Temas de Redação
- 1ª Fase – Unicamp – 2006
ORIENTAÇÃO GERAL: LEIA ATENTAMENTE
Propostas: Escolha uma das três propostas para a redação (dissertação, narração ou carta) e assinale sua escolha no alto da página de resposta. Cada proposta faz um recorte do tema geral da prova (MEIOS DE TRANSPORTE), que deve ser trabalhado de acordo com as instruções específicas.
Propostas: Escolha uma das três propostas para a redação (dissertação, narração ou carta) e assinale sua escolha no alto da página de resposta. Cada proposta faz um recorte do tema geral da prova (MEIOS DE TRANSPORTE), que deve ser trabalhado de acordo com as instruções específicas.
Coletânea: É
um conjunto de textos de natureza diversa que serve de subsídio para sua
redação.
Sugerimos
que você leia toda a coletânea e selecione os elementos que julgar pertinentes
para a realização da proposta escolhida. Um bom aproveitamento da coletânea
não significa referência a todos os textos. Esperamos, isso sim, que os
elementos selecionados sejam articulados com a sua experiência de leitura e
reflexão.
ATENÇÃO:
a coletânea é única e válida para as três propostas
ATENÇÃO
– Sua redação será anulada se você fugir ao recorte temático da proposta
escolhida; e/ou desconsiderar a coletânea; e/ou não atender ao tipo de texto da
proposta escolhida.
APRESENTAÇÃO
DA COLETÂNEA
Em
uma época em que quase tudo tende a circular de modo virtual, pessoas e
mercadorias continuam a se deslocar fisicamente de um lugar para outro. Por
isso, é
importante refletir sobre os meios de transporte que possibilitam esse
deslocamento.
1)
“Governar é construir estradas.” (Washington Luís)
2)
Em função do café, aparelharam-se portos, criaramse novos mecanismos de
crédito, empregos, revolucionaram-se os transportes. (....) Era preciso superar
os inconvenientes resultantes dos caminhos precários, das cargas em lombo de
burro que encareciam custos e dificultavam o fluxo adequado dos produtos. Por
volta de 1850, a economia cafeeira do vale do Paraíba chegou ao auge. O
problema do transporte foi em grande
parte solucionado com a construção da Estrada de Ferro D. Pedro II, mais tarde
denominada Central do Brasil. As maiores iniciativas de construção de estradas de
ferro decorreram da necessidade de melhorar as condições de transporte das
principais mercadorias de exportação para os portos mais importantes do país.
(...)
O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) ficou associado à instalação da
indústria automobilística, incentivando a produção de automóveis e caminhões
com capitais privados, especialmente estrangeiros. Estes foram atraídos ao
Brasil graças às facilidades
concedidas e graças também às potencialidades do mercado brasileiro. (...)
Vista em termos numéricos e de organização empresarial, a instalação da
indústria automobilística representou um inegável êxito. Porém, ela se
enquadrou no propósito de
criar uma “civilização do automóvel” em detrimento da ampliação de meios de
transporte coletivo para a grande massa. (...) Como as ferrovias foram, na
prática, abandonadas,
o Brasil se tornou cada vez mais dependente da extensão e conservação das
rodovias e do uso dos derivados de petróleo na área de transportes. (...) No
governo Médici, o projeto da rodovia Transamazônica representou um bom exemplo do
espírito do “capitalismo selvagem”. Foi construída para assegurar o controle
brasileiro da região – um eterno fantasma na ótica dos militares – e para
assentar em
agrovilas trabalhadores nordestinos. Após provocar muita destruição e engordar
as empreiteiras, a obra resultou em um fracasso.
(Adaptado de Boris Fausto, História
concisa do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do Estado, 2002, p.
269-270.)
3)
4) O agronegócio é o setor mais afetado pela precariedade da infra-estrutura de transporte no país. Isso porque o surto de desenvolvimento das lavouras comercialmente mais rentáveis se deu nas chamadas fronteiras agrícolas, no coração do país, em regiões distantes da costa. Como o cultivo chegou antes do asfalto, a maior parte da produção cruza o país chacoalhando em caminhões. No trajeto para a costa, nas estradas mal conservadas, a trepidação do veículo faz com que uma quantidade equivalente a cerca de 3% de toda a safra se extravie, calcula Paulo Tarso Resende, da Fundace. “O uso de hidrovias reduziria o desperdício, mas faltam investimentos”, diz ele. Perda de igual escala ocorre no porto, com multas e atrasos no translado para os navios, pois as instalações são deficientes, faltam contêineres e as embarcações têm de esperar em filas até conseguir vaga para atracar.
