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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Tema de redação — UNB - 2011 - 2º Semestre

Tema de redação — UNB - 2011 - 2º Semestre



PROVA DE REDAÇÃO

ATENÇÃO: Nesta prova, faça o que se pede, utilizando, caso deseje, o espaço indicado para rascunho neste caderno. Em seguida, escreva o texto na folha de texto definitivo da prova de redação em língua portuguesa, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos de texto escritos em locais indevidos. Respeite o limite máximo de linhas disponibilizado. Qualquer fragmento de texto além desse limite será desconsiderado. Na folha de texto definitivo da prova de redação em língua portuguesa, utilize apenas caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

TEXTOS

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga imputa
A bruta mina entre os cascalhos vela.
(...)
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma.

Olavo Bilac. Língua portuguesa.

O problema do abrasileiramento da linguagem literária não passa de um detalhe, mais visível, é certo, mas sempre detalhe, do problema mais vasto e mais complexo de aprofundar harmoniosamente o tipo brasileiro.

Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 608.

O principal equívoco que a escola comete com relação à variedade não padrão é encará-la como uma lista de erros ou como uma série de agressões e transgressões, pelas quais cada falante seria individualmente responsável. Importa ressaltar que essa variedade linguística não só tem uma história eminentemente coletiva, mas também é altamente estruturada e funcional. Os principais erros, quando se escreve o português brasileiro culto, são, no mais das vezes, a manifestação de tendências estruturais antigas que a variedade culta reprime e expulsa.

Rodolfo Ilari e Renato Basso. O português da gente. São Paulo: Contexto, 2009, p. 240-1 (com adaptações).

(...)
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode esta língua?

Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas!
Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate
E — xeque-mate — explique-nos Luanda.

Caetano Veloso. Língua.

Quem sou eu
Tenho a mais bela maneira de expressar
Sou Mangueira... uma poesia singular
Fui ao Lácio e nos meus versos canto a última flor
Que espalhou por vários continentes
Um manancial de amor
Caravelas ao mar partiram
Por destino encontraram o Brasil...
Nos trazendo a maior riqueza
A nossa língua portuguesa
Se misturou com o tupi, tupinambrasileirou
Mais tarde o canto do negro ecoou
E assim a língua se modificou.

Samba-enredo da Mangueira, 2007. Minha pátria é minha língua, Mangueira, meu grande amor.

Considerando os textos da prova e os fragmentos de texto acima como motivadores, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

“Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó”: a língua de um povo não se faz com preconceito nem com prescrição

Ao abordar o tema, comente as noções de “preconceito” e “prescrição” e apresente sua visão sobre a relação entre povo e língua.



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