UNESP
2010 – Prova de Língua Portuguesa – 1º Fase
Instrução:
As questões de números 01 a 05 tomam por base o seguinte fragmento de uma
crônica de João Ubaldo Ribeiro:
Motivos
para pânico
Como
sabemos, existem muitas frases comumente repetidas a cujo uso nos acostumamos
tanto que nem observamos nelas patentes absurdos ou disparates. Das mais
escutadas nos noticiários, nos últimos dias, têm sido “não há razão para
pânico” e “não há motivo para pânico”, ambas aludindo à famosa gripe suína de
que tanto se fala. Todo mundo as ouve e creio que a maioria concorda sem pensar
e sem notar que se trata de assertivas tão asnáticas quanto, por exemplo, a
antiga exigência de que o postulante a certos benefícios públicos estivesse
“vivo e sadio”, como se um defunto pudesse estar sadio. Ou a que apareceu num comercial
da Petrobrás em homenagem aos seus trabalhadores, que não sei se ainda está
sendo veiculado. Nele, os trabalhadores “encaram de frente” grandes desafios,
como se alguém pudesse encarar alguma coisa senão de frente mesmo, a não ser
que o cruel destino lhe haja posto a cara no traseiro.
Em
rigor, as frases não se equivalem e é necessário examinálas separadamente, se
se desejar enxergar as inanidades que formulam. No primeiro caso, pois o pânico
é uma reação irracional, comete-se uma contradição em termos mais que óbvia.
Ninguém pode ter ou deixar de ter razão para pânico, porque não é possível haver
razão em algo que por definição requer ausência de razão. Então, ao repetir
solenemente que não há razão para pânico, os noticiários e notas de
esclarecimento (e nós também) estão dizendo uma novidade semelhante a “água é
um líquido” ou “a comida vai para o estômago”. Se as palavras pudessem
protestar, certamente Pânico escreveria para as redações, perguntando ofendidíssimo
desde quando ele precisa de razão. Nunca há uma razão para o pânico.
A
segunda frase nega uma verdade evidente. É também mais do que claro que não
existe pânico sem motivo, ou seja, o freguês entra em pânico porque algo o motivou,
independentemente de sua vontade, a entrar na desagradabilíssima sensação de pânico.
Ninguém, que eu saiba, olha assim para a mulher e diz “mulher, acho que vou
entrar em pânico hoje à tarde” e, quando a mulher pergunta por que, diz que é
para quebrar a monotonia.”
(João
Ubaldo Ribeiro. Motivos para pânico. O Estado de S.Paulo, 17.05.2009.)
Questão
01 - Como
é característico da crônica jornalística, João Ubaldo Ribeiro focaliza assuntos
do cotidiano com muito bom humor, mesclando a seu discurso palavras e
expressões coloquiais. Um exemplo é asnáticas, que aparece em “assertivas tão
asnáticas quanto”, e outro, o substantivo freguês, empregado em “o freguês
entra em pânico”. Caso o objetivo do autor nessas passagens deixasse de ser
jocoso e se tornasse mais formal, as palavras adequadas para substituir,
respectivamente, asnáticas e freguês seriam:
(A)
Estúpidas, panaca. (B)
Asininas, bestalhão. (C)
Intrigantes, sujeito.
(D)
Estranhas, cara. (E)
Disparatadas, indivíduo.
Questão
02 - Embora
o autor afirme, no fragmento citado, que os significados de razão e motivo são
diferentes nas frases mencionadas, há numerosos contextos em que essas duas
palavras podem ser indiferentemente utilizadas, sem alteração relevante do
significado das frases. Baseado neste comentário, assinale a única alternativa
em que a palavra motivo não pode substituir a palavra razão, já que nesse caso
haveria uma grande mudança do sentido.
(A)
Qual a razão de tamanha mudança?
(B)
Ele perdeu a razão ao sentir aquele amor tão forte.
(C)
A razão de sua renúncia foi a chegada de seu irmão.
(D)
Ninguém descobriu a razão de sua morte.
(E)
Que razões alegou para o pedido de divórcio?
Questão
03 - O
autor escreve, no penúltimo período do segundo parágrafo, a
palavra Pânico com inicial maiúscula. O emprego da inicial maiúscula,
neste caso, se deve
(A)
ao fato de, por sinédoque, o cronista querer ressaltar a diferença entre a
parte e o todo.
(B)
à necessidade de enfatizar que há diferenças entre diversos tipos de pânico.
(C)
ao emprego da palavra com base no recurso da personificação ou prosopopeia.
