relações contraditórias que compõem as estratégias de produção do Pânico Moral: promover a qualidade de vida ou controlar a sociedade pelo medo.

c – Carta de leitor

            A carta de leitor é um gênero discursivo no qual o leitor manifesta sua opinião sobre assuntos publicados em jornal ou revista, dirigindo-se ao editor (representante do jornal ou da revista) ou ao autor da matéria publicada (quando o seu nome é revelado). Por ser de caráter persuasivo, o autor da carta de leitor busca convencer o destinatário a adotar o seu ponto de vista e a acatar suas ideias por meio dos argumentos apresentados.
            Diante da discussão gerada entre proponentes do pânico moral e seus opositores, escreva uma carta de leitor para ser publicada em um jornal ou em uma revista de circulação nacional. O objetivo é divulgar sua opinião sobre as consequências da produção do pânico moral e convencer os leitores de que a posição defendida por você é mais adequada. Para isso, selecione dados da realidade e da coletânea para compor seus argumentos na defesa do ponto de vista quanto à divergência de opiniões acerca do pânico moral. Por meio da defesa e da refutação de ideias, você deve persuadir os leitores a aceitarem o Pânico Moral como estratégia para promoção da qualidade de vida ou como forma de limitar a liberdade das pessoas pelo medo.


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