Cora Coralina
- Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brás, nasceu na cidade de Goiás, também conhecida como Goiás Velho, em 1889, e faleceu na cidade de Goiânia, em 1985.
- É considerada a poetisa de maior expressão de seu estado.- Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brás, nasceu na cidade de Goiás, também conhecida como Goiás Velho, em 1889, e faleceu na cidade de Goiânia, em 1985.
- Era chamada de Aninha da Ponte da Lapa e trabalhou como doceira por mais de vinte anos.
- Quando da publicação de seu primeiro livro, já contava com 75 anos de idade.
- Obra marcada pela simplicidade e espontaneidade.
- Quando da publicação de seu primeiro livro, já contava com 75 anos de idade.
- Obra marcada pela simplicidade e espontaneidade.
- Entre seus temas figuram as paisagens e costumes de Goiás, o cotidiano, a vida simples do interior, as múltiplas facetas da mulher, as recordações da infância.
- Obras: Poemas dos becos de Goiás e estórias mias, Estórias da casa velha da ponte, Meninos verdes, Meu livro de Cordel, O tesouro da casa velha, A moeda de ouro que o pato engoliu, Vintém de cobre, As cocadas.
Carlos Drummond de Andrade, encantado com a sua poesia, assim lhe escreveu em carta:
Saber viver
Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar
(Cora Coralina)
Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
(Cora Coralina)
Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.
Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
(Cora Coralina)
www.veredasdalingua.blogspot.com
Leia também:
- Obras: Poemas dos becos de Goiás e estórias mias, Estórias da casa velha da ponte, Meninos verdes, Meu livro de Cordel, O tesouro da casa velha, A moeda de ouro que o pato engoliu, Vintém de cobre, As cocadas.
Carlos Drummond de Andrade, encantado com a sua poesia, assim lhe escreveu em carta:
"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu 'Vintém de Cobre' é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia... (...) Admiro e amo você como a alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro é um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais.”
Saber viver
Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar
(Cora Coralina)
Considerações de Aninha
Melhor do que a criatura,
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos
(Cora Coralina)
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
(Cora Coralina)
Velho
Estás morto, estás velho, estás cansado!
Como um suco de lágrimas pungidas
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.
Como um suco de lágrimas pungidas
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.
Envolve-te o crepúsculo gelado
Que vai soturno amortalhando as vidas
Ante o repouso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.
Que vai soturno amortalhando as vidas
Ante o repouso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.
A cabeça pendida de fadiga,
Sentes a morte taciturna e amiga,
Que os teus nervosos círculos governa.
Sentes a morte taciturna e amiga,
Que os teus nervosos círculos governa.
Estás velho, estás morto! Ó dor, delírio,
Alma despedaçada de martírio
Ó desespero da desgraça eterna.
Alma despedaçada de martírio
Ó desespero da desgraça eterna.
(Cora Coralina)
Mascarados
Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.
(Cora Coralina)
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
(Cora Coralina)
www.veredasdalingua.blogspot.com
Leia também:
“A profecia” – Werner Zotz
David Mourão-Ferreira – Poemas
“A aldeia que nunca mais foi a mesma” - Rubem Alves
"Você tem que me ler" - Fabrício Carpinejar
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Cora Coralina - Simplesmente MARAVILHOOOOOSA!!!!
ResponderExcluirRealmente uma mulher e escritora maravilhosa e cheia de força e alegria de viver! E quando não encantava com suas poesias, adoçada a vida de quem a conhecia🌹
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