Tema de redação — UNB - 2011 - 2º Semestre
PROVA DE REDAÇÃO
ATENÇÃO: Nesta prova, faça o que
se pede, utilizando, caso deseje, o espaço indicado para rascunho neste
caderno. Em seguida, escreva o texto na folha de texto definitivo da prova de
redação em língua portuguesa, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos
de texto escritos em locais indevidos. Respeite o limite máximo de linhas
disponibilizado. Qualquer fragmento de texto além desse limite será
desconsiderado. Na folha de texto definitivo da prova de redação em língua
portuguesa, utilize apenas caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em
material transparente.
TEXTOS
Última flor do Lácio, inculta e
bela,
És, a um tempo, esplendor e
sepultura:
Ouro nativo, que na ganga imputa
A bruta mina entre os cascalhos
vela.
(...)
Amo o teu viço agreste e o teu
aroma
De virgens selvas e oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma.
Olavo Bilac. Língua portuguesa.
O problema do abrasileiramento da
linguagem literária não passa de um detalhe, mais visível, é certo, mas sempre
detalhe, do problema mais vasto e mais complexo de aprofundar harmoniosamente o
tipo brasileiro.
Manuel Bandeira. Poesia completa
e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 608.
O principal equívoco que a escola
comete com relação à variedade não padrão é encará-la como uma lista de erros
ou como uma série de agressões e transgressões, pelas quais cada falante seria
individualmente responsável. Importa ressaltar que essa variedade linguística
não só tem uma história eminentemente coletiva, mas também é altamente
estruturada e funcional. Os principais erros, quando se escreve o português
brasileiro culto, são, no mais das vezes, a manifestação de tendências
estruturais antigas que a variedade culta reprime e expulsa.
Rodolfo Ilari e Renato Basso. O
português da gente. São Paulo: Contexto, 2009, p. 240-1 (com adaptações).
(...)
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?
Vamos atentar para a sintaxe dos
paulistas
E o falso inglês relax dos
surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê?
Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo
de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda
nos resgate
E — xeque-mate — explique-nos
Luanda.
Caetano Veloso. Língua.
Quem sou eu
Tenho a mais bela maneira de
expressar
Sou Mangueira... uma poesia
singular
Fui ao Lácio e nos meus versos
canto a última flor
Que espalhou por vários
continentes
Um manancial de amor
Caravelas ao mar partiram
Por destino encontraram o
Brasil...
Nos trazendo a maior riqueza
A nossa língua portuguesa
Se misturou com o tupi,
tupinambrasileirou
Mais tarde o canto do negro ecoou
E assim a língua se modificou.
Samba-enredo da Mangueira, 2007. Minha
pátria é minha língua, Mangueira, meu grande amor.
Considerando os textos da prova e
os fragmentos de texto acima como motivadores, redija um texto dissertativo
acerca do seguinte tema.
“Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó”: a língua de um povo não se faz com preconceito nem com
prescrição
Ao abordar o tema, comente as
noções de “preconceito” e “prescrição” e apresente sua visão sobre a relação
entre povo e língua.
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