(D)
à necessidade de diferençar os significados de “razão” e “motivo”.
(E)
para alertar sobre o grande perigo que representaria o pânico sem motivo.
Questão
04 - “Então,
ao repetir solenemente que não há razão para pânico, os noticiários e notas de
esclarecimento (e nós também) estão dizendo uma novidade semelhante a ‘água é
um líquido’ ou ‘a comida vai para o estômago’.”
Neste
período, no tom bem humorado que o autor imprime à crônica, a palavra novidade
assume um sentido contrário ao que apresenta normalmente. Essa alteração de
sentido, em função de um contexto habilmente construído pelo cronista,
caracteriza o
recurso
estilístico denominado:
(A)
Ironia. (B)
Reticência. (C)
Eufemismo. (D)
Antítese. (E)
Hipérbole.
Questão
05 - Para
o narrador, não notamos os verdadeiros absurdos em asserções como as que ele
comenta, porque:
(A)
Não temos hábito de leitura e interpretação de textos.
(B)
Não nos sentimos capazes de negar verdades evidentes.
(C)
Quase todas as frases assertivas do idioma são “asnáticas”.
(D)
Costumamos ouvi-las tantas vezes, que nem notamos tais absurdos.
(E)
Essas frases aparecem em propagandas oficiais.
Instrução:
As questões de números 06 a 10 tomam por base a seguinte crônica do escritor e
blogueiro Antonio Prata:
Pensar
em nada
A
maravilha da corrida: basta colocar um pé na frente do outro.
Assim
como numa família de atletas um garoto deve encontrar certa resistência ao
começar a fumar, fui motivo de piada entre alguns parentes – quase todos
intelectuais – quando souberam que eu estava correndo. “O esporte é bom pra
gente”, disse minha avó, num almoço de domingo. “Fortalece o corpo e emburrece
a mente.”
Hoje,
dez anos depois daquele almoço, tenho certeza de que ela estava certa. O
esporte emburrece a mente e o mais emburrecedor de todos os esportes inventados
pelo homem é, sem sombra de dúvida, a corrida – por isso que eu gosto tanto.
Antes
que o primeiro corredor indignado atire um tênis em minha direção (número 42,
pisada pronada, por favor), explico-me. É claro que o esporte é fundamental em
nossa formação. Não entendo lhufas de pedagogia ou pediatria, mas imagino que jogos
e exercícios ajudem a formar a coordenação motora, a percepção espacial, a
lógica e os reflexos e ainda tragam mais outras tantas benesses ao conjunto
psico-moto-neuro-blá-blá-blá. Quando falo em emburrecer, refiro-me ao delicioso
momento do exercício, àquela hora em que você se esquece da infiltração no teto
do banheiro, do enrosco na planilha do Almeidinha, da extração do siso na
próxima semana, do pé na bunda que levou da Marilu, do frio que entra pela
fresta da janela e do aquecimento global que pode acabar com tudo de uma vez.
Você começa a correr e, naqueles 30, 40, 90 ou 180 minutos, todo esse
fantástico computador que é o nosso cérebro, capaz de levar o homem à Lua,
compor músicas e dividir um átomo, volta-se para uma única e simplíssima
função: perna esquerda, perna direita, perna esquerda, perna direita, inspira,
expira, inspira, expira, um, dois, um, dois.
A
consciência é, de certa forma, um tormento. Penso, logo existo. Existo, logo me
incomodo. A gravidade nos pesa sobre os ombros. Os anos agarram-se à nossa
pele. A morte nos espreita adiante e quando uma voz feminina e desconhecida
surge em nosso celular, não costuma ser a última da capa da Playboy, perguntando
se temos programa para sábado, mas a mocinha do cartão de crédito avisando que
a conta do cartão “encontra-se em aberto há 14 dias” e querendo saber se “há
previsão de pagamento”.
Quando
estamos correndo, não há previsão de pagamento. Não há previsão de nada porque
passado e futuro foram anulados. Somos uma simples máquina presa ao presente.
Somos reduzidos à biologia. Uma válvula bombando no meio do peito, uns músculos
contraindo-se e expandindo-se nas pernas, um ou outro neurônio atento aos
carros, buracos e cocôs de cachorro.
Poder,
glória, dinheiro, mulheres, as tragédias gregas, tá bom, podem ser coisas boas,
mas naquele momento nada disso interessa: eis-nos ali, mamíferos adultos,
saudáveis, movimentando-nos sobre a Terra, e é só.
