TEMA DE REDAÇÃO – PUC-RIO – 2011 – 2º Semestre
Sobre o ensino da língua
portuguesa e o tratamento das variantes linguísticas
Recentemente, instaurou-se
no país um debate sobre o ensino de língua portuguesa em relação ao tratamento
ou não das variantes lingüísticas na escola. Os textos abaixo selecionados têm
por objetivo ajudá-lo a refletir sobre essa questão.
(1) “Todas as feições sociais do
nosso idioma constituem objeto de disciplinas científicas, mas bem diferente é
a tarefa do professor de Língua Portuguesa, que espera encontrar no livro
didático o respaldo dos usos da língua padrão que ministra a seus discípulos,
variedade que eles deverão conhecer e praticar no exercício da efetiva ascensão
social que a escola lhes proporciona.”
Disponível em: http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/16/
abl-divulga-nota-em-que-discorda-da-posicao-do-mec-em-relacao-aos-livros-com-erros-deportugues-924473159.asp
– excerto.
(2) “- Não pode haver duas
formas de falar português que sejam oficiais. Nós temos que ensinar as pessoas
a falarem o português certo. E não dizer: "Não temos preconceito contra
quem fala errado e pode continuar falando errado." Sabe por quê? Porque,
quando esse que fala errado fizer o concurso, não vai passar. Vai ser reprovado
- disse Cristovam.”
Disponível em http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/17/
haddad-falta-audiencia-do-senado-sobre-livros-didaticos-lider-do-psdb-pede-recolhimentode-obras-com-erros-924480651.asp-
excerto. Crítica do ex-senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque
(PDT-DF) ao livro "Por uma Vida Melhor", destinado a alunos de
educação de jovens e adultos (antigo supletivo) e distribuído a 4.236 escolas
do país.
(3) “(...) O reconhecimento
da variação lingüística é condição necessária para que os professores compreendam
o seu papel de formar cidadãos capazes de usar a língua com flexibilidade, de
acordo com as exigências da vida e da sociedade. Isso só pode ser feito
mediante a explicitação da realidade na sala de aula”.
Excerto da nota enviado pelo
MEC ao iG sobre o livro Por uma vida melhor. Disponível em http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/mec+defende+uso+de+livro+didatico+com+ling
uagem+popular/n1596949085987.html
(4) “Já no governo FHC, sob a
gestão do ministro Paulo Renato, os livros didáticos de português avaliados
pelo MEC começavam a abordar os fenômenos da variação linguística, o caráter inevitavelmente
heterogêneo de qualquer língua viva falada no mundo, a mudança irreprimível que
transformou, tem transformado, transforma e transformará qualquer idioma usado
por uma comunidade humana. Somente com uma abordagem assim as alunas e os
alunos provenientes das chamadas “classes populares” poderão se reconhecer no
material didático e não se sentir alvo de zombaria e preconceito. E, é claro,
com a chegada ao magistério de docentes provenientes cada vez mais dessas
mesmas “classes populares”, esses mesmos profissionais entenderão que seu modo
de falar, e o de seus aprendizes, não é feio, nem errado, nem tosco, é apenas
uma língua diferente daquela – devidamente fossilizada e conservada em formol –
que a tradição normativa tenta preservar a ferro e fogo, principalmente nos últimos
tempos, com a chegada aos novos meios de comunicação de pseudoespecialistas
que, amparados em tecnologias inovadoras, tentam vender um peixe gramatiqueiro
para lá de podre.
“POLÊMICA OU IGNORÂNCIA?; Discussão sobre livro didático só
revela ignorância da grande imprensa”, de Marcos Bagno. Excerto. Disponível em http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=745
Tendo em vista as
diferentes perspectivas apresentadas, qual é a sua posição sobre o ensino de
língua portuguesa na escola incluir a discussão sobre as diferentes formas de
falar das pessoas?
Escreva um texto
dissertativo-argumentativo de cerca de 25 linhas.O texto deve ser claro, coerente e conter uma argumentação bem
fundamentada. Dê um título criativo ao seu texto. Serão valorizadas a pertinência e a originalidade de seus
argumentos. NÃO ASSINE O TEXTO.
Leia também:
TEMA DE REDAÇÃO – PUC-RIO – 2007 – 1º Semestre
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