Temas de redação da FUVEST de 2001 a 2004
FUVEST 2001
PROPOSTA DE REDAÇÃO
TEXTO 1
Um dia sim, outro também. Duas bombas, suásticas
nazistas e muitas mensagens pregando a tolerância zero a negros, judeus,
homossexuais e nordestinos marcaram a Semana da Pátria em São Paulo. O primeiro
petardo foi direcionado na segunda-feira 4, para o coordenador da Anistia
Internacional. Tratava-se de uma bomba caseira, postada numa agência dos
Correios de Pinheiros com endereço certo: a casa do coordenador. Uma hora e
meia depois, foi a vez de o secretário de Segurança e de os presidentes das
comissões Municipal e Estadual de Direitos Humanos receberem cartas
ameaçadoras. Assinando "Nós os skinheads" (cabeça raspada), os
autores abusaram da linguagem chula, do ódio e da intolerância. "Vamos
destruir todos os viados, pretos e nordestinos", prometeram. Eles
asseguravam também já terem escolhido os representantes daqueles que não se
enquadram no que chamam de "raça pura" para receberem "alguns
presentinhos".
Como prometeram, era só o começo. No dia seguinte,
terça-feira 5, o mesmo grupo mandou outra bomba, dessa vez para a associação da
Parada do Orgulho Gay.
(Isto é, 08/09/2000)
TEXTO 2
Desde então [os anos 80], o poder racista
alastrou-se por todo o mundo numa torrente de excessos sanguinolentos. Também
na Alemanha, imigrantes e refugiados foram mortos friamente por maltas de
radicais de direita em atentados incendiários. Até hoje, a esfera pública
minimiza tais crimes como obra de uns poucos jovens desclassificados. Na
verdade, porém, o poder racista à solta nas ruas é o prenúncio de uma
reviravolta nas condições atmosféricas mundiais.
(Robert Kurz)
TEXTO 3
Um dos eventos realizados no final de abril deste
ano no Chile foi uma conferência internacional secreta de militantes
extremistas de direita e organizações neonazistas planejada e divulgada pela
Internet. Foram convidados a participar do "Primeiro Encontro Ideológico
Internacional de Nacionalismo e Socialismo" representantes do Brasil,
Uruguai, Argentina, Venezuela e Estados Unidos.
(Isto é, 08/09/2000)
Demais textos:
(...) Nos últimos anos, grupos neonazistas têm se
multiplicado. Tanto nos Estados Unidos e na Europa quanto aqui parece existir
uma relação entre o desemprego estrutural do sistema capitalista e a ascensão
desses grupos de inspiração neonazista.
(Página da Internet)
Toda proclamação contra o fascismo que se abstenha
de tocar nas relações sociais de que ele resulta como uma necessidade natural,
é desprovida de sinceridade.
(Bertolt Brecht)
Considerar alguém como culpado, porque pertence a
uma coletividade à qual ele não "escolheu" pertencer, não é
característica própria só do racismo. Todo nacionalismo mais intenso, e até
mesmo qualquer bairrismo, consideram sempre os outros (certos outros) como
culpados por serem o que são, por pertencerem a uma coletividade à qual não
escolheram pertencer. (...)
(Cornelius Castoriadis)
"A violência é a base da educação de cada um."
(Resposta de um cidadão anônimo entrevistado pela TV sobre as razões da violência)
Estes textos (adaptados das fontes citadas)
apresentam notícias sobre o crescimento do neonazismo e do neofascismo e,
também, alguns pontos de vista sobre o sentido desse fenômeno. Com base nesses
textos e em outras informações e reflexões que julgue adequadas, redija
uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, procurando argumentar de modo claro e
consistente.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Considerando aspectos abaixo sugeridos ou, ainda,
escolhendo outros que você julgue mais importantes para tratar do tema, redija,
com sinceridade e plena liberdade de opinião, uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, em
linguagem adequada à situação, procurando argumentar com pertinência e
coerência.
Como você avalia os responsáveis por sua formação,
ou seja, seus pais e familiares, professores, orientadores religiosos, líderes
políticos, intelectuais, autoridades etc.?
Visando ao desenvolvimento do tema, você poderá, se quiser, refletir sobre as
seguintes questões:
Quais foram os principais
responsáveis por sua formação?
Quais são as características
mais marcantes que apresentam?
Você julga que eles
assumiram, de fato, sua função de formadores?
Em que aspectos a formação que lhe proporcionaram foi satisfatória ou
insatisfatória?