(Antonio
Prata. Pensar em nada. Runner’s World, n.° 7, São Paulo: Editora Abril,
maio/2009.)
Questão
06 - Ao
longo do texto apresentado, percebemos que o cronista nos conduz com sutileza e
humor para um sentido de emburrecer bem
diferente do que parece estar sugerido na fala de sua avó. Para ele, portanto,
como se observa principalmente no emprego da palavra no terceiro parágrafo,
emburrecer é:
(A)
Fazer perder progressivamente a inteligência por meio do esporte.
(B)
Imitar a capacidade de concentração do animal para obter melhores resultados.
(C)
Tornar-se uma pessoa muito teimosa, focada exclusivamente no esporte.
(D)
Embotar as faculdades mentais pela prática constante do esporte.
(E)
Esvaziar a mente de outras preocupações durante a prática do esporte.
Questão
07 - A
série de cinco períodos curtos com que se inicia o quarto parágrafo expressa,
num crescendo, algumas preocupações existenciais do cronista. A partir do sexto
período, porém, a expressão dessas grandes preocupações se frustra com a
ocorrência trivial
da
ligação da moça do cartão de crédito. Essa técnica de enumeração ascendente que
termina por uma súbita descendente constitui um recurso estilístico denominado:
(A)
Catacrese. (B)
Anticlímax. (C)
Anáfora. (D)
Símile. (E)
Clímax.
Questão
08 - No
período “Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho certeza de que ela estava
certa”, o cronista poderia ter evitado o efeito redundante devido ao emprego
próximo de palavras cognatas (certeza – certa). Leia atentamente as quatro
possibilidades abaixo e identifique as frases em que tal efeito de redundância
é evitado, sem que sejam traídos os sentidos do período original:
I.
Hoje, dez anos depois daquele almoço, estou certo de que ela acertou.
II.
Hoje, dez anos depois daquele almoço, estou convencido de que ela estava certa.
III.
Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho certeza de que ela tinha razão.
IV.
Hoje, dez anos depois daquele almoço, acredito que ela poderia estar certa.
(A)
I e II. (B)
II e III. (C)
I, II e III. (D)
I, III e IV. (E)
II, III e IV.
Questão
09 - O
esporte é bom pra gente, fortalece o corpo e emburrece A MENTE. – Antes que o
primeiro corredor indignado atire UM TÊNIS em minha direção (...) – Quando
estamos correndo, não há PREVISÃO DE PAGAMENTO.
Os
termos grafados com letras maiúsculas nas passagens acima, extraídas do texto
apresentado, identificam-se pelo fato de exercerem a mesma função sintática nas
orações de que fazem parte. Indique essa função:
(A)
Sujeito. (B)
Predicativo do sujeito. (C)
Predicativo do objeto.
(D)
Objeto direto. (E)
Complemento nominal.
Questão
10 - Ao
empregar lhufas em “Não entendo lhufas de pedagogia ou pediatria (...)”, o
cronista poderia ter também empregado outros vocábulos ou expressões que
correspondem à mesma acepção.
Assinale
a única alternativa em que a substituição não é pertinente, pois alteraria o sentido
da frase:
(A)
Não entendo bulhufas de pedagogia ou pediatria.
(B)
Não entendo patavina de pedagogia ou pediatria.
(C)
Não entendo muita coisa de pedagogia ou pediatria.
(D)
Não entendo coisa alguma de pedagogia ou pediatria.
(E)
Não entendo nada de pedagogia ou pediatria.
Instrução:
As questões de números 11 a 15 tomam por base um poema do parnasiano brasileiro
Júlio César da Silva (1872-1936):
Arte
suprema
Tal
como Pigmalião, a minha ideia
Visto
na pedra: talho-a, domo-a, bato-a;
E
ante os meus olhos e a vaidade fátua
Surge,
formosa e nua, Galateia.
Mais
um retoque, uns golpes... e remato-a;
Digo-lhe:
“Fala!”, ao ver em cada veia
Sangue
rubro, que a cora e aformoseia...
E
a estátua não falou, porque era estátua.
Bem
haja o verso, em cuja enorme escala
Falam
todas as vozes do universo,
E
ao qual também arte nenhuma iguala:
Quer
mesquinho e sem cor, quer amplo e terso,
Em
vão não é que eu digo ao verso: “Fala!”
E
ele fala-me sempre, porque é verso.
(Júlio
César da Silva. Arte de amar. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.)
Questão
11 - O
soneto Arte suprema apresenta as características comuns da poesia parnasiana.
