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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

UFBA – 2007 – Prova de Redação

UFBA – 2007 – Prova de Redação

INSTRUÇÕES:
Responda à questão com caneta de tinta azul, de forma clara e legível.
Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais maiúsculas.
O rascunho deve ser feito no local apropriado do Caderno de Questões.
Na Folha de Resposta, utilize apenas o espaço destinado à resposta.
Será anulada a Redação
redigida fora do tema;
apresentada em forma de verso;
assinada fora do cabeçalho da folha;
escrita a lápis ou de forma ilegível.

Os textos a seguir deverão servir de base para a sua Redação.

I. O solo, um dos mais importantes recursos naturais, é composto por fragmentos de rocha, argilominerais formados pela alteração química dos minerais da rocha-matriz e pela matéria orgânica produzida por organismos que nele vivem. A cor dos solos é variável, desde o vermelho e marrom intenso dos solos ricos em ferro até o preto de solos ricos em matéria orgânica. Os solos também variam de textura. Alguns são repletos de seixos e areia; outros são compostos quase que inteiramente de argila. O solo, por ser uma parte essencial do meio ambiente e da economia, tornou-se um campo de estudo separado, a ciência do solo, desenvolvida no século XX. Os cientistas do solo, bem como agrônomos, geólogos e engenheiros, estudam a composição e a origem do solo, sua aptidão para a agricultura e a construção e seu valor como registro das condições climáticas do passado.
PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. Tradução Rualdo Menegat et al. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p.173-185. Adaptado. II. A Terra em que pisamos, habitamos, por onde andamos, atravessamos, viajamos, no contato (roçar) com sua superfície, produz uma poderosa sensação de abrigo, segurança, acolhida, tal qual a proteção de um imenso colo de mãe. Não é à toa que a Terra é mãe, em oposição ao desconhecido, enigmático e contraditório Céu. Ora é luz, engravidando a Terra de vida, ora é escuro mistério do infinito insondável. A vista aérea da Terra, por sua vez, ao nos arrancar do contato com a superfície é, simultaneamente, encantadora e inquietante. Na mudança de escala do olhar, a paisagem da Terra —  borbulhante  nas  formas  e  cores da natureza e acrescida pelas linhas, vincos, estrias e configurações variadas das marcas do fazer humano — transforma-se em uma espécie de planta-baixa, chapada, mas ao mesmo tempo tátil e multiforme.
SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. São Paulo: Experimento, 1996. p. 256.
UFBA / UFRB – 2007 – 2a fase – Redação – 2

III.   TERRA
               [...] Eu estou apaixonado por uma menina terra Signo de elemento terra do mar se diz terra à vista Terra para o pé firmeza terra para a mão carícia Outros astros lhe são guia             [...] De onde nem tempo nem espaço, que a força mãe dê coragem Pra gente te dar carinho, durante toda a viagem Que realizas do nada, através do qual carregas o nome da tua carne Terra, terra, Por mais distante o errante navegante Quem jamais te esqueceria?

VELOSO, Caetano. Terra. Disponível em: <http:// caetano-veloso.letras.terra.com.br/letras/44780/>. Acesso em: 23 jul. 2006.

IV.       CIO DA TERRA
Debulhar o trigo Recolher cada bago do trigo Forjar no trigo o milagre do pão e se fartar de pão
Decepar a cana Recolher a garapa da cana Roubar da cana a doçura do mel, se lambuzar de mel
Afagar a terra Conhecer os desejos da terra Cio da terra, propícia estação De fecundar o chão
NASCIMENTO, Milton; BUARQUE, Chico. Cio da terra. Disponível em: <http://milton- nascimento.letras.terra.com.br/letras/47414/>. Acesso em: 23 jul. 2006.

V. O  RETIRANTE  CHEGA  À  ZONA  DA  MATA,  QUE  O  FAZ  PENSAR,  OUTRA  VEZ, EM  INTERROMPER  A  VIAGEM
— Bem diziam que a terra se faz mais branda e macia quanto mais do litoral a viagem se aproxima. Agora afinal cheguei nessa terra que diziam. Como ela é uma terra doce para os pés e para a vista. Os rios que correm aqui têm a água vitalícia. Cacimbas por todo lado;
cavando o chão, água mina. Vejo agora que é verdade o que pensei ser mentira. Quem sabe se nesta terra não plantarei minha sina? Não tenho medo de terra (cavei pedra toda a vida), e para quem lutou a braço contra a piçarra da Caatinga será fácil amansar esta aqui, tão feminina.
MELO  NETO, João Cabral de. Morte e vida severina  e outros poemas em voz alta. 4. ed. Rio de Janeiro: Sabiá, 1969. p. 88-89.
UFBA / UFRB – 2007 – 2a fase – Redação – 3

VI.       ASSENTAMENTO
Quando eu morrer, que me enterrem na beira do chapadão contente com minha terra cansado de tanta guerra crescido de coração Tôo (apud Guimarães Rosa)
[...]
Quando eu morrer Cansado de guerra Morro de bem Com a minha terra: Cana, caqui Inhame, abóbora Onde só vento se semeava outrora Amplidão, nação, sertão sem fim
 Chico Buarque
SALGADO, Sebastião. Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p.  74 (il.) e 103.

Com base nos enfoques sobre a interação do homem com a terra/Terra presentes nos textos, nos seus conhecimentos de mundo e nas suas experiências, produza um texto dissertativo sobre o tema:

A relação do homem com a terra.


www.veredasdalingua.blogspot.com.br

Leia também:


UFBA – 2002 – Prova de Redação


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