4) O agronegócio é o setor mais afetado pela precariedade da infra-estrutura de transporte no país. Isso porque o surto de desenvolvimento das lavouras comercialmente mais rentáveis se deu nas chamadas fronteiras agrícolas, no coração do país, em regiões distantes da costa. Como o cultivo chegou antes do asfalto, a maior parte da produção cruza o país chacoalhando em caminhões. No trajeto para a costa, nas estradas mal conservadas, a trepidação do veículo faz com que uma quantidade equivalente a cerca de 3% de toda a safra se extravie, calcula Paulo Tarso Resende, da Fundace. “O uso de hidrovias reduziria o desperdício, mas faltam investimentos”, diz ele. Perda de igual escala ocorre no porto, com multas e atrasos no translado para os navios, pois as instalações são deficientes, faltam contêineres e as embarcações têm de esperar em filas até conseguir vaga para atracar.
(Adaptado
de Juliana Garçon, “Precariedade afeta mais o agronegócio”, em www.agr.feis.unesp.br,
13/02/2005.)
5)
O avião
Sou
mais ligeiro que um carro,
Corro
bem mais que um navio.
Sou
o passarinho maior
Que
até hoje você na sua vida já viu.
Voo
lá por cima das nuvens
Onde
o azul muda de tom.
E
se eu quiser ultrapasso fácil
A
barreira do som.
Minha
barriga foi feita
Pra
muita gente levar.
Trago
pessoas de férias
E
homens que vêm e que vão trabalhar.
(...)
Se
você me vê lá no alto
Voando
na imensidão,
Eu
fico tão pequenininho
Que
caibo na palma da mão.
(Toquinho.
CD Pra gente miúda II, Mercury Records, 1993.)
6)
Chegamos ao território do trem-fantasma. Sua permanência é tão viva no
imaginário popular que já virou atrativo obrigatório nos parques de diversões.
O aspecto lúdico dessa representação está profundamente inscrito no
inconsciente coletivo da sociedade industrial.
O trenzinho – de madeira ou elétrico – é um dos brinquedos mais persistentes,
um dos meios de transporte mais acessíveis ao mundo encantado da infância.
E não têm sido poucas as imagens literárias, pictóricas ou fotocinematográficas
que identificam a locomotiva com o animal antediluviano. Esta máquina incrível
que já significou o fio condutor das mudanças revolucionárias é passada, agora,
para trás. É expulsa do terreno da história. Dinossauro resfolegante e inclassificável,
a locomotiva está condenada a vagar incontinenti pelos campos e redutos aflitos
da solidão.
(Francisco
Foot Hardman, Trem fantasma: a modernidade na selva. São Paulo: Companhia das Letras,
1988, p. 39.)
7)
Para Cristina Bodini, presidente da comissão de trânsito da Associação Nacional
de Transportes Públicos (ANTP), os acidentes – como o que aconteceu ontem com
um ônibus da prefeitura de Itatinga que transportava estudantes universitários
– geralmente são
causados porque “muitos veículos são obsoletos”. (...) Segundo Luís Carlos
Franchini, gerente de fiscalização da Agência Reguladora de Transportes do Estado
de São Paulo (ARTESP), os veículos de transporte de estudantes são obrigados a
passar por uma vistoria a cada seis meses. “No entanto, o ônibus acidentado
pertencia à prefeitura de Itatinga, e por isso a ARTESP não vistoriava esse
veículo. Por se tratar de um
carro oficial, é a prefeitura que deve proporcionar um agente fiscalizador”,
disse Franchini. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo
(DER) e a Polícia Rodoviária Estadual, não é possível saber quantos acidentes
envolvendo veículos escolares acontecem atualmente nas estradas de São Paulo. O
motivo é que os carros envolvidos em acidentes não são separados por categoria.