Você poderá, ainda, identificar os valores que são
realmente importantes para eles, opinando sobre esses valores. Poderá, também,
considerar se eles são, em si mesmos, pessoas íntegras e felizes e se, assim,
constituem bons modelos de vida.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Leia atentamente os três textos abaixo
TEXTO 1
TEXTO 1
Está no dicionário Houaiss:
auto-estima s.f. qualidade de quem se valoriza, se contenta com seu modo de ser e demonstra, conseqüentemente, confiança em seus atos e julgamentos.
A definição do dicionário parece limitar-se ao âmbito do indivíduo, mas a
palavra auto-estima já há algum tempo é associada a uma necessidade coletiva.
Por exemplo: nós, brasileiros, precisamos fortalecer nossa auto-estima. Neste
caso, a satisfação com nosso modo de ser, como povo, nos levaria à confiança em
nossos atos e julgamentos. Mas talvez seja o caso de perguntar: não são os
nossos atos e julgamentos que acabam por fortalecer ou enfraquecer nossa
auto-estima, como indivíduos ou como povo?
TEXTO 2
Estão num poema de Drummond, da década de vinte, os versos:
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria. (...)
Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só.
TEXTO 3
Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só.
TEXTO 3
Está num artigo do jornalista Zuenir Ventura, de dois anos atrás:
De um país em crise e cheio de mazelas, onde,
segundo o IBGE, quase um quarto da população ganha R$ 4 por dia, o que se
esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, cético e pessimista, não?
Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros
não só consideram seu país um lugar bom e ótimo para viver, como estão
otimistas em relação a seu futuro e acreditam que ele se transformará numa
superpotência econômica em cinco anos. Pelo menos essa é a conclusão de um
levantamento sobre a "utopia brasileira" realizado pelo Datafolha.
Com o apoio dos três textos apresentados, escreva
uma dissertação em prosa, na qual você deverá discutir manifestações concretas
de afirmação ou de negação da auto-estima entre os brasileiros.
Apresente argumentos que dêem sustentação ao ponto
de vista que você adotou.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Redija uma dissertação em prosa, na qual você
apontará, sucintamente, as diferentes concepções do tempo, presentes nos três
textos abaixo, e argumentará em favor da concepção do tempo com a qual você
mais se identifica.
TEXTO 1
Mais do que nunca a história é atualmente revista ou
inventada por gente que não deseja o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos. (...)
Os negócios da humanidade são hoje conduzidos especialmente por tecnocratas, resolvedores
de problemas, para quem a história é quase irrelevante; por isso, ela passou a
ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente.
(Eric Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no século XX)
TEXTO 2
O que existe é o dia-a-dia. Ninguém vai me dizer que
o que aconteceu no passado tem alguma coisa a ver com o presente, muito menos com o futuro. Tudo é hoje, tudo
é já. Quem não se liga na velocidade moderna, quem não acompanha as mudanças,
as descobertas, as conquistas de cada dia, fica parado no tempo, não entende
nada do que está acontecendo.
(Herberto Linhares, depoimento)
TEXTO 3
Não se afobe, não,
Que nada é pra já,
O amor não tem pressa,
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário,
Na posta-restante,
Milênios, milênios
No ar ...
E quem sabe, então,
O Rio será
Alguma cidade submersa.
Os escafandristas virão
Explorar sua casa,
Seu quarto, suas coisas,
Sua alma, desvãos ...
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras,
Fragmentos de cartas, poemas,
Mentiras, retratos,
Vestígios de estranha civilização.
Não se afobe, não,
Que nada é pra já,
Amores serão sempre amáveis.
Futuros amantes quiçá
Se amarão, sem saber,
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.
Que nada é pra já,
O amor não tem pressa,
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário,
Na posta-restante,
Milênios, milênios
No ar ...
E quem sabe, então,
O Rio será
Alguma cidade submersa.
Os escafandristas virão
Explorar sua casa,
Seu quarto, suas coisas,
Sua alma, desvãos ...
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras,
Fragmentos de cartas, poemas,
Mentiras, retratos,
Vestígios de estranha civilização.
Não se afobe, não,
Que nada é pra já,
Amores serão sempre amáveis.
Futuros amantes quiçá
Se amarão, sem saber,
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.
(Chico Buarque, "Futuros amantes")
Leia também:
Temas de redação da FUVEST de 1996 a 2000
Temas de redação da FUVEST de 1990 a 1995
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