Assinale a alternativa em que as características descritas se referem ao
parnasianismo.
(A)
Busca da objetividade, preocupação acentuada com o apuro formal, com a rima, o
ritmo, a escolha dos vocábulos, a composição e a técnica do poema.
(B)
Tendência para a humanização do sobrenatural, com a oposição entre o homem
voltado para Deus e o homem voltado para a terra.
(C)
Poesia caracterizada pelo escapismo, ou seja, pela fuga do mundo real para um
mundo ideal caracterizado pelo sonho, pela solidão, pelas emoções pessoais.
(D)
Predomínio dos sentimentos sobre a razão, gosto pelas ruínas e pela atmosfera
de mistério.
(E)
Poesia impregnada de religiosidade e que faz uso recorrente de sinestesias.
Questão
12 - O
poema de Júlio César da Silva faz referência ao mito grego de Pigmalião, um
escultor da ilha de Chipre que obteve da deusa Vênus a graça de transformar em
uma mulher de verdade a belíssima estátua que havia esculpido. Esse
aproveitamento do mito, todavia, tem um encaminhamento diferente no soneto.
Aponte a alternativa que melhor descreve como o mito foi aproveitado no poema.
(A)
O poema se serve do mito para apresentar uma defesa da poesia como arte
superior em capacidade de comunicação e expressão à escultura e às demais
artes.
(B)
O eu-poemático aproveita o mito para demonstrar que a escultura, como arte
visual, apresenta possibilidades expressivas que a poesia jamais poderá
atingir.
(C)
O desenvolvimento do poema conduz a uma exaltação da correspondência entre as
artes, demonstrando que todas apresentam grande força expressiva.
(D)
O mito de Pigmalião é usado para realçar o grande poder da arte da escultura,
como também da poesia, que pode imitar a escultura.
(E)
A lenda de Pigmalião e Galateia é utilizada para dividir o poema em duas
partes, com a primeira associando Pigmalião à escultura e a segunda associando
Galateia à poesia.
Questão
13 - Aponte
a alternativa que indica o número do verso em que aparecem dois adjetivos
ligados por um conectivo aditivo:
(A)
Verso 3. (B)
Verso 4. (C)
Verso 5. (D)
Verso 7. (E)
Verso 11.
Questão
14 - O
encerramento enfático do último verso se reforça estruturalmente no poema pelo
fato de criar uma relação de paralelismo sintático e de oposição de sentido com
outro verso do poema.
Aponte
esse verso:
(A)
Verso 2. (B)
Verso 4. (C)
Verso 6. (D)
Verso 8. (E)
Verso 11.
Questão
15 - Identifique
a alternativa que representa, por meio de letras, o esquema de rimas do soneto
de Júlio César da Silva.
(A)
ABBA CDDC EFE FEF.
(B)
ABBA ABBA CDC DCD.
(C)
ABBA BAAB
CDE CDE.
(D) ABBA
BAAB CDC DCD.
(E)
ABBA CDDC EFG EFG.
Instrução:
As questões de números 16 a 20 tomam por base o seguinte fragmento de um livro
do conhecido diretor dramático e teórico da dramaturgia Martin Esslin
(1918-2002):
Mas
a diferença mais essencial entre o palco e os três veículos de natureza
mecânica reside em outro ponto: a câmera e o microfone são extensões do
diretor, de seus olhos e ouvidos, permitindo-lhe escolher seu ponto de vista
(ou seu ângulo de audição) e transportar para eles a plateia por meio de
variações de planos, que podem englobar toda uma cena ou fechar-se sobre um
único ponto, ou cortando, segundo sua vontade, de um local para outro. Se um
personagem está olhando para a mão de outro,
o
diretor pode forçar o público a olhá-la também, cortando para um close-up da
mesma. Nos veículos mecânicos, o poder do diretor sobre o ponto de vista da
plateia é total. No palco, onde a moldura que encerra o quadro é sempre a
mesma, cada integrante individual da plateia tem a liberdade de olhar para
aquela mão, ou para qualquer outro lugar; na verdade, no teatro cada membro da
plateia escolhe seus próprios ângulos de câmera e, desse modo, executa
pessoalmente o trabalho que o diretor avoca para si no cinema e na televisão
bem como, mutatis mutandis, no rádio. Essa diferença, ainda uma vez, oferece ao
teatro vantagens e desvantagens. No palco, o diretor pode não conseguir
focalizar a atenção da plateia na ação que deseja sublinhar; no cinema isso jamais
pode acontecer. Por outro lado, a complexa e sutil orquestração de uma cena que
envolve muitos personagens (uma característica de Tchekov no teatro) torna-se incomparavelmente
mais difícil no cinema e na televisão. A sensação de complexidade, de que há
mais coisas acontecendo naquele momento do que pode ser apreendido com um único
olhar, a riqueza de um intrincado contraponto de contrastes humanos será
inevitavelmente reduzida em um veículo que nitidamente guia o olho do
espectador, ao invés
de permitir que ele caminhe livremente pela cena.
