Tema de redação — UNB - 2012 - 1º Semestre
PROVA DE REDAÇÃO
ATENÇÃO: Nesta prova, faça o que
se pede, utilizando, caso deseje, o espaço indicado para rascunho neste
caderno. Em seguida, escreva o texto na folha de texto definitivo da prova de
redação em língua portuguesa, no local apropriado, pois não serão avaliados fragmentos
de texto escritos em locais indevidos. Respeite o limite máximo de linhas
disponibilizado. Qualquer fragmento de texto além desse limite será
desconsiderado. Na folha de texto definitivo da prova de redação em língua
portuguesa, utilize apenas caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em
material transparente.
— Hum, mitos na sociedade
contemporânea... as definições anteriores não parecem convincentes no contexto
da sociedade pós-industrial, pós-capitalista, pós-moderna em que vivemos.
— É o que Walter Benjamin quer
dizer, não? "A humanidade, que, um dia, com Homero, foi objeto de contemplação
para os deuses olímpicos, hoje, o é para si mesma. Sua alienação de si própria
atinge um grau que a faz viver sua própria destruição como uma sensação
estética de primeira ordem."
Walter Benjamin. Apud T. M.
Chinellato. Mitologia no imaginário da publicidade. Communicare: revista de
pesquisa. Centro Interdisciplinar de Pesquisa, Faculdade Cásper Líbero, v. 6,
n.º 2, p. 97. São Paulo: Faculdade Cásper Líbero, 2006.
Hoje, é preciso construir outra persona,
ilusória. Tatuagens e plásticas são bem-vindas em cima de músculos forçadamente
desenvolvidos em sessões excessivas de academia, não raro, diárias. São combinações
perfeitas para os silicones e anabolizantes dos que consomem,
narcisisticamente, sua inclusão no novo mundo do prazer.
Lázaro Freire. Neonarcisismo
pós-hedonista: silicone e negação. Internet: <www.voadores.com.br>.
O corpo da moda, miragem da
onipotência erótica, encontra-se no mundo, exposto nas vitrinas, nas páginas de
revistas, nas telas de cinema e na televisão. Mas, como o reflexo do Narciso grego,
está lá para ser visto, cobiçado e nunca para ser apropriado. Ao ser tocado ele
some, desfaz-se.
O Narciso moderno não é um Narciso. Ele não ama a imagem de si
mesmo; pelo contrário, a odeia. Esta relação de ódio ao próprio corpo, e ódio e
inveja do corpo desejado é motor do interesse narcísico, presente na sociedade
de consumo. É a relação de Dorian Gray com seu retrato e a de Gustav Aschenbach
com Tadzio, por quem era apaixonado, que fornece o modelo espiritual do ego consumans
do homem urbano contemporâneo.
Jurandir Freire Costa. Violência
e psicanálise. Rio de Janeiro: Graal Edições, 2003, p. 241 e 248 (com
adaptações).
Na obra O retrato de Dorian Gray,
de Oscar Wilde, o conflito da narrativa surge quando Gray, ao ver seu retrato
pintado por um amigo, adquire a consciência de sua perfeição física.
Dorian
Gray conserva, durante a narrativa, que se passa ao longo de dezoito anos, a
face lisa e angelical dos vinte anos, enquanto o quadro incorpora os sinais
físicos de uma vida de excessos e decrepitude moral.
Essa obra evoca o mito de
Narciso, o herói que se apaixona pela própria imagem refletida nas águas e
termina por se afogar na tentativa de alcançá-la. Gray sabe perfeitamente que
observa o próprio retrato, ao passo que Narciso não se dá conta de que a imagem
que o fascina é a de si mesmo.
Mente cérebro, dez./2011, p. 68-70 (com adaptações).
Considerando os textos da prova e
os fragmentos de textos acima como motivadores, redija um texto dissertativo,
na variante padrão da língua portuguesa, acerca do seguinte questionamento.
O mundo do espelho de Narciso é
um desafio ao homo sapiens?
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