TEMA DE REDAÇÃO – PUC-RIO – 2016 – 2º Semestre
REDAÇÃO
O exílio, uma
experiência da modernidade - título do texto 1 da prova de Português e Literatura
Brasileira - inspira o tema desta proposta de produção de texto.
Nos nossos dias,
tanto a mídia, quanto a produção cultural de um modo geral têm apontado para a
sensação de estranhamento e desconforto vivenciada pelos seres humanos diante
das constantes mudanças do mundo e das suas vidas. Você considera que, na
modernidade, vivemos como se estivéssemos em perene exílio?
Formule uma
resposta para essa questão, produzindo um texto dissertativo-argumentativo, de
cerca de 25 linhas, em que você apresente e justifique a sua posição,
confrontando sua percepção e experiência com o que dizem os textos abaixo e os
da prova de Português e Literatura Brasileira.
Seu texto deve, obrigatoriamente, RESUMIR e COMENTAR,
pelo menos um trecho dos textos das provas − Redação e Português − seja para
concordar seja para discordar da posição nele assumida. Não deixe de escrever a
devida referencialização. Dê um título persuasivo ao seu texto.
Exílio(z) [do lat, exiliu.]. S.m. 1.expatriação,
forçada ou voluntária; degredo, desterro. 2. O lugar onde reside o exilado. 3.Fig.
Lugar afastado, solitário, ou desagradável de habitar.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário
Aurélio da Língua Portuguesa. 3ª. ed. Curitiba: Positivo, 2004.
PLANTEL
Todos nós fomos
golpeados naquela despedida. Não adianta dizer que não foi bem assim. Que
maneiramos na expressão do pesar por vê-lo partir daquele jeito. Cabelo
pintado, documento falso. Éramos todos velhos amigos. Este que fugia talvez
fosse o único inocente do grupo. Na chamada para o voo, a união dos cinco como
que pairava independente, vitoriosa. Quando Leo, ao se despedir, me beijou e o
beijo bateu na minha orelha, pensei que os que ficavam tinham se rendido,
enfim. Iam todos um pouco naquele corpo que agora já ultrapassava o portão de
embarque, ali...
Noll, João Gilberto. Mínimos, múltiplos, comuns. São
Paulo, Francis, 2003. p. 283.
A DOENÇA
Nunca morei longe do meu país.
Entretanto padeço de lonjuras.
Desde criança minha mãe portava essa doença.
Ela que me transmitiu.
Depois meu pai foi trabalhar num lugar que dava
Essa doença às pessoas.
Era um lugar sem nome nem vizinhos.
Diziam que ali era a unha do dedão do pé do fim
do mundo.
A gente crescia sem ter outra casa ao lado.
No lugar só constavam pássaros, árvores, o rio e
os seus peixes.
Havia cavalos sem freios dentro dos matos cheios
de borboletas nas costas.
O resto era só distância.
A distância seria uma coisa vazia que a gente
portava no olho.
E meu pai chamava de exílio.
BARROS, Manoel de. Ensaios fotográficos. 4ª.ed. Rio
de Janeiro, Record, 2003. p.49.
www.veredasdalingua.blogspot.com.br
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