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segunda-feira, 18 de abril de 2011

MÁRIO DE ANDRADE – O PAPA DO MODERNISMO BRASILEIRO

MÁRIO DE ANDRADE – O PAPA DO MODERNISMO BRASILEIRO

-         Nasceu em São Paulo, em 1893, e faleceu também em São Paulo, em 1945.
-         Principal nome da Semana de Arte Moderna de 1922.
-         Maior nome do Modernismo brasileiro. Foi quem apresentou o projeto mais consistente de renovação de nossa literatura.
Mário de Andrade
-         Autor de poesias, romances, contos e ensaios.
-         Sua maior obra foi “Macunaíma”, o herói sem nenhum caráter, publicada em 1928.
-         Trabalhou também como professor e músico.
-         Tinha vasto conhecimento em diversas áreas das artes.
-         Pesquisador intenso do folclore brasileiro.

Obras: Há uma gota de sangue em cada poema; Pauliceia Desvairada; Losango Cáqui; Clã do jabuti; Remate dos males; Lira paulistana; O carro da miséria; A costela do grã-cão; Livro Azul; Macunaíma; Amar, verbo intransitivo; Primeiro andar; Os contos de Belazarte; Contos novos; etc.

Características principais:

-         A cidade de São Paulo como tema;
-         Presença marcante do imigrante;
-         Nacionalismo;
-         Uso de versos brancos e livres;
-         Liberdade sintática;
-         Busca de uma linguagem tipicamente brasileira;
-         Desmitificação da imagem do índio romântico;
-         Coloquialismo;
-         Inovações lingüísticas;
-         Ironia;
-         Releituras de tradições folclóricas nacionais;
-         Estrangeirismos / Bilinguismo;

Garoa do meu São Paulo

Garoa do meu São Paulo,
-Timbre triste de martírios-
Um negro vem vindo, é branco!
Só bem perto fica negro,
Passa e torna a ficar branco.

Meu São Paulo da garoa,
-Londres das neblinas finas-
Um pobre vem vindo, é rico!
Só bem perto fica pobre,
Passa e torna a ficar rico.

Garoa do meu São Paulo,
- Costureira de malditos -
Vem um rico, vem um branco,
 

São sempre brancos e ricos...

Garoa, sai dos meus olhos.

(Mário de Andrade, in “Poesias Completas de Mário de Andrade”)

Quando eu morrer quero ficar

Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.

Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.

No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.

Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.

O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.

(Mário de Andrade, in “Poesias Completas de Mário de Andrade”)

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