Temas
de redação – Mackenzie – Vestibular 2010 - 1º semestre
REDAÇÃO
Redija
uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.
Texto
I
Em
22 de março de 2010, veículos da imprensa paulistana imprimiram a primeira
página de seus jornais e coloriram a página inicial de seus sites na cor azul
para sensibilizar as pessoas para o Dia Mundial da Água. Considerando que os
índices de desperdício ainda são notáveis e que
o consumo aumenta em todo o mundo, temos de nos perguntar se as pessoas de fato
sabem da necessidade do uso consciente da água. A ONU alerta que cada vez mais
a atividade humana coloca em risco os mananciais. Mas vivemos numa época de
contrastes: enquanto há muito desperdício em regiões mais desenvolvidas, há,
por outro lado, regiões que sofrem com a falta de água.
Pedro Albuquerque Teixeira
Texto
II
Nosso
planeta não está ficando sem água e também não está perdendo água. Há cerca de
1.300 quintilhões de litros de água no planeta e ela não está indo para lugar
nenhum, mas, sim, circulando. Em realidade há mais água em forma líquida no
planeta do que havia algumas décadas
atrás, devido em parte ao aquecimento global e ao derretimento das calotas
polares. O problema é que a vasta maioria da água da Terra está nos oceanos na
forma de água salgada e deve ser dessalinizada antes de ser utilizada para
consumo ou irrigação. Dessalinização em larga
escala é possível, mas é cara. Mas o mundo também não está ficando sem água
doce. Há muita água doce em nosso globo azul e não está chovendo menos do que
costumava chover. Mas é claro que, como qualquer outro recurso, existe a
crescente escassez local. Mas o problema real é disponibilidade local e
transporte: mover água doce de onde ela existe em abundância para os locais
onde ela é escassa.
http://hypescience.com/mito-falta-de-agua/
Texto
III
A
boiada seca
Na
enxurrada seca
A
trovoada seca
Na
enxada seca
Segue
o seco sem sacar que o caminho é seco
sem
sacar que o espinho é seco
sem
sacar que seco é o Ser Sol
Sem
sacar que algum espinho seco secará
E
a água que sacar será um tiro seco
E
secará o seu destino seca
Ô
chuva vem me dizer
Se
posso ir lá em cima prá derramar você
Ó
chuva preste atenção
Se
o povo lá de cima vive na solidão
Se
acabar não acostumando
Se
acabar parado calado
Se
acabar baixinho chorando
Se
acabar meio abandonado
Pode
ser lágrimas de São Pedro
Ou
talvez um grande amor chorando
Pode
ser o desabotoado do céu
Pode
ser coco derramando
“Segue
o Seco”, Carlinhos Brown
Mackenzie
– Vestibular 2010 - 1º semestre – Processos de Transferência Interna
REDAÇÃO
Redija
uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo.
Texto
I
Os
pais hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É
irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que
sejam bem-sucedidos na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que
sejam felizes. Ora, a felicidade é grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho
sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente, que consiga
cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco,
que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de
encargos mais cruel para a pobre criança.
“Será
a felicidade necessária ?”, Roberto Pompeu de Toledo, Revista Veja
Texto
II
Para
mim o próprio objetivo da vida é perseguir a felicidade. Isso está claro. Se
acreditamos em religião, ou não; se acreditamos nesta religião ou naquela;
todos estamos procurando algo melhor na vida. Por isso, para mim, o próprio
movimento da nossa vida é no sentido da felicidade...
Com
estas palavras, pronunciadas diante de uma plateia numerosa no Arizona, o Dalai
Lama expôs o cerne da sua mensagem. No entanto, sua afirmação de que o
propósito da vida era a felicidade levantou na minha cabeça uma questão.
—
O senhor é feliz? — perguntei-lhe mais tarde, quando estávamos sozinhos.
—
Sou — respondeu ele e depois acrescentou. — Decididamente... sou.
A
arte da felicidade: um manual para a vida, Dalai Lama e H. Cutler
Texto
III
A
propaganda vende a ideia de um “direito” à felicidade. É uma sutil perversão de
uma grande conquista política conseguida pela democracia. Como reza a
Constituição Norte-Americana, todos temos o direito de procurar a felicidade, o
que não é o mesmo que o direito à felicidade.
A
diferença é fundamental. A procura da felicidade implica a ideia de liberdade
política, a possibilidade de o cidadão fazer – dentro da lei – escolhas que lhe
sejam convenientes de acordo com o seu desejo. Mas não se pode falar em direito
à felicidade, pois isto implicaria o salto de uma categoria político-social
para uma outra, situada em um outro campo, aquele do existencial, do desejo e
da fantasia. Quem pode garantir um “direito” à felicidade, se esta é algo
evanescente, impossível de generalizar por se configurar de forma singular e
específica para cada um? Por acaso, pode-se falar num “direito” de ser mais
feliz, se a felicidade for entendida
como ter uma outra dotação de inteligência, ter uma outra aparência, possuir
uma outra cor de pele ou outra altura – para se dar alguns exemplos
corriqueiros?
Sérgio
Telles
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