(Martin
Esslin. Uma anatomia do drama. Tradução de Barbara Heliodora. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1978.)
Questão
16 - Aponte
a alternativa que contém, segundo a interpretação do fragmento de texto, os
outros três meios de expressão artística que o autor contrapõe ao teatro.
I.
O microfone. II.
A câmera. III.
O cinema. IV.
O rádio. V.
A televisão.
(A)
I, II e III. (B)
I, II e IV. (C)
II, III e IV. (D)
II, III e V. (E)
III, IV e V
Questão
17 - Assinale
a alternativa cujo enunciado não contraria a argumentação apresentada no
fragmento de texto de Martin Esslin:
(A)
O fato de a arte teatral ser apresentada no palco ante os espectadores a torna
inferior em termos de comunicação às demais artes.
(B)
Os recursos tecnológicos do cinema permitem-lhe ser uma arte mais completa e
perfeita que as demais.
(C)
Tudo o que passa na televisão não constitui arte, pois se trata de um veículo
de comunicação de massa.
(D)
Um diretor cinematográfico tem maior poder e competência que um diretor
teatral.
(E)
As diferenças de recursos técnicos específicos e de forma de apresentação podem
implicar vantagens ou desvantagens ao teatro em relação ao cinema.
Questão
18 - No
texto de Esslin, é empregada a expressão de origem latina mutatis mutandis,
traduzida habitualmente por “mudando o que deve ser mudado”. Marque a
alternativa que indica a frase ou as frases que também poderiam adequar-se ao
fragmento de texto em lugar de mutatis mutandis.
I.
Respeitadas as diferenças.
II.
Resguardadas as particularidades.
III.
Observadas as devidas diferenças.
(A)
I, II e III. (B)
I e III. (C)
II e III. (D)
I. (E)
II.
Questão
19 - No
palco, o diretor pode não conseguir focalizar a atenção da plateia na ação que
deseja sublinhar; no cinema isso jamais pode acontecer.
Sempre
levando em consideração todo o contexto, assinale a alternativa que encerra o
mesmo argumento presente nas frases que constituem o período acima.
(A)
O diretor de teatro impõe à plateia o seu ponto de vista; no cinema isso jamais
pode acontecer.
(B)
No teatro o espectador olha para onde quer; no cinema, também pode olhar para
qualquer ponto do que está na tela.
(C)
No teatro, a atenção da plateia nem sempre vai para onde o diretor deseja; no
cinema, o foco da atenção é sempre previamente escolhido pelo diretor.
(D)
O diretor de teatro pode perder a atenção da plateia para certos pormenores, enquanto
o diretor de cinema, por não estar presente, não faz ideia de como os
espectadores reagirão.
(E)
No palco, o diretor pode não conseguir dirigir a atenção da plateia para a ação
que deseja sublinhar; no cinema essa condução da atenção também jamais pode
acontecer.
Questão
20 - A
influência da língua inglesa sobre as demais, em todo o globo, se revela
particularmente no vocabulário. No texto apresentado, temos dois exemplos:
câmera, cujo emprego alternativo a câmara ocorre por influência da língua
inglesa; e close-up, expressão da linguagem cinematográfica emprestada da
língua inglesa e para a qual o português não tem um substituto totalmente
adequado.
Com
base nesta informação, aponte a alternativa que contém o melhor entendimento de
close-up na passagem em que surge.
(A)
Tomada em que a câmera focaliza um grande número de assuntos ou objetos.
(B)
A câmera focaliza apenas uma parte do assunto ou objeto.
(C)
A câmera focaliza alguns aposentos de cima.
(D)
A câmera procura mostrar do alto todas as pessoas que se movem na cena.
(E)
Tomada em que a câmera focaliza todo o cenário.
GABARITO
01
– E 02 – B 03 -
C 04 - A 05 - D
06 - E 07 -
B 08 – B 09 – D
10 - C
11
– A 12 – A 13 – B
14
– D 15 – D 16 – E 17 – E 18 – A 19 – C 20 – B
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