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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Temas de redação – Mackenzie – 2010 - 1º semestre

Temas de redação – Mackenzie – Vestibular 2010 - 1º semestre



REDAÇÃO

Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.

Texto I

   Em 22 de março de 2010, veículos da imprensa paulistana imprimiram a primeira página de seus jornais e coloriram a página inicial de seus sites na cor azul para sensibilizar as pessoas para o Dia Mundial da Água. Considerando que os índices de desperdício ainda são notáveis e que o consumo aumenta em todo o mundo, temos de nos perguntar se as pessoas de fato sabem da necessidade do uso consciente da água. A ONU alerta que cada vez mais a atividade humana coloca em risco os mananciais. Mas vivemos numa época de contrastes: enquanto há muito desperdício em regiões mais desenvolvidas, há, por outro lado, regiões que sofrem com a falta de água.

Pedro Albuquerque Teixeira

Texto II

   Nosso planeta não está ficando sem água e também não está perdendo água. Há cerca de 1.300 quintilhões de litros de água no planeta e ela não está indo para lugar nenhum, mas, sim, circulando. Em realidade há mais água em forma líquida no planeta do que havia algumas décadas atrás, devido em parte ao aquecimento global e ao derretimento das calotas polares. O problema é que a vasta maioria da água da Terra está nos oceanos na forma de água salgada e deve ser dessalinizada antes de ser utilizada para consumo ou irrigação. Dessalinização em larga escala é possível, mas é cara. Mas o mundo também não está ficando sem água doce. Há muita água doce em nosso globo azul e não está chovendo menos do que costumava chover. Mas é claro que, como qualquer outro recurso, existe a crescente escassez local. Mas o problema real é disponibilidade local e transporte: mover água doce de onde ela existe em abundância para os locais onde ela é escassa.

http://hypescience.com/mito-falta-de-agua/

Texto III

A boiada seca
Na enxurrada seca
A trovoada seca
Na enxada seca
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
sem sacar que o espinho é seco
sem sacar que seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva vem me dizer
Se posso ir lá em cima prá derramar você
Ó chuva preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
Pode ser lágrimas de São Pedro
Ou talvez um grande amor chorando
Pode ser o desabotoado do céu
Pode ser coco derramando

“Segue o Seco”, Carlinhos Brown

Mackenzie – Vestibular 2010 - 1º semestre – Processos de Transferência Interna

REDAÇÃO

Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.

Texto I

   Os pais hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, a felicidade é grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criança.

“Será a felicidade necessária ?”, Roberto Pompeu de Toledo, Revista Veja

Texto II

   Para mim o próprio objetivo da vida é perseguir a felicidade. Isso está claro. Se acreditamos em religião, ou não; se acreditamos nesta religião ou naquela; todos estamos procurando algo melhor na vida. Por isso, para mim, o próprio movimento da nossa vida é no sentido da felicidade...
   Com estas palavras, pronunciadas diante de uma plateia numerosa no Arizona, o Dalai Lama expôs o cerne da sua mensagem. No entanto, sua afirmação de que o propósito da vida era a felicidade levantou na minha cabeça uma questão.
   — O senhor é feliz? — perguntei-lhe mais tarde, quando estávamos sozinhos.
   — Sou — respondeu ele e depois acrescentou. — Decididamente... sou.

A arte da felicidade: um manual para a vida, Dalai Lama e H. Cutler

Texto III

   A propaganda vende a ideia de um “direito” à felicidade. É uma sutil perversão de uma grande conquista política conseguida pela democracia. Como reza a Constituição Norte-Americana, todos temos o direito de procurar a felicidade, o que não é o mesmo que o direito à felicidade.
   A diferença é fundamental. A procura da felicidade implica a ideia de liberdade política, a possibilidade de o cidadão fazer – dentro da lei – escolhas que lhe sejam convenientes de acordo com o seu desejo. Mas não se pode falar em direito à felicidade, pois isto implicaria o salto de uma categoria político-social para uma outra, situada em um outro campo, aquele do existencial, do desejo e da fantasia. Quem pode garantir um “direito” à felicidade, se esta é algo evanescente, impossível de generalizar por se configurar de forma singular e específica para cada um? Por acaso, pode-se falar num “direito” de ser mais feliz, se a felicidade for entendida como ter uma outra dotação de inteligência, ter uma outra aparência, possuir uma outra cor de pele ou outra altura – para se dar alguns exemplos corriqueiros?

Sérgio Telles


www.veredasdalingua.blogspot.com.br

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