Temas de redação – Mackenzie – 2012
Temas
de redação – Mackenzie – Vestibular 2012 - 1º semestre
Redija
uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.
Texto
I
Ao ler-se em um dicionário, por sinal
extremamente bem conceituado, que a nomenclatura “cigano” significa “aquele que
trapaceia, velhaco”, entre outras coisas do gênero, ainda que deixe expresso
que é uma linguagem pejorativa, ou, ainda, que se trata de acepções carregadas
de preconceito ou xenofobia, fica claro o caráter discriminatório assumido pela
publicação.
Cléber
Eustáquio Neves, procurador
Texto
II
Agora há novamente paladinos da
sociedade perfeita, o que lá seja isso, quequerem censurar dicionários. De vez
em quando, aparece um desses. Censurar a lexicografia é uma curiosa inovação.
Dicionário é um trabalho lexicográfico, não uma peça normativa. O lexicógrafo
não concorda ou discorda do uso de uma palavra ou expressão qualquer.
Obedecendo a critérios tão objetivos e neutros quanto possível, constata o uso
dessa palavra ou expressão e tem a obrigação de registrá-la. Eliminar do
dicionário uma palavra lexicograficamente legítima não só é uma violência
despótica, como uma inutilidade, pois a palavra sobreviverá, se tiver
funcionalidade na língua, para que segmento seja.
João
Ubaldo Ribeiro, escritor
Texto
III
O Ministério Público entendeu que houve
racismo nos itens 5 e 6 do verbete “cigano” e, por isso, entrou com uma Ação
Civil Pública contra a Editora Objetiva, que publica o Dicionário Houaiss, e
contra o Instituto Antônio Houaiss. O MPF espera conseguir na justiça uma
indenização por dano moral coletivo e a retirada de circulação, suspensão de
tiragem, venda e distribuição das edições do dicionário que apresentem as
expressões que depreciam os ciganos. A significação atribuída pelo Houaiss aos
ciganos violaria o artigo 20 da Lei 7.716/89, que tipifica o crime de racismo.
Adaptado
do portal de notícias newsrondonia.com.br
Texto
IV
Quando a gente pensa que já viu tudo,
não viu. Faz algum tempo, dentro do horroroso politicamente correto que me
parece tão incorreto, resolveram castrar, limpar, arrumar livros de Monteiro
Lobato, acusando-o de preconceito racial, pois criou entre outras a deliciosa
personagem da cozinheira Tia Nastácia.
[...] Se formos atrás disso, boa parte
da literatura mundial deve ser deletada ou “arrumada”. Primeiro, vamos deletar a
palavra “negro” quando se refere a raça e pessoas, embora tenhamos uma banda
Raça Negra, grupos de Teatro Negro e incontáveis oficinas, açougues,
borracharias “do Negrão”, como “do Alemão”, “do Portuga” ou “do Turco”. Vamos
deletar as palavras. Quem sabe, vamos ficar mudos, porque ao mal-humorado
essencial, e de alma pequena, qualquer uma pode ser motivo de escândalo.
Temas de redação – Mackenzie – Vestibular 2012 - 2º semestre
REDAÇÃO – Grupos I – IV – V – VI
Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos
abaixo.
Texto I
Milhões de adolescentes foram convocados por uma grande estrela da música internacional a aceitarem seus
corpos do jeito que eles são: magros,
gordos, pouco importa. “Seja corajoso e celebre seus defeitos perceptíveis condenados pela sociedade”,
escreveu ela em seu site e nas redes sociais.
Adaptado da Folha de S.Paulo, 08/10/2012
Texto II
Aos 15 anos, eu comecei a provocar vômitos sempre que achava que tinha comido demais. Mas esses episódios
eram raros. Por volta dos 17, eu estava bem acima do peso e fiz uma série de
dietas rigorosas. Fiquei viciada em emagrecer, forçava o vômito e me obrigava a
comer no máximo 700 calorias por dia. É difícil para uma anoréxica entender que
a busca da beleza pela magreza pode torná-la uma pessoa feia, diferente do que
ela procura.
Depoimento de estudante para a Folha de S.Paulo
Texto III
A moda, a publicidade, a TV, tudo isso trabalha para que você se enquadre
em um determinado padrão. Adolescentes são mais suscetíveis a essa massificação
e, quando não se acham adequados a ela, podem terminar em um círculo vicioso e
doentio.
Takí Cordás, psiquiatra
REDAÇÃO – Grupos II e III
Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos
abaixo.
Texto I
Paredes sustentadas por escoras, janelas quebradas, fiação exposta e
refeitório fechado na hora da merenda. Imagens de problemas como esses começam
a se espalhar nas redes sociais. Inspirados pela catarinense Isadora Faber, 13,
estudantes de todo o país criaram seus “diários de classe” na web para mostrar
as deficiências estruturais e pedagógicas das escolas públicas em que estudam.
Folha de S.Paulo, 07/10/2012
Texto II
Pensar que a internet possibilita um saudável e amplo espaço de debate e
contestação é um grave equívoco. O fato de muitas reclamações serem postadas em
blogs, em redes sociais, em sites não garante a necessária segurança, para quem
lê, de que o conteúdo das reclamações é verdadeiro. Dimensão ainda sem
regulamentações rigorosamente definidas, a web pode se tornar um grande local
de equívocos e injustiças, no sentido de que qualquer um pode reclamar sobre
qualquer coisa, sem apresentar provas de direito e nem a possibilidade equânime
de defesa daqueles que são atacados ou julgados.
Renato Monteiro, advogado
Texto III
Não há como negar que a Internet é uma revolução na sociedade, nos modos
de comunicação e na maneira como os cidadãos podem confrontar situações
desfavoráveis a eles. É como se disséssemos que agora o poder da luta está à
disposição de todos. A pessoa comum, que até então estava distante de esferas
de poder, pode reclamar, pode se posicionar, enfim, pode se fazer ouvir por
meio de diferentes ferramentas disponíveis pelas novas tecnologias.
Sônia Rios, socióloga
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