Segundo o DER, entre janeiro e junho de 2005, houve 35.141 acidentes nas
estradas paulistas, que provocaram 18.527 vítimas, das quais, 1.175 fatais.
(Pablo
López Guelli, “Veículos obsoletos causam acidente”. Folha de S.
Paulo, 17/09/2005, p.C5.)
8)
Paralelamente ao processo de privatização das vias terrestres, o Governo criou
a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Essa Agência regulamenta os
transportes rodoviário, ferroviário e dutoviário (gases, óleos e minérios).
Dentre suas atividades, estão o acompanhamento e fiscalização dos contratos das
concessionárias; o controle do transporte fretado (de passageiros e de cargas),
de multas rodoviárias, de registro
de transporte de cargas, de excesso de peso, de vale-pedágio; o combate ao
transporte clandestino, e o estabelecimento de regulamentos e procedimentos de
execução de obras e serviços. A seguir, trecho da entrevista do diretor-geral
da ANTT, José Alexandre Nogueira de Resende:
–
A ANTT criou canais de comunicação com os usuários através de 0800, internet e
uma Ouvidoria. Como tem sido essa experiência?
–
Recebemos contribuições do Brasil inteiro. Atualmente, são mais de 1500 por
dia, que servem de apoio à nossa fiscalização. São denúncias, queixas,
sugestões, e até mesmo críticas com relação à atuação da própria agência. As
agências reguladoras se caracterizam pelo processo de transparência. As
decisões são tomadas através de audiências públicas. A importância do registro
nacional do transportador rodoviário de cargas
ficou clara com essas contribuições que estão chegando, e há anos não era dada
atenção a esse assunto. No transporte de passageiros temos recebido mais
contribuições e isso nos levou a uma série de audiências para discutir a nova
regulamentação do transporte
de fretamento.
(Adaptado
de http://www.estradas.com.br, 19/09/2005.)
PROPOSTAS DE REDAÇÃO
Proposta
A
Com
o auxílio de elementos presentes na coletânea, trabalhe sua dissertação a
partir do seguinte recorte temático:
Diferentes
são os meios de transporte, assim como as políticas adotadas pelo Estado para
viabilizá-los. O Estado pode atuar de forma mais direta, por meio de financiamentos,
concessões, isenções e privilégios fiscais, ou apenas exercer um papel
regulador dos diversos setores envolvidos.
Instruções
1)
Discuta que meio(s) de transporte deve(m) ser priorizado(s) para atender às
necessidades da realidade brasileira atual.
2)
Trabalhe seus argumentos no sentido de explicitar como esse(s) meio(s) pode(m)
ser viabilizado(s) e qual poderia ser o papel do Estado nesse processo.
3)
Explore tais argumentos de modo a justificar seu ponto de vista.
Proposta
B
Com
o auxílio de elementos presentes na coletânea, trabalhe sua narrativa a partir
do seguinte recorte temático:
Os
meios de transporte sempre alimentaram o imaginário das pessoas em todas as
fases da vida. Desde a infância, os brinquedos e jogos exprimem e estimulam
esse imaginário.
Instruções
1)
Imagine a história de um(a) personagem que, na infância, era fascinado(a) por
um brinquedo ou jogo representativo de um meio de transporte.
2)
Narre a origem do encanto pelo brinquedo e o significado (positivo ou negativo)
que esse encanto teve na vida adulta do(a) personagem.
3)
Sua história pode ser narrada em primeira ou terceira Pessoa
Proposta
C
Com
o auxílio de elementos presentes na coletânea, trabalhe sua carta a partir do
seguinte recorte temático:
A
atuação da sociedade civil, por meio de movimentos sociais ou ações
individuais, é fundamental para a gestão dos meios de transporte. Um estímulo
para essa atuação são os canais de comunicação direta com os usuários, criados
por agências reguladoras de transporte.
Instruções
1)
Selecione um problema relativo à segurança nas estradas.
2)
Argumente no sentido de demonstrar como esse problema afeta os usuários das
rodovias.
3)
Dirija sua carta a uma agência reguladora de rodovias, apresentando uma
reivindicação.
OBS.:
Ao assinar a carta, use apenas suas iniciais, de modo a não se identificar.
www.veredasdalingua.blogspot.com.br
Leia também:
Temas de redação – Unicamp – 1998
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